SERRA DO CURRAL corre RISCO DE DESMORONAR devido à MINA DE ÁGUAS CLARAS?

Hoje, dia 30, um dos assuntos da pauta da reunião da Unidade Regional Colegiada do Rio da Velhas é o licenciamento da Vale S/A no qual a empresa requereu autorização para intervenção ambiental em áreas da Mina de Águas Claras onde são necessárias medidas de estabilização e recuperação.

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Mina de Águas Claras


Segundo documento do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (anexo), “ficou evidente que a instabilidade existente na área, gerando inclusive situações de risco, decorreu da não implementação das medidas de recuperação previstas em projetos apresentados pela empresa, inclusive no PAFEM, que encontra-se com execução em atraso. A implementação de ações pontuais tem se revelado inócua para contenção da ampliação do passivo ambiental existente”.

No dia 29/5/2013, o Estado de Minas publicou matéria “Parque recém inaugurado na Serra do Curral tem acesso restrito por risco de desmoronamento”, na qual é mencionada uma nota da Vale que informou “que está fazendo a recuperação ambiental da Mina de Águas Claras, como o local é conhecido, seguindo o plano de fechamento protocolado no órgão ambiental.”
Diante desta situação, nos perguntamos:

Que recuperação ambiental é esta que a Vale apresenta e que traz uma situação de risco à Serra do Curral – patrimônio e cartão postal – e aos belohorizontinos?  
Lembramos que, em 20/6/2007, a Revista Isto É Dinheiro publicou matéria na qual a Vale ia construir o Projeto Águas Claras, “um gigantesco complexo empresarial” que seria erguido em 1,9 milhão de metros quadrados, cuja “idéia surgiu com o esgotamento da Mina de Águas Claras [...] onde foram explorados cerca de 300 milhões de toneladas de minério de ferro entre 1973 e 2002”.

Nessa matéria estão duas falas do diretor-presidente da MBR na época, Wilfred Bruijn: “A mineração é um uso temporário do solo. Depois da atividade mineraria, a área deve ser recuperada e ter uma nova utilização” e “É um exemplo na recuperação e no reaproveitamento do solo que pode se tornar referência no setor”.
Referência no setor de recuperação e reaproveitamento do solo depois da atividade minerária?

Esta é a chamada “mineração sustentável”, com responsabilidade ambiental e social? 
E a Vale ainda diz que “O que é importante para Minas, é importante para a Vale”.
É PARA ESTA ATIVIDADE ECONÔMICA QUE NOSSOS GOVERNOS E POLÍTICOS QUEREM ENTREGAR TODAS AS NOSSAS SERRAS, CERRADO, ÁGUAS, GENTE E FUTURO?
Se recebermos mais informações a respeito desta situação com a serra do Curral, enviaremos novo comunicado.

MOVIMENTO PELAS SERRAS E ÁGUAS DE MINAS (MovSAM)

Procuradora-geral da República pede nulidade dos trechos da legislação ambiental da Bahia

Procuradora-geral da República pede nulidade dos trechos da legislação ambiental da Bahia
Sandra Cureau ingressou com ação no STF | Foto: Divulgação
A procuradora-geral da República em exercício, Sandra Cureau, ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de nulidade dos trechos da legislação ambiental na Bahia que liberaram a perfuração de poços tubulares nos cursos de águas subterrâneas sem necessidade de autorização prévia por órgãos do poder público, a chamada outorga. O projeto que alterou as leis de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do estado, enviado pelo governo, foi aprovado pela Assembleia Legislativa (AL-BA).  No processo, Sandra Cureau diz que a modificação, avalizada pelos deputados estaduais em 2011, representa um “flagrante retrocesso social”, e abre brechas para o descontrole do uso da água. Ela também pediu a suspensão dos artigos que tiraram o poder de decisão dos comitês das Bacias Hidrográficas, órgãos integrados por representantes da administração estadual, usuários de recursos hídricos e membros da sociedade civil. Ao STF, a segunda na hierarquia do Ministério Público Federal (MPF) afirmou que, após a aprovação da lei, as perfurações subterrâneas ocorrem “à margem de qualquer controle público social”. Na ação, distribuída ao ministro Teori Zavascki, a procuradora anexou relatos e estudos sobre o surgimento recente de grandes fendas no município de Lapão, no norte baiano.

CADÊ O "ÁGUA PARA TODOS" NO SALITRE?

CARTA ABERTA

CADÊ O “ÁGUA PARA TODOS”?

