INSPEÇÃO NAS BARRAGENS DE REJEITOS DA YAMANA GOLD É UM ENGODO


Barragens de rejeitos da Yamana Gold em Jacobina

A maioria dos veículos de comunicações de Jacobina soltaram uma nota única quanto a análise que foi feita nas barragens de rejeito da Yamana Gold hoje, dia 19 em Jacobina.
Inicialmente discordo do procedimento como foi feito. O ex-funcionário da Yamana Gold, hoje lotado na Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Jacobina, segundo a matéria relata: “Para o geólogo e consultor de meio ambiente do CREA, Rossini Barreto, não há possibilidade de acontecer em Jacobina o que ocorreu em Mariana. "Essa barragem é completamente diferente da de Mariana. Na Yamana Gold eles mantém um equilíbrio entre o volume de material que é depositado na barragem, além de haver uma separação do material fino e do mais grosso e o crescimento dessa parte grossa é sempre à jusante, diferente de Mariana que é feito à montante. Eles obedecem rigorosamente a portaria n. 406, que é a mais recente," avalia o técnico, que também acompanhou a visita”.
Como estava na comunidade do Itapicuru e constatei a hora em que a equipe chegou à sede da empresa, a hora em que a equipe foi a campo e monitoramos a hora que chegaram do campo, jamais dava tempo de fazer realmente o que o povo de Jacobina e das 55 cidades que forma a Bacia Hidrográfica do Itapicuru com quase 39 mil quilômetros quadrados até a cidade do Conde na Linha Verde perto da divisa de Sergipe onde desagua o rio, quer saber.
A prática mais usada no mundo para monitoramento de uma barragem é a INSTRUMENTAÇÃO DE OSCULTAÇÃO de barragens e suas características técnicas.
Existe uma variedade de instrumentos que podem ser instalados em uma barragem, como:
a)     Instrumentos de medição de deslocamentos;
b)    Controle de fluxo percolante.
Estes são os mais utilizados em barragens de terra e rejeitos de mineração. O surgimento do método de INSTRUMENTAÇÃO DE OSCULTAÇÃO se deu na década de 1940, passando por diversas técnicas, hoje a mais usada é por fibra ótica e monitorada por satélite para detectação e caracterização do desempenho e tendência de comportamento de uma barragem e suas estruturas.
O método de INSTRUMENTAÇÃO de medição ganhou confiabilidade e a análise dos dados podem ser avaliados diversos fenômenos como:
a)     Físicos
b)    Tensões
c)     Deformações
d)    Supressão
e)     Percolação
f)     Vazão
g)    E até Sismos
h)    Deslocamentos
A INSTRUMENTAÇÃO DE OUSCULTAÇÃO instalada em uma barragem de rejeito da proporção das barragens de rejeitos da Yamana Gol em Jacobina, desde as primeiras fases de construção, através de dados coletados em campo, permite a verificação das especificações técnicas.
Assim sendo, pelo pequeno tempo em que os técnicos estiveram nas barragens de rejeitos da Yamana Gold em Jacobina não deu tempo de instalar ou sequer fazer a leitura se a mineradora usasse a INSTRUMENTAÇÃO DE OUSCALTAÇÃO.
A nota fala que o profissional citado afirma que a Yamana Gold obedece a Portaria nº 406 (inventada não existe), deve obedecer a 416/2012 que estabelece a segurança e o Plano de Segurança de Barragens.
Por que então a Yamana Gold expulsou literalmente mais de 100 famílias que residiam a jusante (abaixo) das barragens de rejeitos? Por que as barragens não são seguras? Por que não aplicou o Plano de Segurança e deixou aquelas famílias?
Por que o INEMA liberou a construção da barragem de rejeito nova sem o Estudo de Impacto Ambiental – EIA e sem o Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV?
Por que a Yamana Gold não compensou os 34 (trinta e quatro) hectares desmatados para a construção da nova barragem, recuperando a APP do rio Itapicuru?
Porque a Yamana Gold não destinou 0,50% do valor da obra como Compensação Financeira para as Unidades de Conservação da região? O Parque da Macaqueira podia se tornar realidade com esta Compensação.
A inspeção organizada pelo deputado presidente da Frente Parlamentar de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, por não ter especificado qual o método utilizado pelos técnicos para avaliação foi um engodo.
Afinal de contas, quantos milhões de toneladas de rejeitos têm dispostos na barragem velha?
Se só no ano de 2012 a empresa declara que retirou das serras de Jacobina 116,8 mil onças de ouro e como cada onça equivale a 28.349523125 gramas que gera em torno de 1.420.000 (um milhão e quatrocentos e vinte mil) toneladas de rejeito, o povo quer saber, quantos milhões de toneladas de rejeito estão estocados na barragem de rejeito velha? Porque sabemos que a barragem nova tem capacidade para 13 milhões de toneladas.

