A nova nascente do rio São Francisco

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Entre os muitos estudos, histórias e causos que freqüentam o legendário rio São Francisco, um merece atenção muito especial: a verdadeira nascente do Velho Chico não está no Parque Nacional da Serra da Canastra, onde fica a belíssima cachoeira Casca D´Anta, que maravilhou bandeirantes e portugueses e continua a ser destaque na exuberante paisagem da região. Aliás, foi justamente essa exuberância que extasiou os primeiros desbravadores e naturalistas, como Saint-Hilaire, que preferiram dar ao São Francisco um berço mais nobre. As novas verdades sobre a correta nascente do São Francisco já foram objetos de discussão em pelo menos três congressos de sensoriamento remoto e, agora, estão comprovadas por uma equipe de técnicos que usaram imagens de satélite e medição por GPS geodésico.
A César o que é de César, a Deus o que é de Deus e ao São Francisco o que é do São Francisco. Sobretudo, a correta certidão de nascimento. Como se vai revitalizar um rio se mal se sabe seu tamanho? Nem onde nasce? Essa é a questão colocada nesta reportagem que anuncia o resultado do relatório final de uma equipe técnica Codevasf (a), coordenada por Geraldo Gentil Vieira, que dá uma guinada geográfica de 180 graus no local de nascimento do mais importante, polêmico, usado e expoliado rio brasileiro: o rio São Francisco, chamado de rio da integração nacional. Depois de percorrer toda extensão do São Francisco na Expedição Américo Vespúcio e de concluir o relatório da Codevasf, Geraldo Vieira pode anunciar: a beleza e a exuberância da cachoeira Casca D´Anta roubaram a verdadeira nascente do São Francisco, encurtando-lhe vários quilômetros (b). Pelos cálculos e estudos da equipe técnica, os dados geográficos do Velho Chico mudaram. Vieira, vários espeleólogos (1)e canoístas já sabiam disso: a verdadeira nascente não é onde todo mundo estuda, na Serra da Canastra, descendo em cachoeiras para formar a belíssima Casca D´Anta, no município de São Roque de Minas. E sim no planalto do Araxá, no município de Medeiros. É esta história fantástica, guardada num segredo de sete chaves, que a Folha do Meio Ambiente conta, em primeira mão, aqui e agora.

O mapa mostra o São Francisco, menor, caindo no rio Samburá que é maior em volume d´água e em comprimento, que por sua vez recebe as águas do rio Santo Antônio
Lendas, histórias de pescadores, causos, verdades e mentiras povoam as margens dos rios. E as margens do rio São Francisco, que atravessa três biomas(2) cinco estados e muitas culturas não fica atrás: é riquíssima em histórias e estórias. Mas nenhuma delas é tão forte como esta que o engenheiro agrônomo, técnico da Codevasf e idealizador da Expedição Américo Vespúcio, que percorreu toda extensão do rio durante 35 dias, em 2001. Vamos explicar melhor: a Expedição Américo Vespúcio foi a primeira viagem de caráter nitidamente ambiental e cultural a percorrer em barco o rio São Francisco de ponta a ponta, das nascentes à foz. Foi concebida e organizada por Geraldo Gentil Vieira, em função da revitalização da bacia por ocasião dos 500 anos de sua descoberta. Objetivo: realizar o mais amplo diagnóstico itinerante de todo o São Francisco.
(a) Equipe de trabalho da Codevasf: Geraldo Gentil Vieira (eng. agrônomo), Leonaldo Silva de Carvalho (agrimensor), Miguel Farinasso (eng. agrônomo), Paulo Afonso Silva (eng. civil) e Rosemery José Carlos (geógrafa).
(b) O comprimento do rio São Francisco não tem unanimidade: segundo a Delta Larousse de 1971, ele tem 2.624km; mas para a mesma Delta Larousse de 1986, sua extensão é de 3.161km. Na Mirador, seu comprimento também é de 2.624km; e para os sites oficiais da Codevasf, Chesf e Cemig o comprimento é de 2.700km. Assim, vemos uma grande variação numérica nas dimensões do rio. Pelos dados destes sites a diferença da nascente da Casca d´Anta para a nova nascente do rio Samburá é de 49,18 km. Levando-se em conta todos os diferentes dados, a nova nascente já apresentada no Congresso de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento em BH 2003 e no SpeleoBrazil2001, o comprimento do São Francisco fica maior pela vertente do Samburá. O próximo passo será encaminhar o trabalho ao IBGE para homologação oficial.
As duas nascentes

O mapa plani-altimétrico feito por computador mostra que a vazão, a calha e a profundidade do rio Samburá são maiores que o braço do São Francisco. Então, a verdade geográfica é clara: o Samburá é o rio principal
O próprio Geraldo Gentil Vieira começa a contar a verdadeira história da nascente do São Francisco, tão logo voltou da expedição: "Ao retornar aos quadros da Codevasf em 1999, queria tirar uma dúvida. Afinal, nasci e vivi nas barrancas do rio São Francisco, na cidade de Iguatama, em Minas Gerais. Queria saber a extensão exata do Velho Chico e descobrir sua verdadeira nascente". Na verdade, Gentil Vieira sabe o valor das medidas: "Tal como as pessoas têm a sua estatura, os rios têm suas medidas. Alguns deles não estão contentes com a sua altura. Assim, o orgulhoso Amazonas, o maior rio em volume de águas e até bem pouco tempo o segundo em tamanho com 6.436km, é alvo atual de expedições aos píncaros andinos e de intensas medições e avaliações em modelos e imagens digitais para superar o faraônico Nilo, com os seus 6.693km bem vividos".
E por que com o velho guerreiro São Francisco ocorre o contrário? Por que teimam em encurtá-lo? Por que os 2.700km redondos? Gentil Vieira responde com a autoridade de um descobridor: "Não concordo que o São Francisco tenha menos de 3.001km de extensão. Conheço-o desde menino. Sei que ele cai no Samburá, seu primeiro "grande" afluente, que por sua vez já recebeu as águas do Santo Antônio". E Gentil Vieira pergunta com razão: "Como um rio maior pode ser afluente do menor? Como pode ser mais importante do que seu afluente? A verdade é cristalina como as águas de todas as nascentes do mundo: o São Francisco é afluente do rio Samburá".
Como o Pico da Bandeira até há alguns anos era o ponto culminante do Brasil e perdeu essa hegemonia para o Pico da Neblina, assim também parece acontecer com a nascente do São Francisco. Explicação? Gentil Vieira tem na ponta da língua, do lápis e do computador: "É só buscar imagens de satélite, fazer novas expedições para comprovar essa realidade. É só ir lá na confluência no cânion(3) de São Leão, uma beleza natural que poucos conhecem e ver as águas barrentas do São Francisco caindo no cristalino rio Samburá".