Água para o agrohidronegócio

No dia 22 de março deste ano o governador Jaques Wagner, o prefeito Isaac Carvalho, e tantas outras autoridades políticas e representantes de órgãos da região estiveram na comunidade de Campo dos Cavalos, no Vale do Salitre, para inaugurar sistema de Abastecimento através do Programa “Água para Todos”. Porém, até hoje, 22 de julho (04 meses depois), nosso povo não tem água nas torneiras, a população espera pelo precioso líquido que chega a cada quinze dias, geralmente na sexta à tarde e à noite já não tem mais.
Os canos que levariam a água do Rio São Francisco até a comunidade de Juá (nesta primeira etapa) estão estourando e há vagas informações de que uma empresa está fazendo a revisão da encanação. Quanto descaso! Como inaugurar uma obra inacabada, sem nenhuma garantia de seu funcionamento mínimo? É o dinheiro público, pago por nossos impostos, indo pelo ralo.
O Senhor Manoel Lima, superintendente da Codevasf, alega que em algumas comunidades a pouca água que chega é usada para encher cisternas, mas a verdade é que as pessoas precisam de água e só querem apenas que o abastecimento se regularize, o que já era esperado visto que quando se inaugura uma obra esta deve (ou pelo menos deveria) estar em pleno funcionamento.
Nas comunidades, o Programa já ganhou vários apelidos: “Água para alguns”, Água para poucos” , “Água de meio de caminho” e “Água para nenhuns”.  Enquanto isso, a população permanece sem muita informação. Ninguém sabe quando a encanação estará pronta para suportar a água, nem como será o sistema de tratamento desta da mesma, a forma de cobrança,  a limpeza das caixas implantadas nas comunidades.
Governo do Estado, Codevasf, Prefeitura, Saae, até quando o nosso povo passará por esse descaso, falta de compromisso e de respeito?
Talvez esteja faltando irmos para as ruas, ocuparmos a prefeitura, a Câmara, a Codevasf, exigir que nossos direitos sejam garantidos. Está na hora de gritar para a sociedade o nome de determinadas autoridades que fazem pouco caso da nossa região, que enxergam e querem manter o Salitre como curral eleitoral.
Queremos uma audiência pública no Salitre com a presença do Poder Executivo, Legislativo e Órgãos como a Codevasf, o Saae, o Exército, para discutir o abastecimento humano de nossas comunidades e todas as questões relacionadas, a exemplo do saneamento. Chega do nosso povo ter de ir atrás de informações na sede do município. Queremos que estas entidades venham até nós, ouvir o que temos a dizer e responder o que queremos saber.
Estamos acordados! E que esta alerta sirva para que os órgãos responsáveis pelo funcionamento do “Água para Todos” tomem providências.


Associação Comunitária e Agrícola do Médio Salitre

Código da Mineração: a urgência é do mercado. Entrevista especial com Carlos Bittencourt