A Yamana Gold tem Plano de Segurança de Barragem? Foi apresentado a Frente Parlamentar? O deputado socializou este Plano com as comunidades do entorno da mina e através da entrevista em rádio que ia conceder?

As pessoas que moram no entorno da Mina e os diretamente vulneráveis já passaram por exercícios?

Cadê o Plano de Segurança de Barragens?

Almacks Luiz Silva é colaborador da CPT – Comissão Pastoral da Terra, Membro Titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Membro do Grupo de Acompanhamento do Contrato de Gestão – GACG, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, Membro Titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CONERH.
Socioambientalista graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - UNOPAR
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas  - UFAL e UFS
Extensão em Ações de Gestão para Controle da Poluição em Bacias Hidrográficas - UFBA
Curso de Residência Agrária em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido – UFPB
Consultor Ambiental e dos Recursos Hídricos
CV:  http://lattes.cnpq.br/7821142835631449






BARRAGENS DE REJEITO DA YAMANA GOLD EM JACOBINA


Barragem de Rejeito Nova (segunda barragem)


Barragem de rejeito vista do Pico do Jaragua

A tragédia que aconteceu no município de Mariana – MG  é um evento muito corriqueiro na mineração, porém os empresários são tão frios e desumanos que têm a coragem de dizer em Rede de TV que telefonaram para os moradores que ficam nas comunidades a jusante (abaixo) da barragem. Em Cataguases e em Nova Lima, recentemente, barragens de rejeito se romperam.

Como pode um funcionário pegar um telefone e ligar para mais de 500 moradores após o rompimento de um talude (paredão)? Se não fosse trágico podia analisar como uma cena cômica a cara de pau dos responsáveis pela empresa dizendo que telefonaram.

A Portaria Nº 416 de 03 de setembro de 2012 criou o Plano de Segurança, Revisão Periódica de Segurança e Inspeção Regulares e Especiais de Segurança das Barragens de Mineração, conforme Lei Nº 12.334 de 20 de setembro de 2010. Através do Relatório Anual de Lavra – RAL a empresa informa a situação das barragens, também avaliadas com o Plano de Utilização das Águas – PUA, determinado pelas Resoluções CONAMA Nº 29/2002 e 55/2005.

A segunda Barragem de Rejeito da Yamana Gold em Jacobina – Bahia, tem uma área de 34 (trinta e quatro) hectares, talude (paredão) de 55 (cinquenta e cinco) metros de altura e capacidade para 13 (treze) milhões de toneladas de material.

Você se assombrou com esses números? Fique sabendo que vão ser preciso construir mais 5 (cinco) barragens de rejeito deste porte para suportar a quantidade de material que serão moídos na Planta da Yamana Gold em Jacobina e ficará para o resto da vida o perigo para a população do entorno da mina e de Jacobina.

O NI – 43.101 é um estudo em que as empresas mineradoras precisam para poder colocar suas ações nas Bolsas de Valores, provando o potencial minerário do Empreendimento.
Este documento atesta que o potencial minerário das Minas de Jacobina sob o domínio da Yamana Gold tem o seguinte potencial:

33,9 milhões de toneladas com teor de 2,39 g/t de ouro;
15,8 milhões de toneladas com teor de 3,1 g/t de ouro, perfazendo um total de 59,7 milhões de toneladas de rochas que serão moídas e forçosamente terão que vir para uma barragem de rejeito.


Planta da Yamana Gold em Jacobina


Como a primeira barragem está sendo fechada por ter chegado a sua capacidade máxima e a Barragem Nova, a segunda barragem, só tem capacidade para 13 milhões de toneladas de material, o complexo minerário de Jacobina terá que ter mais 5 (cinco) outras barragens de rejeito para acumular a quantidade de material declarada pela própria Yaman Gold em seu NI – 43.101.