O vereador e guia Valdir Cruvinel,Geraldo Gentil Vieira e o agrimensor Leonaldo Silva de Carvalho realizam levantamento com o GPS geodésico para melhor definição da nascente do rio Samburá, bem no divisor da bacia do Samburá com o rio Araguari
No século 17 os bandeirantes deliberaram e batizaram o curso principal do São Francisco fascinados pela majestosa cachoeira Casca d'Anta, apelidada de cachoeira catedral, do alto dos seus 162,828 metros. Segundo Gentil Vieira a nascente do São Francisco está a 98,12km acima do encontro com o rio Samburá. Enquanto o São Francisco nasce a 1.469 metros de altitude, o Samburá nasce no planalto de Araxá a 1.254,66 metros. O Samburá tem precisamente 147,30km de extensão até encontrar o São Francisco e o São Francisco exatos 98,12km até encontrar o Samburá. Desta confluência até a foz são 2.716km.
Novas medidas
Assim, desta óbvia constatação, surgiram os novos dados do maior rio totalmente brasileiro: 2.814,12km para o trecho tradicional ou histórico do rio, com as nascentes na serra da Canastra, e 2.863,30 km para o trecho dito geográfico do Samburá, que tem as nascentes na Serra d´Agua, no pequeno município de Medeiros.
É bom salientar que todos da equipe técnica responsável pelo relatório final "Determinação da Extensão do Rio São Francisco" deixam claro duas coisas: primeiro, para dirimir a polêmica sobre o que é curso principal e tributário(4) uma ampla pesquisa foi feita em sites de universidades brasileiras e americanas, Unesco, dicionários cartográficos e geológicos; segundo, "o conceito que envolve deságua ou desemboca sugere que o afluente tem na confluência uma cota de talvegue(5) mais alta. Já quando se diz que o afluente é um rio menor que contribui para a vazão de um outro maior, há a dúvida sobre qual o critério de comparação: se o maior dos dois é o rio que tem maior vazão, extensão, largura (na confluência) ou maior na bacia de contribuição".

Trecho histórico do São Francisco desde a nascente da Serra da Canastra: 2.814,12km Trecho geográfico do Samburá: 2.863,30km
Nesta linha de raciocínio, Gentil Vieira explica porque a nascente então está no Samburá: "Na busca de dados geográficos mais precisos, comprovamos tecnicamente que a bacia hidrográfica, a vazão, a calha e a profundidade do Samburá são maiores. Para chegar a estes dados foram usadas imagens de satélite, cartografia adequada, visita às nascentes, e foi utilizado GPS geodésico Astech SCA 12S, teodolito Zeiss Theo 010, distanciômetro AGA210 Geodimeter e nível Zeiss. A equipe utilizou uma metodologia capaz de atender as escalas existentes". E conclui o agrônomo-ambientalista com autoridade de quem se embrenhou nas matas e campos, vasculhou palmo a palmo as margens de um e de outro rio: "Assim são os rios, assim são os homens. Ambos têm os seus humores e critérios". Hoje, já passados dois anos e concluídos os trabalhos da equipe da Codevasf, temos novos desafios: desengavetar e usar estes dados para uma próxima bandeira que será estender o Parque Nacional da Serra da Canastra até o Samburá. Temos que criar o Parque Estadual da Mata de Pains, de 6 mil hectares, unindo tudo isto pela Área de Proteção Ambiental das Dez Cidades-Mães do São Francisco(c) proposta que apresentamos no SpeleoBrazil2001 (13º Congresso Internacional de Espeleologia, 4° Congresso Latino-Americano e o 26o Congresso Brasileiro de Espeleologia, realizados em Brasília, com 43 países participantes) e ao governo federal, em 2004, no plano de revitalização do rio São Francisco".
Para os proprietários de terra tradicionais e os recém-chegados sojicultores à região, Gentil Vieira dá boa dica: "Todo este trabalho de preservação abrirá as portas para o ecoturismo. Algumas atividades predadoras, já vêm sendo substituídos por pousadas e hotéis-fazenda. Esse é um novo veio de ouro e diamante que gera emprego, renda e desenvolvimento sustentável na região. Na minha opinião, o turismo ecológico, o queijo canastra/pecuária de leite, a piscicultura, a fruticultura, o café e a cachaça de qualidade devem ser o carro-chefe da economia regional. Temos que acabar, paulatinamente, com as lavouras anuais altamente impactantes ao solo e corpos d’água do frágil ecossistema das cabeceiras".
(c) As dez cidades-mãe (ou das cabeceiras) do São Francisco são: Iguatama, Bambuí, Medeiros, São Roque de Minas, Vargem Bonita, Piumhi, Doresópolis, Córrego Fundo, Pains e Arcos.
Quem é Geraldo Gentil Vieira
Geraldo Gentil Vieira é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Lavras-UFLA (1975), especializado em Irrigação e Solos pelo Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas-IICA/FAO/Codevasf e Solos/Desertificação pelo The Egyptian International Centre for Agriculture-EICA, Cairo, Egito. Trabalha atualmente na Codevasf na área de Geoprocessamento. O mais importante disto tudo é que Gentil Vieira é um apaixonado pelas questões ambientais e vem se dedicando muito em pesquisa sobre recursos naturais e expedições, por isso foi o idealizador e coordenador técnico da Expedição Américo Vespúcio.