“A única urgência na cabeça dos formuladores da proposta é captar urgentemente um pouco mais de royalties para o Estado e garantir que as empresas sigam tendo enormes lucros no setor”, adverte o pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas  Ibase.
www.goodyearep.com.br
Confira a entrevista.
A votação em regime de urgência do novo Código da Mineração demonstra a “a velha (ir-)razão patrimonialista e autoritária do Estado brasileiro”, declara Carlos Bittencourtà IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Se as propostas de alteração do Código da Mineração estão sendo debatidas “em sigilo” há quatro anos, “por que o poder Legislativo e a sociedade civil terão apenas 90 dias (45 dias em cada Casa Legislativa) para debater e chegar a conclusões?”, questiona. Para ele, o regime de urgência demonstra a postura do Estado brasileiro “contra o debate e a participação da cidadania”.
De acordo com Bittencourt, os movimentos sociais e representantes da sociedade civil não tiveram acesso à proposta do novo Código da Mineração. “O governo recebeu alguns movimentos já às vésperas da apresentação da proposta, mas não publicizou o texto e nem se comprometeu com as reivindicações que vinham da sociedade civil”, informa. Por outro lado, lamenta, “as empresas conseguiram negociar detalhes da proposta antes do seu envio ao Congresso, como, por exemplo, a questão da taxação especial e a alíquota dos roylaties. Isso mostra que os interessados não foram tratados de forma equitativa, dando-se prioridade ao setor empresarial”.
Na avaliação do pesquisador, o novo Código da Mineração é “desumano”, pois não considera as condições de trabalho dos trabalhadores, nem a situação dos afetados pela mineração. “Mais uma vez fica claro que é a regulação de um negócio e não de uma atividade com todas as suas implicações”, assinala. E dispara: “O Código trata a mineração apenas como um negócio. Nem sequer considera que está regulando um bem comum natural, finito e não renovável. Nesse sentido, penso que o Código da Mineração pode ter uma dimensão mais perversa do que o Código Florestal, pois se trata de ações irreversíveis”.
Carlos Bittencourt é historiador e pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas  Ibase.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Por quais razões o projeto de lei que propõe a substituição do Código da Mineração será votado em regime de urgência no Legislativo?
leftfocus.blogspot.com
Carlos Bittencourt  Do ponto de vista da sociedade civil e da razão democrática, não há qualquer razão. A única (ir-)razão aparente para a apresentação da proposta em regime de urgência é a velha (ir-)razão patrimonialista e autoritária do estado brasileiro. O motivo, mais do que a razão, é o impedimento do debate público, do envolvimento da cidadania brasileira nesta decisão tão importante e que envolve a todos.
O Código atual é de 1967, o governo vem debatendo a nova proposta há quatro anos. Mas por que agora o poder Legislativo e a sociedade civil terão apenas 90 dias (45 dias em cada Casa Legislativa) para debater e chegar a conclusões? Durante os quatro anos de sua elaboração, a proposta foi mantida em sigilo. Olhando dessa perspectiva, só é possível ver o regime de urgência como um ato contra o debate e a participação da cidadania.
E a resposta à pergunta sobre a razão pela qual se quer evitar o debate me parece mais simples: para não se encarar o quanto a estratégia pública e privada da exploração mineral brasileira está baseada na dilapidação dos territórios, das reservas nacionais de minérios e na reprimarização da nossa economia. Se há urgência, ela é a urgência do mercado. A democracia exige ritmos de debates completamente distintos dos ritmos do mercado.
IHU On-Line  Qual a urgência em alterar o Código?
Carlos Bittencourt  Como disse, a alteração da lei precisa respeitar os tempos e os ritmos da democracia. Há muitas urgências envolvendo o debate da mineração no Brasil e para saná-las é necessário um amplo debate público envolvendo o conjunto da cidadania brasileira e, especialmente, aqueles e aquelas que são afetados cotidianamente pela mineração. É urgente encararmos de frente os problemas causados pela mineração.
Por exemplo, alguém sabe que a mineração consumiu em 2012, segundo dados incompletos da Agência Nacional de Águas, cerca de cinco quatrilhões de litros de água através de seus pedidos de outorgas? E que mais uma quantidade não mensurada foi consumida nos processos de drenagem das minas, que quanto mais se aprofundam mais atingem as águas subterrâneas e locais de armazenamento geo-hidrológico. E que, por fim, um sem número de rios, mananciais e águas subterrâneas foram contaminadas em níveis extraordinariamente superiores aos permitidos pela Organização Mundial de Saúde, com substâncias como o mercúrio, o cianureto e as drenagens ácidas?
O número de famílias que estão sendo direta e indiretamente afetadas pela mineração é a cada ano maior. São pessoas que têm de deixar os locais onde viviam há décadas, às vezes séculos; que sofrem com a logística da mineração; cidades que sofrem gigantescos fluxos migratórios para a instalação das minas que quando iniciam sua operação não empregam sequer a terça parte dessa mão de obra inicial, causando uma crise nos serviços públicos locais e instituindo o problema da prostituição, inclusive infantil.
Também é urgente sair desse modelo que, impulsionando irrefletidamente a extração mineral, torna nossa economia cada vez mais primária exportadora, dependente dos voláteis preços das commodities minerais, o que pode, de uma hora para a outra, fazer enormes danos econômicos às contas públicas, como agora está se verificando com o crescente déficit da balança comercial brasileira.
