Créditos:
(A) NOAA Laboratory for Satellite Altimetry;
(B) Colorado Center for Astrodynamics Research (www.sealevel.colorado.edu) (E. Leuliette, R. Nerem, G. Mitchum, Mar. Geod. 27, 79 (2004).);
(C) C. Landsea, G. Vecchi, L. Bengtsson, T. Knutson, J. Clim. 34, (2010);
(D) National Snow and Ice Data Center, Boulder, CO
(A) NOAA Laboratory for Satellite Altimetry;
(B) Colorado Center for Astrodynamics Research (www.sealevel.colorado.edu) (E. Leuliette, R. Nerem, G. Mitchum, Mar. Geod. 27, 79 (2004).);
(C) C. Landsea, G. Vecchi, L. Bengtsson, T. Knutson, J. Clim. 34, (2010);
(D) National Snow and Ice Data Center, Boulder, CO
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] A primeira síntese abrangente sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre os oceanos planete demonstra um ritmo de mudanças sem equivalente por milhões de anos.
Em um artigo [The Impact of Climate Change on the World’s Marine Ecosystems] publicado na revista Science, os cientistas revelam que a crescente concentração atmosférica de gases de efeito estufa, produzidos pelo homem , provocam alterações irreversíveis e dramáticas no funcionamento do oceano, com impactos potencialmente desastrosos para centenas de milhões de pessoas em todo o planeta.
As conclusões do relatório “The Impact of Climate Change on the World’s Marine Ecosystems” surgiu a partir de uma síntese das pesquisas mais recentes sobre os oceanos do mundo, realizada por dois dos principais cientistas marinhos do mundo, um da Universidade de Queensland, na Austrália e outro da Universidade de North Carolina em Chapel Hill, nos EUA.
Professor Ove Hoegh-Guldberg, principal autor do relatório e Diretor do Global Change Institute, da Universidade de Queensland, diz que os resultados têm implicações enormes para a humanidade, sobretudo se a tendência continuar.
Ele disse que o oceano da Terra, que produz a metade do oxigênio que respiramos e absorve 30% das emissões de CO2 geradas pelo homem, é equivalente ao seu coração e pulmões. “Muito claramente, a Terra não pode ficar sem o mar. Este estudo mostra, contudo, sinais preocupantes com a sua saúde. É como se a Terra fumasse dois maços de cigarros por dia!”
Ele disse, ainda, que: “Estamos entrando em um período em que os serviços do oceano, dos quais muito depende a humanidade, está passando por grandes mudanças e, em alguns casos, começando a falhar. A degradação continuará a criar enormes desafios e custos para as sociedades em todo o mundo.”
Ele alertou que poderemos ver, em breve , “repentinas e inesperadas mudanças, que têm graves consequências para o bem-estar dos seres humanos”, incluindo a capacidade do planeta em termos de suporte de vida. “Esta é mais uma prova que estamos no caminho para o próximo grande evento de extinção”.
As “fundamentais e abrangentes” mudanças para a vida marinha, identificadas no relatório, incluem rápido aquecimento e acidificação dos oceanos, mudanças na circulação da água e a expansão de zonas mortas nas profundezas do oceano.
Tais mudanças causam alterações importantes nos ecossistemas marinhos: menos abundantes recifes de coral, ervas marinhas e mangues (viveiros de peixes importantes); redução do número de peixes pequenos, com uma quebra de cadeias alimentares, alterações na distribuição da vida marinha e mais frequentes doenças e pragas entre organismos marinhos.
Coautor do relatório, Dr. John F. Bruno, professor adjunto na Universidade da Carolina do Norte, diz que as emissões de gases com efeito de estufa estão modificando muitos aspectos físicos e geoquímicos dos oceanos do planeta, de maneira “sem precedentes em quase um milhão de anos. Isso está causando mudanças fundamentais e abrangentes para a forma como os ecossistemas marinhos funcionam”.
“Estamos cada vez mais certos de que os ecossistemas marinhos do mundo estão se aproximando de um ponto sem retorno, com resultados potenciais dos quais não temos qualquer poder ou modelo para prever.”
Os autores concluem: “Esses desafios ressaltam a urgência com que os líderes mundiais devem tomar medidas para limitar o crescimento adicional de gases de efeito estufa e, consequentemente, reduzir o risco de ocorrência desses eventos. Ignorar a ciência não é uma opção.”
Em seu estudo, os pesquisadores tentaram resolver uma lacuna em estudos anteriores, que, muitas vezes, ignoraram os efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos, devido ao fato de que elas são complexas e podem ser logisticamente difíceis de estudar.
The Impact of Climate Change on the World’s Marine Ecosystems
Hoegh-Guldberg and Bruno
Science 18 June 2010: 1523-1528
DOI: 10.1126/science.1189930
Hoegh-Guldberg and Bruno
Science 18 June 2010: 1523-1528
DOI: 10.1126/science.1189930
Por Henrique Cortez, do EcoDebate, 21/06/2010, com informações de Rob Mackay-Wood, Global Change Institute
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