Glossário

1 - Espeleólogos - Estudiosos da espeleologia, a ciência que estuda e pesquisa as cavidades naturais da terra como cavernas, grutas e fontes.
2 - Bioma - Macroecossistema no qual predomina um tipo de vegetação, apresentando aspectos semelhantes em todo seu território como clima, latitude, relevo, regime de chuvas e tipo de solo. Podem ser terrestres e aquáticos.
3 - Cânion - Vale estreito, em forma de U, com bordas muito abruptas, geralmente cava por um curso d´água.
4 - Tributário - Diz-se de um curso d'água, em relação a outro, cujas águas afluem em direção a este outro. Por isso, são também ditos afluentes. O rio "A" é tributário, ou afluente, de "B" quando as águas de "A" desembocam em "B".
5 - Talvegue - O canal mais profundo do leito de um curso d´água.

FONTE: http://www.gorgulho.com/?sessao=materia&idMateria=2&titulo=A-NOVA-NASCENTE-DO-RIO-SAO-FRANCISCO

Desperdício de água “comestível” ameaça o planeta


por Thalif Deen, da IPS

Torgny Desperdício de água “comestível” ameaça o planeta
Torgny Holgren abre o encontro em Estocolmo. Foto: Thomas Henrikson, World Water Week/CC by 2.0
Estocolmo, Suécia, 28/8/2012 – Não é a água que se bebe, mas a “comestível” a que provavelmente constitua um dos principais problemas para milhões de pessoas no futuro em todo o mundo. “Mais de um quarto de toda água que usamos no planeta se destina ao cultivo de mais de um bilhão de toneladas de alimentos que ninguém consome”, afirmou o diretor-executivo do Instituto Internacional da Água de Estocolmo (Siwi), Torgny Holmgren.
“Essa água e os milhares de milhões de dólares investidos no cultivo, embarque, embalagem e compra do alimento são jogados fora”, acrescentou Holmgren ao abrir ontem, na capital da Suécia, a conferência internacional da Semana Mundial da Água. “Reduzir o desperdício de comida é o caminho mais inteligente e direto para aliviar a pressão sobre os recursos hídricos da Terra. É uma oportunidade que não podemos nos dar o luxo de não aproveitar”, acrescentou.
A conferência, um dos maiores encontros internacionais de especialistas em água e saneamento, atrai mais de dois mil delegados, incluindo funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU), cientistas, acadêmicos, ativistas pela água e representantes do setor privado, da sociedade civil e dos meios de comunicação de mais de cem países.
Todos os alimentos consumidos pelo homem exigem água para sua produção. Por exemplo, segundo uma exposição durante a conferência, produzir um hambúrguer médio, com duas fatias de pão, carne, tomate, alface, cebola e queixo exige cerca de 2.389 litros de água, contra 140 litros para produzir uma xícara de café e 135 litros para um ovo. Para elaborar um prato médio de arroz, carne e verduras são necessários 4.230 litros de água, enquanto um grosso e suculento bife pode consumir até sete mil litros.
Ao falar ontem aos delegados, Colin Chartres, diretor-geral do Instituto Internacional para o Manejo da Água (IWMI), opinou que será possível fornecer alimento aos nove bilhões de habitantes que o planeta terá em 2050. “Contudo, devemos refletir sobre o custo ambiental em termos de extração de água e de recursos terrestres”, afirmou. Além disso, isso exercerá uma enorme pressão sobre os serviços dos ecossistemas dos quais depende a sociedade.
“Economizar água reduzindo o desperdício de comida, aumentar a produtividade, melhorar geneticamente as plantas e reciclar a água são passos fundamentais para todos”, ressaltou Chartres, ganhador do Prêmio da Água de Estocolmo 2012. Por sua vez, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, destacou que as estatísticas demonstram que o setor agrícola é um dos mais importantes consumidores de água.
“Também significa que a agricultura tem a chave para o uso sustentável da água”, afirmou Graziano. Investir nos pequenos agricultores “é fundamental para alcançar a segurança alimentar e da água para todos”, ressaltou. O estudo Alimentando um Mundo Sedento: Desafios e Oportunidades para um Futuro com Segurança Alimentar e de Água, de 50 páginas, apresentado pelo Siwi em Estocolmo, indica que quase um bilhão de pessoas ainda sofrem fome e desnutrição, apesar de a produção de alimentos por habitante ter crescido de forma sustentada.
Segundo o informe, conseguir a segurança alimentar é um desafio complexo, que implica considerar vários fatores. Dois dos mais importantes são a água e a energia, essenciais para a produção de comida. Seu editor principal, Anders Jagerskog, disse que alimentar a população mundial é o maior desafio para este século. “A sobrealimentação, a desnutrição e o desperdício (de comida) estão crescendo, e o aumento da produção poderá sofrer no futuro limitações pela falta de água. Precisamos uma nova receita para alimentar o mundo no futuro”, alertou Jagerskog. Envolverde/IPS

ARTISTAS, FREQUENTADORES E “COLETIVO DA ILHA” CONTINUAM LUTA PARA EVITAR QUE A ILHA DO FOGO SEJA OCUPADA PELO EXÉRCITO BRASILEIRO

SEGUNDA-FEIRA - 27/08/2012 ÀS 11:00


O Coletivo da Ilha acompanhado de frequentadores habituais da Ilha do Fogo vão desenvolver uma série de eventos nos próximos dias com a finalidade de sensibilizar e envolver cada vez mais a sociedade de Juazeiro e Petrolina na tentativa de impedir que o Exército Brasileiro, mais precisamente o 72 BI possa ocupar definitivamente o referido logradouro público, restringindo o acesso público.
Lorena Araújo, Flávio Murilo e o artistas plástico Antonio Carlos Coelho de Assis (Coelhão) estiveram no último sábado (25) no programa Supra-Sumo da Rádio Juazeiro quando expuseram algumas contradições na Resolução Administrativa que determina a ocupação, bem como externaram esperanças a partir do envolvimento do governo do Estado, cujo governador Jaques Wagner ficou a par da situação em visita na última quarta-feira (22) à Juazeiro.
Eles defendem que a ilha continue aberta ao público e que ao invés de área militar seja transformado no Museu da Navegação do São Francisco.

