FRIGORÍFICO – Presente de Grego para a cidade de Miguel Calmon e Jacobina

Foto - crédito Diário da Chapada

No último dia 28 de agosto de 2014, o governador Jaques Wagner, autoridades e cabos eleitorais inauguraram o primeiro frigorífico do Território do Pieomente da Diamantina, na cidade de Miguel Calmon – Bahia.

Segundo as reportagens de diversos blogs e jornais que cobriram o evento, citam que as instalações tem capacidade para abate de 300, outros citam 400 cabeças de bovinos e 200 cabeças de caprinos/ovinos dia.
Como estamos no semiárido e há alguns meses atrás as cidades de Piritiba, Mundo Novo e Miguel Calmon que são abastecidas pela barragem do França formada pelo rio Jacuipe (Bacia do Paraguaçu), que tem uma capacidade de 24.200.000 m3 de água e um espelho de água de 12 km, estava apenas com 7,5% de sua capacidade e as três cidades viviam no maior estres hídrico, porque a citada barragem não garante o consumo das cidades de Piritiba com 24.785 habitantes, Mundo Novo com 26.936 habitantes e Miguel Calmon com 27.627 habitantes.

O IBEAS – Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais indica que fator que mais contribui para geração de efluentes na indústria de carnes, estes contêm alguma quantidade de sangue, proteínas, gordura, sólidos do conteúdo intestinal dos animais ou fragmentos de tecidos, mesmo com o funcionamento satisfatório das caixas de retenção, 80 a 95% da água consumida é descarregada como efluente líquido. Devido à sua constituição, estes despejos são altamente putrescíveis, começando a decompor-se em poucas horas. O consumo de água varia muito de um matadouro e frigorífico para outro, estima-se que para o abate de Bovinos são gastos 900 litros na sala de matança, 1000 litros nas demais dependências (ducharia, triparia, miúdos, sanitários, etc.), 600 litros nos anexos externos (pátios, e currais, incluindo lavagem dos caminhões.) totalizando 2500 litros por cabeça.

Assim o frigorífico que foi inaugurado no dia 28 deve consumir 1 milhão e 50 mil litros de água por dia se operar com sua capacidade publicada pelos blogs e jornais da cidade e região, vejamos a conta:
Quantidade de carcaças
Litros de água por carcaça
Total de litros
300 bovinos
2.500
750.000
200 caprinos ou ovinos
1.500
300.000
Total geral

1.050.000

Nos estudos sobre consumo humano é tomado por base 100 litros de água dia por cada habitante, estimando que a nossa querida (dos outros) EMBASA perde mais de 30% da água captada e tratada em seus famosos vazamentos, entendemos que o frigorífico inaugurado consumirá mais ou menos a metade da água consumida por uma das cidades que são abastecidas pela Barragem do França.
Assim queria deixar a pergunta aos cabos eleitorais que subiram no palanque para inaugurar o frigorífico se a seca continuar a Barragem do França terá água para abastecer as três cidades e mais o Frigorífico que consome a metade do volume que uma destas cidades consome?

O consumido final baiano paga a EMBASA o valor de R$ 20,90 (vinte reais e noventa centavos) por 10 m3 de água mês, o frigorífico que vai consumir 31.500 m3 mês vai pagar R$ 65.835,00 (sessenta e cinco mil, oitocentos e trinta e cinco reais) de água no mês, ou o povo vai subsidiar a água para os empresários ganhar o dinheiro?

Lembre –se ainda que a qualquer hora o serviço de tratamento de água do frigorifico vai saturar ou romper e todo este esgoto vai passar pelo centro da cidade de Jacobina e cair na Barragem de Pedras Altas para a própria EMBASA vender a água para mais de 500 mil pessoas da região do Sisal, porque as águas de Pedras Altas, hoje contribui com 40% da água que saia da Barragem de São José e pelo salinamento de suas águas precisa da adição das águas da Barragem de São José.

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