Na cidade de Angra dos Reis, onde estão instaladas as Usinas Nucleares, de quando em vez acontece treinamento do Plano de Evacuação em casos de problemas nas Usinas Angra I e a II em construção.

Nos aeroportos brasileiros, de quando em vez, acontece treinamento de Planos de Segurança e em Jacobina você já foi informado sobre o PLANO que a Yamana Gold tem em caso de rompimento em uma destas 2 (duas) barragens de rejeitos?

Primeiro - A cidade entra em colapso porque a duas barragens estão em nível superior à barragem de captação de água da cidade, assim de primeira mão, teria que ser suspenso o fornecimento de água da maior parte da cidade, porque outra parte recebe água de outros mananciais.

Segundo - O desnível da localização das barragens de rejeito da Yamana Gold e a pequena distância para o centro da cidade logo seria atingida.  O rio (leito do rio Itapicuru) é a parte mais baixa de uma Bacia Hidrográfica.

Almacks Luiz Silva é colaborador da CPT – Comissão Pastoral da Terra, Membro Titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Membro do Grupo de Acompanhamento do Contrato de Gestão – GACG, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, Membro Titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CONERH.
Socioambientalista graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - UNOPAR
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas  - UFAL e UFS
Extensão em Ações de Gestão para Controle da Poluição em Bacias Hidrográficas - UFBA
Curso de Residência Agrária em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido – UFPB
Consultor Ambiental e dos Recursos Hídricos
CV:  http://lattes.cnpq.br/7821142835631449




As misteriosas linhas no deserto do Cazaquistão que podem ser vistas do espaço


Vista do solo, a superfície deserta da região de Turgai, no norte do Cazaquistão, parece bastante sem graça. Mas imagens aéreas de satélites da Nasa (agência espacial americana) revelam gigantescas figuras geométricas – que lembram as famosas linhas de Nazca, no Peru, ou os geoglifos no norte do Chile– que só podem ser reconhecidos vistos de cima.

São quadrados, cruzes e outras formações que se estendem por um terreno que equivale a vários campos de futebol. Segundo pesquisadores, as marcas podem ter sido feitas há cerca de 8 mil anos.

No total – entre montículos, valetas e terraplenagens – há pelo menos 260 traços organizados em cinco formas básicas.
A maior das estruturas, localizada próximo a um antigo assentamento do período neolítico, é um quadrado formado por 101 montículos, cujas esquinas opostas são conectadas por uma cruz em diagonal.

A área combinada desta formação é superior à da grande pirâmide de Quéops, no Egito.
Observatórios – Estes desenhos incomuns foram descobertos em 2007 por Dmitryi Dey, economista e amante da arqueologia, com a ajuda do Google Earth.
Desde então, a origem e a função das formações continuam intrigando os pesquisadores.

“Nunca vi algo assim. (As estruturas) são extraordinárias”, disse Compton J. Tucker, um dos cientistas da Nasa responsáveis pela divulgação das imagens.
Dey, no entanto, não acredita que os desenhos foram criados para serem vistos de cima.

Para ele, o mais provável é que as figuras criadas pelas linhas pontuadas de montículos fossem “observatórios horizontais para acompanhar o movimento do sol nascente”, uma teoria também usada para explicar o propósito de Stonehenge, o famoso monumento de pedra no sul da Inglaterra.

Na pré-história, tribos viajavam para caçar nesta região.
De acordo com Dey, a cultura Mahanzhar, que habitava a região entre os anos 7.000 a.C. e 5.000 a.C., poderia ter criado algumas das formas mais antigas.

Mais fotos – A proposta de Dey põe em dúvida as ideias estabelecidas sobre as culturas nômades pré-históricas, já que até agora se acreditava que os grupos caçadores-coletores não permaneciam tempo suficiente em um lugar para criar estruturas com a escala das que foram encontradas no Cazaquistão.
Além disso, construir estas estruturas requer um grande número de pessoas e implica “um esforço enorme”, explica Giedre Motuzaite Matuzeviciute, arqueóloga da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que visitou o local no ano passado.