Jacobina terá subsede da Codevasf

SEGUNDA-FEIRA - 27/08/2012 ÀS 20:00

O município de Jacobina será beneficiado com uma subsede da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba- Codevasf. A notícia foi dada hoje (27/08) pelo presidente da companhia, Elmo Vaz, ao deputado federal Amauri Teixeira (PT/BA) que desde o mês de maio fez a solicitação ao Ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, através da indicação INC 2961/2012 e diretamente a Elmo durante café da manhã com a Bancada do Nordeste, no qual ele esteve presente. O parlamentar entregou em mãos um ofício ao presidente da Codevasf, juntamente com a indicação que fez na Câmara.
De acordo com o presidente da Codevasf está havendo uma reorganização na empresa e como o requerimento já havia sido feito há algum tempo Jacobina será um dos municípios beneficiados com uma nova subsede da empresa. Amauri acredita que com a instalação da subsede em Jacobina o município terá mais chances de se desenvolver, a exemplo de cidades vizinhas, que ele fez questão de citar. “Há um polo de desenvolvimento localizado na cidade Irecê que e abrange os perímetros Mirorós e Baixio de Irecê, a implantação de um polo de desenvolvimento da Codevasf em Jacobina irá alavancar o desenvolvimento da região no que diz respeito à infraestrutura de irrigação e geração de energia elétrica e novos investimentos voltados para o fortalecimento da economia na região”, defendeu Teixeira.
Que disse também que a partir da implantação dos polos do Norte de Minas, Guanambi, Formoso/Correntina, Barreiras, Juazeiro/Petrolina (Baixo São Francisco) essas cidades passaram a apresentar crescimento com forte impacto na agricultura irrigada na produção de alimentos, na criação de empregos e no aumento da renda regional.

 http://www.geraldojose.com.br/index.php?sessao=noticia&cod_noticia=30024

OBS - Caronistas não digam que o pedido é seu, clique em INC2967/2012 e siga o DNA do pedido.

PROGRAMA IRRIGAÇÃO PARA TODOS SE EXPANDE PARA A REGIÃO DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO



FOTOS: Tatiana Seabra
O governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), está realizando um estudo para implantação de um sistema de irrigação comunitária, na Ilha do Massangano, no meio do Rio São Francisco, em Petrolina, onde habitam cerca de 120 famílias de agricultores familiares.
A Ilha do Massangano tem seis quilômetros de extensão e é bastante conhecida pela sua forte vocação na área de hortifrutigranjeiro e por possuir uma das mais antigas e originais manifestações da cultura ribeirinha: o Samba de Véio.
Em reunião realizada, sexta-feira (17/08), na ilha, o secretário de agricultura, Ranilson Ramos, juntamente com os técnicos da Sara e do IPA, discutiu com a comunidade e as suas lideranças, as necessidades emergenciais e estruturadoras daquela localidade.
Dentre as prioridades que foram elencadas, o secretário ressaltou a implantação de um sistema de irrigação comunitária, em substituição ao atualmente utilizado e considerado ultrapassado. O projeto compreende a titularidade de terra, irrigação com tecnologia moderna – por gotejamento e microaspersão – e assistência técnica, por meio do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). “Assim, diminuiremos custos com energia elétrica e asseguramos a proteção do solo com sustentabilidade ambiental”, afirmou Ranilson.
“A gente se sente muito isolado, nunca recebemos uma visita como essa para escutar os nossos problemas. Agora, a esperança se renova”, comemorou a presidenta da Associação dos Moradores, Bertolina de Oliveira, 63 anos. O morador João Neto fez questão de interrogar. “Como é que nós moramos no meio do rio e trabalhamos com um dos mais ultrapassados sistemas de irrigação (por inundação), passando quase um dia inteiro para molhar a terra?”.
Além de o secretário autorizar a viabilidade dessa ação estruturadora para a Ilha do Massangano, ele se comprometeu em empenhar esforços para a construção de um porto de carga, de embarque e desembarque da população, o que ainda permitirá a melhoria no sistema de escoamento da produção. Esta é uma das mais antigas reivindicações dos moradores.
Atendendo imediatamente à comunidade, Ranilson Ramos encaminhou, para esta semana, serviços de terraplanagem para a recuperação das estradas vicinais. Técnicos também foram destacados para elaborar um projeto de tratamento de água para consumo humano e para a construção de uma fábrica de processamento de doces e polpa, considerando o fortalecimento da cadeia produtiva da fruticultura, na ilha.
Fonte: Núcleo de Comunicação do IPA

Fogo destrói cerca de 1.500 hectares na região da Serra da Canastra em MG


'Hipótese é que seja intencional', diz chefe substituto do Parque Nacional.

Dois aviões são usados na tentativa de evitar que o fogo se espalhe.

Anna Lúcia SilvaDo G1 Triângulo Mineiro
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Brigadistas trabalham no controle das chamas (Foto: ICMBio)Brigadistas trabalham no controle das chamas
(Foto: Instituto Chico Mendes)
Homens do Corpo de Bombeiros de Passos, no Sul de Minas, combatem há três dias um incêndio que já devastou cerca de 1.500 hectares na Serra da Babilônia, na região da Serra da Canastra em São Roque de Minas, no Centro-Oeste do estado. Quase 30 brigadistas trabalham para o controle dos focos e dois aviões do Instituto Chico Mendes são usados na tentativa de evitar que o fogo se espalhe.
De acordo com o chefe substituto do Parque Nacional da Serra da Canastra, Arnaldo Ferreira da Silva, o fogo já chegou ao parque e a maior preocupação é com a nascente do Rio São Francisco. “Apesar das chamas ainda estarem distantes, preocupa. O fogo não chegou à nascente e nem na Cachoeira Casca Danta, que são pontos turísticos. Portanto, o parque não foi fechado para visitação", disse.
Segundo o analista ambiental responsável pela brigada, Vicente Faria, o fogo já é preocupante, pois os focos começaram a ser combatidos há alguns dias. "Se for preciso vamos solicitar ajuda de helicópteros em Brasília", afirmou.
Ainda de acordo com o brigadista os focos se formam porque muitos fazendeiros colocam fogo para renovar a pastagem, mas com os ventos comuns desta época acabam fugindo do controle. O chefe do parque acredita que o fogo é intencional. "A cada momento que conseguimos controlar uma parte já tem outra queimando. A hipótese é que seja intencional", afirmou.

Agrotóxicos e a poluição das águas


Maior parte dos agrotóxicos não atinge a praga alvo, contamina as águas subterrâneas e superficiais e traz graves riscos à saúde
[Por Larissa Stracci, para o EcoDebate] A utilização de agrotóxicos é a 2ª maior causa de contaminação dos rios no Brasil, perdendo apenas para o esgoto doméstico, segundo dados do IBGE. Considerando que a agricultura é o setor que mais consome água doce no Brasil, cerca de 70%, segundo o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pode-se dizer que além de sérios problemas para a saúde, os agrotóxicos também se transformaram em um grave problema ambiental no país.
De acordo com o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Estadual de Campinas, Mohamed Habib, “hoje o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo, embora não seja o maior produtor”. Atualmente o Brasil utiliza 19% de todo defensivo agrícola produzido no planeta, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Além disso, mais de 99% dos venenos aplicados na lavoura não atingem a praga alvo. Então, pode-se dizer que mais de 99% dos agrotóxicos vão para os rios, para o solo, para o ar e para a água subterrânea”, afirma Habib.
Para o especialista em instrumentação ambiental e hidrológica, Mauro Banderali, “Embora a disponibilidade de água no Brasil seja imensa, é preciso garantir sua qualidade para as gerações futuras. Por isso, ao detectar o aparecimento de resíduos de agrotóxicos nas reservas de água subterrânea e superficial, é necessário tomar medidas para evitar o agravamento do problema. Quando a água é contaminada por defensivos agrícolas, sua detecção e descontaminação é mais difícil e custosa. De modo geral, esses químicos raramente são analisados ou removidos das águas, tornando-se uma ameaça à saúde de todos que a ingerem, particularmente para substâncias cumulativas”.
Consequências para a vida aquática
A água poluída com agrotóxicos irá prejudicar diretamente a fauna e a flora aquática. “A contaminação das águas pelos agrotóxicos tem efeito direto nos seres vivos que vivem na água, a biota de um modo geral. Se o veneno que chega nas águas for o herbicida, o efeito é direto e pode, por exemplo, matar as plantas aquáticas. Se o rio for contaminado por um veneno que mata animais, pode ocorrer a morte de algumas espécies de peixes menores”, explica o professor.
Além dos efeitos diretos, o carregamento de agrotóxicos pelos rios e lagos, também traz alguns efeitos indiretos para a biota aquática e para a saúde humana. “Alguns peixes armazenam os agrotóxicos no tecido adiposo e por isso, não sofrem danos diretamente. No entanto, quando nós compramos esse peixe contaminado com veneno e o ingerimos, algumas pessoas podem passar mal e sofrer algum tipo de intoxicação (envenenamento). Tem muita gente que compra peixes pequenos para dar para seu gato de estimação e o animal chega até a morrer”, alerta Habib.
Os compostos orgânicos, ao entrar em contato com a água, provocam um aumento no número de microrganismos decompositores. De acordo com o especialista Mauro Banderali, “além de estarmos criando um ambiente de restrição da vida, ainda criamos uma armadilha para as populações que se utilizam desta água, em razão de inúmeros defensivos agrícolas utilizarem em sua formulação compostos orgânicos altamente estáveis e lipossolúveis, depositando-se preferencialmente nas gorduras dos animais. Por ingestão da água ou de animais que dela dependem, estamos acumulando estes defensivos em gorduras do corpo que jamais serão eliminadas em vida”.
Ao serem carregados pelas águas superficiais, os agrotóxicos passam a fazer parte do do ciclo natural da natureza. Segundo o professor da Unicamp, “quando se trata de água corrente, o veneno vai fazer parte de um ciclo e um dia vai chegar ao oceano. Ainda hoje, análises nas geleiras polares mostram que naquele gelo existe DDT, um veneno proibido há muitos anos. Isso é pra se ter uma ideia do processo: saiu da lavoura através da chuva, passou pelos rios e mar e através das correntes marítimas, chegou às geleiras”, comenta Mohamed Habib.
O Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT) foi o primeiro veneno moderno, sintetizado em 1874 e utilizado como pesticida a partir de 1939. Após a Segunda Guerra Mundial, foi usado em larga escala para combater os mosquitos da malária. O DDT foi banido de vários países na década de 70, após estudos comprovarem sua relação com casos de câncer. No Brasil, seu uso foi proibido na agricultura em 1984, porém sua produção em larga escala, uso como medicamento e exportação foram permitidos até 2009 ,conforme lei federal nº. 11.936 de 14 de maio de 2009. De acordo com o professor Mohamed Habib, “alguns tipos de venenos como é o caso dos organoclorados, venenos utilizados antigamente por produtores rurais, apesar de serem proibidos, continuam sendo aplicados e usados ilegalmente”. Os organoclorados são os inseticidas que mais persistem no meio ambiente, chegando a permanecer por até 30 anos.
Segundo o especialista em instrumentação ambiental, Mauro Banderali, é preciso conhecer a qualidade das águas nas regiões influenciadas pela agricultura. “Uma das maneiras de avaliar os impactos dos defensivos agrícolas nos recursos hídricos consiste no monitoramento desses resíduos. Atualmente, já existem tecnologias que monitoram e mensuram parâmetros físico-químicos na água e são aplicados no monitoramento geral da sua qualidade, porém moléculas químicas específicas, se faz necessário o apoio de laboratórios especializados para sua detecção.
Problema brasileiro
Para Mohamed, o Brasil é um país sem conscientização do problema em relação aos demais. “Estamos falando de países com uma situação melhor que a nossa: Europa, América do Norte e alguns países asiáticos como o Japão. Esses países têm consumidores muito mais conscientes em relação à utilização de agrotóxicos que cobram essa postura de seus governos. Portanto, os governos também são mais conscientes, não formam lobbys como no Brasil. O setor industrial também é mais consciente, não é como o Brasil que faz de conta que não está acontecendo nada e continua abusando da utilização dos agrotóxicos”, comenta o professor.
Segundo Habib, a utilização de agrotóxicos hoje é uma prática condenada, “porque a ciência coloca à disposição vários outros métodos de produção. Basta investir. Basta a sociedade humana valorizar um pouco mais a vida, pois hoje estamos pagando muito caro pelas irresponsabilidades do passado”.
Ingestão de agrotóxicos e saúde
Pela água ou através do próprio consumo de alimentos, a ingestão de venenos agrícolas pode ocasionar diversos tipos de doenças, seja ela em grandes ou pequenas quantidades. Conforme explica o professor da Unicamp e engenheiro agrônomo, Mohamed Habib, “dependendo do tipo de veneno, os efeitos para a saúde humana são morte, envenenamento estomacal, problemas no sistema nervoso, convulsões, lesões nos rins e cânceres. Esse efeito pode ser agudo, imediato ou crônico, a curto, médio ou longo prazo. As consequências podem aparecer também nos filhos e netos dessa pessoa, principalmente quando se trata das doenças cancerígenas e tumores”.
Fonte: Redação Ag Solve, por Larissa Stracci
EcoDebate, 24/08/2012