Matuzeviciute também resiste em classificar estas linhas de geoglifos, como as linhas de Nazca, no Peru, já que este nome é usado quando o propósito das formações é artístico, e não quando o objeto tem uma função.

Até o momento, o estudo destas estruturas avança a passos lentos e os pesquisadores esperam que a divulgação das fotos da Nasa ajude a aumentar o interesse pelo tema.

A Nasa, por sua vez, certamente está interessada: incluiu a obtenção de imagens como estas na lista de tarefas dos astronautas que estão atualmente a bordo da Estação Espacial Internacional, que esta semana celebra o 15º aniversário de sua ocupação contínua por astronautas. (Fonte: G1)

A cidade onde os pobres pagam dez vezes mais pela água


Um dos mais cruéis paradoxos da desigualdade social em Lima, capital do Peru, se materializa no custo de um bem precioso: os pobres chegam a pagar dez vezes mais do que os ricos pela água. Um simples passeio pelo bairro de Nueva Rinconada reflete tal abismo. Trata-se de um subúrbio pobre, localizado em uma das colinas da cidade.Ali, Lydia Sevillano e seus vizinhos pagam o equivalente a cerca de US$ 25 (R$ 96) por mês pela água que consomem.
O assunto ganhou destaque por causa das reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, realizadas recentemente na capital peruana.Coincidentemente, um dos temas principais desses encontros é a desigualdade.Em Lima, ela se evidencia pelo custo que as famílias de diferentes estratos sociais têm de pagar para ter acesso à água.A água que a família de Lydia usa, por exemplo, não vem da bica.
Ela é trazida por um caminhão-pipa diariamente e abastece cisternas de plástico do lado de fora da pequena casa que abriga a família.
Escolha – Lydia admite deixar de comprar outros produtos essenciais para poder pagar pela água.“Temos que economizar tudo o que podemos”, diz ela. “Mesmo que precisemos cortar a comida de meus filhos, porque não podemos viver sem água”.A poucos metros rua acima, as casas também abrigam famílias numerosas, mas usam materiais de construção ainda mais frágeis.
Ali a mesma água custa três vezes mais do que Lydia paga na base da ladeira.O custo extra é fruto da falta de infraestrutura. Como o caminhão de água demora mais tempo para subir a ladeira ─ que não é asfaltada -, o preço da água sobe.Para evitar ter de pagar mais pelo mesmo bem, a peruana Flor Quinteros, assim como seus vizinhos, carrega rua acima os próprios galões de água.
A ONG britânica Oxfam calcula que uma pessoa pobre em Lima pague dez vezes mais pela água do que alguém que vive em uma zona abastada.Mas não se trata apenas de uma questão financeira.Além de pagar mais caro pela água, os moradores têm de carregá-la elas próprias e vertê-la nas cisternas, que devem estar sempre limpas para evitar contaminação.
Por fim, há o tempo gasto esperando a chegada dos caminhões-pipa – tempo este que poderia ser usado para buscar trabalho, por exemplo.O custo também se reflete nos problemas de saúde resultantes da água contaminada, armazenada às vezes em recipientes mal higienizados.As doenças são rotineiras em Nueva Rinconada. Ali os moradores também estão acostumados com deslizamentos de terra causados por terremotos ou tempestades severas.Nesses casos, paradoxalmente, a água em excesso transforma o bairro em um imenso lamaçal.
‘Muro da vergonha’ – Na parte superior da colina, ergue-se o símbolo máximo da desigualdade social de Lima: um muro de três metros de altura com cerca de arame farpado.
A estrutura foi construída de propósito ─ evitar que Lydia, Flor e suas famílias passem para o bairro do outro lado da pequena montanha. Por causa disso, foi apelidado de “muro da vergonha”.Casuarianas, o bairro do outro lado do muro, é naturalmente um lugar muito diferente.
Ali não há pobreza, mas casas bem construídas com água corrente e vista para o mar.E a água que sai da bica? É barata e suficientemente abundante para encher centenas de piscinas do bairro.Mais abaixo, no centro da cidade, os participantes dos encontros anuais do FMI e do Banco Mundial permanecem reunidos.Nos últimos anos, ambas as organizações vêm destacando o efeito negativo da desigualdade de renda para as economias nacionais. E a prova irrefutável disso está logo acima, nas colinas que cercam a cidade. (Fonte: G1)

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