Obras de Belo Monte são suspensas


O Movimento dos Atingidos por Barragens defende que a prioridade do Estado seja os direitos dos povos, e não a construção da barragem
A Norte Energia, empresa privada que reúne todas as donas da barragem de Belo Monte, foi obrigada a suspender, nesta quinta-feira (23), o andamento das obras da barragem. A suspensão ocorre dez dias após a Justiça determinar a imediata paralisação, sob pena de multa de R$ 500 mil diários.
A 5ª Turma do Tribunal Federal Regional da 1ª Região determinou a suspensão por constatar ilegalidade no processo de autorização da obra, que deve respeitar a Constituição Brasileira e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a obrigatoriedade da escuta prévia aos povos indígenas.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), junto a muitas outras organizações e entidades também contrárias a Belo Monte, comemora e apoia a decisão judicial. Em nota, a Norte Energia afirma que “está tomando todas as medidas cabíveis para reverter a decisão judicial, com o objetivo de que as obras suspensas voltem à normalidade com o tempo menor possível”. O MAB alerta a Justiça, as autoridades e a sociedade em geral para a gravidade dessa declaração da empresa, pois mostra sua preocupação unicamente com a formalidade para que a obra siga avançando.
Foto: Greenpeace
Para o MAB, os erros e violações de direitos humanos cometidos em Belo Monte, desde o início do licenciamento até hoje, um ano após o começo das obras, não se corrigem às pressas como deseja a Norte Energia, “num menor tempo possível”. O Movimento entende que a escuta aos povos indígenas deve possibilitar que eles sejam sujeitos de suas decisões e, não meros expectadores, como vem ocorrendo.
Além da questão indígena, de vital importância naquela região, o MAB defende a escuta aos atingidos em geral: ribeirinhos, camponeses, moradores das cidades, pescadores, e todos aqueles que tem seu modo de vida afetado pela construção da barragem. Certamente serão mais de 40.000 pessoas atingidas pela usina. As audiências públicas de Belo Monte foram mera formalidade e propaganda da obra e não um diálogo com a população. Em menos de um ano de construção, os vícios legais no licenciamento de Belo Monte já provocaram enormes prejuízos, alguns irreparáveis, para o ambiente e para o povo.  Para citar alguns exemplos:
- Mais de 100 famílias ainda permanecem em área de risco na região da construção dos canais e sem nenhum tipo de indenização. Nas palavras de um morador: “quando dá explosão, cai faísca de pedra em nossa casa”.
- Mais de duas mil pessoas moram ou dependem do trecho de vazão reduzida, entre os projetos do muro e da casa de força. Juntamente com essa população, o Movimento reivindicou reunião com o IBAMA no mês de julho, mas ele disse não.
- Famílias residentes em áreas empobrecidas de Altamira, das quais apenas 5.200 são reconhecidas pela empresa, até hoje não sabem o que vai ser de suas vidas.
- Em Assurini, área rural onde moram aproximadamente 30 mil pessoas, as famílias não sabem sequer se são ou não atingidas pela barragem, pois há lugares em que as medições do nível da água do projeto de barragem ainda não foram feitas.
Lamentavelmente, a construção de barragens no Brasil segue um padrão nacional de violação dos direitos humanos, como um relatório do próprio governo comprovou em 2010 e até agora, pouco ou nada foi feito. Nas hidrelétricas do rio Madeiro, em Rondônia, neste exato momento mais de 600 pessoas estão alojadas em hotéis, sem direito à moradia permanente, porque foram expulsas pela usina de Santo Antonio.
Enquanto o BNDES está para aprovar a liberação de R$ 20 bilhões somente para Belo Monte, milhares de atingidos estão condenados a miséria e a violações constantes. Nada disso tem sido levado em consideração pelos responsáveis. Apenas os interesses das empresas presentes no consórcio Norte Energia: o grupo Eletrobras, as empresas Neoenergia, Cemig, Light, Vale e Sinobras, o grupo J Malucelli, os fundos de pensão Petros (Petrobras), Funcef e Cevix 3.
O MAB entende que os direitos dos povos, inclusive o direito de dizer NÃO, deveriam vir antes do início da construção de uma obra tão complexa.  Por isso, defende que a questão da retomada ou não das obras de Belo Monte seja tratada somente após as empresas cumprirem todas as obrigações previstas e repararem os imensos prejuízos já causados ao Xingu, ao povo e à Amazônia.
Organizações do campo repudiam construção de Belo Monte
Todos movimentos e entidades que atuam no campo brasileiro, reunindo mais de sete mil pessoas, participaram do Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, entre os dias 20 e 22 de agosto, no Parque da Cidade, em Brasília.
Durante o encontro, as organizações construíram, de maneira unificada, uma posição contrária à construção de Belo Monte. Leia, a seguir, a moção de repúdio:
Moção pública sobre a hidrelétrica de Belo Monte
Unidos, os sete mil trabalhadores e trabalhadoras e povos do campo, das águas e das florestas, representando as 20 organizações reunidas no “Encontro Nacional Unitário” em Brasília, nos dias 20, 21 e 22 de agosto de 2012, apoiam e se somam à luta dos atingidos por barragens contra as violações de seus direitos e a construção da hidrelétrica de Belo Monte.
A usina de Belo Monte vai expulsar mais de 40 mil pessoas. Os mais de R$ 25 bilhões que serão investidos serão pagos pelo povo brasileiro através do BNDES e das contas de energia elétrica, para beneficiar as grandes corporações de energia, de máquinas e equipamentos e construtoras, como Iberdrola, Vale, Alstom, Siemens, Camargo Correa, Andrade Gutierez, Odebrecht, entre outras. Enquanto isso, as Estatais estão capturadas, cumprindo um papel subalterno para atender aos interesses privados.
Portanto, a usina de Belo Monte vai em direção contrária à soberania energética e aos interesses da classe trabalhadora. Nós, povos do campo, das águas e das florestas somos parte desta luta contra Belo Monte.
Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF)
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
Coordenação Nacional do Quilombolas (CONAQ)
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG
Comissão Pastoral da Pesca (CPP)
Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB)
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB)
Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF)
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Movimento Camponês Popular (MCP)
Movimento das Mulheres Camponesas (MMC)
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP)
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST
Pastoral da Juventude Rural (PJR)
Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF)
CARITAS
VIA CAMPESINA

56 DIAS DE GOVERNO , VEJA O QUE JÁ MUDOU NA FRANÇA !


ALLONS ... ENFANTS DE LA PATRIE!!!! 

BRAVO!!!


Isto é o que fez  François Hollande (não palavras mas... atos) em 56 dias de governo e no cargo de Presidente. Os dados que aqui constam são oficiais, e foram traduzidos do Le Monde :


- Suprimiu 100% dos carros oficiais e mandou que fossem leiloados; os rendimentos destinam-se ao Fundo da Previdência e destina-se a ser distribuido pelas regiões com maior número de centros urbanos nossuburbios.
- Tornou a enviar um documento (doze linhas) para todos os órgãos estatais que dependem do governo central em que comunicou a abolição do "carro da empresa" provocativa e desafiadora, quase a insultar os altos funcionários, com frases como "se um executivo que ganha € 650.000/ano, não se pode dar ao luxo de comprar um bom carro com o seu rendimento do trabalho, significa que é muito ambicioso, é estúpido, ou desonesto. A nação não precisa de nenhuma dessas três figuras " . Fora os Peugeot e os Citroen. 345 milhões de euros foram salvos imediatamente e transferidos para criar (a abrir em 15 ago 2012) 175 institutos de pesquisa científica avançada de alta tecnologia, assumindo o emprego de 2560 desempregados jovens cientistas "para aumentar a competitividade e produtividade da nação."
- Aboliu o conceito de paraíso fiscal (definido "socialmente imoral") e emitiu um decreto presidencial que cria uma taxa de emergência de aumento de 75% em impostos para todas as famílias, que ganham mais de 5 milhões de euros/ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afetar um euro do orçamento, contratou 59.870 diplomados desempregados, dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012, e depois outros 12.500 em 01 de setembro, como professores na educação pública.
- Privou a Igreja de subsídios estatais no valor de 2,3 milhões de euros que financiavam exclusivas escolas privadas, e pôs em marcha (com esse dinheiro) um plano para a construção de 4.500 creches e 3.700 escolas primárias, a partir dum plano de recuperação para o investimento em infra-estrutura nacional.
- Estabeleceu um "bónus-cultura" presidencial, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero de impostos se se estabelece como uma cooperativa e abrir uma livraria independente contratando, pelo menos, dois licenciados desempregados a partir da lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro dos gastos públicos.
- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editoras, substituindo-os por comissões de "empreendedores estatais" que financiam ações de atividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relativos a estratégias de marketing avançados.
- Lançou um processo muito complexo que dá aos bancos uma escolha (sem impostos): Quem porporcionar empréstimos bonificados às empresas francesas que produzem bens, recebe benefícios fiscais; e quem oferece instrumentos financeiros de mercado, paga uma taxa adicional: é pegar ou largar.
- Reduzido em 25% o salário de todos os funcionários do governo, 32% de todos os deputados e 40% de todos os altos funcionários públicos que ganham mais de € 800.000 por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 mil milhões) criou um fundo que dá garantias de bem-estar para "mães solteiras" em difíceis condições financeiras que garantam um salário mensal por um período de cinco anos, até que a criança vá à escola primária, e três anos se a criança é mais velha. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.
Resultado: 
O spread com títulos alemães caiu, por magia. 
A inflação não aumentou. 
A competitividade da produtividade nacional aumentou no mês de

Junho, pela primeira vez nos últimos três ano
s.


Promessa eleitoral se cumpre com caráter e honradez.

Governo vai tombar nascente de rio


As nascentes dos rios TocantinsSão Francisco e Araguaia, fortemente associados ao agronegócio e à geração de energia, serão tombadas pelo governo como patrimônio nacional, restringindo usos que representam ameaças à sua conservação e à continuidade de tradições populares.

A reportagem é de Sergio Adeodato e foi publicada no jornal Valor, 20-08-2012.

A iniciativa, pioneira no país, reforça os instrumentos previstos pela Lei das Águas para controle e proteção dos recursos hídricos. "Agregar valor cultural é uma maneira de se evitar alterações na paisagem, prevenir enchentes e garantir a restauração de mananciais importantes para o abastecimento e a produção", justifica Dalvino Francada Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pelo mapeamento e estudos que delimitarão as áreas tombadas, que já foram iniciados. O processo de tombamento pode ser iniciado antes do fim do ano.

"O conceito de nascente não se restringe a um olho d'água, mas a todo o perímetro que engloba a principal bacia de drenagem formadora do rio", explica Franca. A partir de imagens de satélite, mapas e dados de campo colhidos por técnicos da ANA, o processo de tombamento será finalizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a quem caberá a análise prévia de intervenções urbanas e empreendimentos econômicos na área.

O trabalho se complementa ao licenciamento ambiental. Garimpos, exploração de areia no leito, navegação, construção de portos e marinas, pesca e captação de água são exemplos de atividades sob controle. Municípios situados na delimitação das nascentes dos rios serão compelidos a implantar ou expandir tratamento de esgoto. O lugar será reflorestado para a maior infiltração de água das chuvas no solo, reduzindo a erosão.

A proposta do tombamento de rios e bens associados à água surgiu quando foram identificados sítios históricos sob ameaça de inundações, como a que atingiu em 2001 a cidade de Goiás Velho, reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Um sistema de alerta com sirenes foi instalado na bacia do rio Vermelho, que cruza o centro urbano e agora está na lista do tombamento. O tombamento, segundo Franca, não implica desapropriação de terras, como ocorre na criação de parque nacional ou reserva biológica, por exemplo.

A iniciativa, em sua visão, tem o poder de sensibilizar produtores rurais em lugares protegidos, que teoricamente passam a receber atenção especial do poder público. Os proprietários ganham a responsabilidade de proteger recursos e poderão ser remunerados pelo serviço ambiental que prestam ao abrir mão de áreas produtivas em nome da conservação, a partir de iniciativas municipais, estaduais ou federais.

No programa Produtor de Água, a ANA investiu até o momento cerca de R$ 14 milhões na conservação de água e solo, através de plantio de matas ciliares, readequação de estradas vicinais e construção de pequenas barragens, entre outras medidas, envolvendo 400 produtores.

"A proposta é reconhecer a importância do patrimônio hídrico e dar um diferencial para as terras nas nascentes dos grandes rios, muitas vezes ligados a projetos econômicos e também a culturas milenares", completa Franca. Ele argumenta que "a fundamentação científica evita dúvidas e casuísmos sobre o patrimônio tombado e funciona como respaldo legal na disputa pelo uso da água".

Há novas metodologias para o cálculo sobre quais fontes hídricas são mais representativas na formação de determinados rios. Mas há muito que evoluir na precisão dos dados, hoje baseados em mapas com escala de 1 para 1 milhão, de menor resolução. No rio São Francisco, a nascente "histórica" está localizada na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas (MG). No entanto, estudos mais precisos determinaram que a fonte principal está em outro lugar, em Medeiros (MG), que agora reivindica o prestígio de abrigar a nascente do Velho Chico, nutrida pelo principal contribuinte da bacia, o rio Samburá.

No norte de Goiás, uma placa na rodovia que bordeja o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, entre os municípios de Alto Paraíso e Colinas do Sul, avisa: "Você está na bacia do rio Tocantins". É uma pista para quem procura a nascente deste manancial de 2,4 mil km que cruza três Estados até desaguar no rio Amazonas.

A estrada é rota de fontes de águas termais, balneários e inúmeras cachoeiras, como a que se localiza na propriedade de Osvaldo e Vanda Poeck. Eles decidiram abandonar a pecuária e proteger o local, criando a Reserva Particular do Patrimônio Nacional Cachoeiras da Pedra Bonita. "Somos vistos como empecilho ao desenvolvimento", diz Vanda, preocupada com o projeto de pequena central hidrelétrica que coloca em risco a queda d'água e o turismo que mantém economicamente a sua conservação, no rio Tocantinzinho.

Na confluência dele com o rio Maranhão, área hoje ocupada pela represa da Hidrelétrica Serra da Mesa, localiza-se oficialmente a nascente do Tocantins. "Beber água do rio nem pensar", afirma Antero Petronilio, reclamando da poluição lançada pelas cidades próximas e do cheiro do metano que exala no lago da usina, devido à vegetação submersa. A captação para as torneiras na casa da família é feita em fontes minerais dentro da mata vizinha, nas terras de seu irmão - um garimpeiro que derruba barrancos de riachos à caça de diamantes e aluga o cerrado de sua propriedade para exploração de carvão.

"Chove menos e, com o desmatamento, muitos grotões secaram", acrescenta o morador, posseiro que chegou há 51 anos no município de Niquelândia (GO), tradicional área de mineração de níquel e quartzo, situada perto da nascente do Tocantins, onde hoje já não há onça e veados como antes. "Em compensação, a hidrelétrica trouxe estradas e energia", reflete Petronilio.

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