Nenhuma dessas preocupações foi levada a sério na proposta do novo Código da Mineração, o que me faz crer que a única urgência na cabeça dos formuladores da proposta é captar urgentemente um pouco mais de royalties para o estado e garantir que as empresas sigam tendo enormes lucros no setor. A urgência é a urgência do mercado.
IHU On-Line  Como estão ocorrendo as negociações para alterar o Código da Mineração e que setores da sociedade participam?
Carlos Bittencourt  Esse foi um processo superfechado. O professor da UFJF, Rodrigo dos  Santos, analisou os dados que o governo divulgou sobre a participação no processo de elaboração da proposta. De acordo com ele, participaram das discussões 189 representantes diferentes, sendo, em sua grande maioria, representantes ministeriais: Ministério de Minas e Energia  MMEMinistério do Meio Ambiente  MMAMinistério da Ciência e Tecnologia  MCT e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior  MDIC. Em menor número estiveram presentes representantes da Vale S.A. e do Ibram. Já os sindicatos, movimentos sociais e ONGs setiveram praticamente ausentes nessas discussões.
Apesar de os movimentos sociais lançarem a campanha “Queremos debater o novo Código da Mineração”, até a sua apresentação ao Congresso não se teve sequer acesso à proposta. O governo recebeu alguns movimentos já às vésperas da apresentação da proposta, mas não publicizou o texto e nem se comprometeu com as reivindicações que vinham da sociedade civil.
É sabido que as empresas tiveram acesso à proposta, conforme foi divulgado na imprensa e em seminários do setor empresarial. As empresas conseguiram negociar detalhes da proposta antes do seu envio ao Congresso, como, por exemplo, a questão da taxação especial e a alíquota dos roylaties. Isso mostra que os interessados não foram tratados de forma equitativa, dando-se prioridade ao setor empresarial.
IHU On-Line  É preciso alterar o Código da Mineração, considerando que foi elaborado há 40 anos?
Carlos Bittencourt  Sim, é preciso. O Código atual foi elaborado pela ditadura e traz consigo as marcas desse período autoritário, tanto do ponto de vista da sua forma política como na maneira de entender os territórios e territorialidades.
Por exemplo, na época da elaboração do Código atual, o Brasil não era signatário da Convenção 169 da OIT, que garante às comunidades indígenas e tradicionais o direito de serem consultados previamente de forma livre e informada sobre a instalação de grandes empreendimentos em seus territórios. Hoje o Brasil é signatário e deveria obrigatoriamente levar isso em conta.
Naquela época, todo o debate sobre direitos da natureza, mudanças climáticas, bens comuns, se encontrava muito incipiente. Hoje já se sabe dos impactos potenciais de seguir desenvolvendo esse modelo de extrair mais, produzir mais, consumir mais e jogar mais coisas no lixo. Está claro que vivemos em um mundo finito, onde não é possível seguir crescendo infinitamente.
Por fim, uma mudança fundamental e necessária em um período democrático é construção de vias de acesso para a cidadania influir no planejamento do setor. É óbvio que o debate sobre se o minério de ferro brasileiro vai acabar em 80 ou 600 anos é do interesse de todos. Sob o marco da nova Constituição Federal, chamada por muitos de Constituição Cidadã, devemos construir um código da mineração mais democrático do que o apresentado pelo marechal Humberto de Alencar Castello Branco.
IHU On-Line  Quais são as propostas do atual projeto de lei que propõe alterar o Código da Mineração?
Carlos Bittencourt  Há basicamente modificações significativas em três dimensões na proposta atual frente à antiga. Uma mudança processual, uma fiscal e uma organizativa.
A primeira diz respeito ao processo de concessão dos direitos minerários e significa uma melhora com relação ao Código atual. O mecanismo de prioridade, onde quem faz o requerimento minerário primeiro (mesmo pessoas físicas) fica com a licença para pesquisas e explorar os minérios, será substituído por um sistema de emissão de licenças similar ao modelo de concessões petrolíferas, onde o governo estabelece os blocos a concessionar e as empresas concorrem para conseguir a operação nessas áreas.
Outra mudança diz respeito à arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais CFEM, que poderá ter alíquota máxima de 4% e incidirá sobre a receita bruta das empresas. Atualmente a CFEM incide sobre a receita líquida. Infelizmente, aqui houve um recuo importante do governo frente às empresas, pois abaixou a alíquota máxima de 6% para 4% e retirou da proposta a taxação especial para minas de alta lucratividade.
O governo propõe a extinção do Departamento Nacional de Produção Mineral e a sua substituição por uma Agência Reguladora, que se responsabilizaria pela normatização e fiscalização do setor. Cria também o Conselho Nacional da Mineração, composto apenas por ministros indicados pelo presidente da República e dá mais poderes para oServiço Geológico Nacional  CPRM na pesquisa e gestão das informações geológicas do Brasil.
Acredito que algumas dessas mudanças apontam em um sentido positivo, de um pouco mais de controle público sobre a operação privada do setor. Mas pensando a questão da mineração em seu conjunto e mesmo comparando com as normativas de outros países, vemos que essas medidas são bastante insuficientes.
IHU On-Line  Quais são suas principais críticas ao projeto de lei que propõe alterar o Código da Mineração?
Carlos Bittencourt  O Código trata a mineração apenas como um negócio. Nem sequer considera que está regulando um bem comum natural, finito e não renovável. Nesse sentido, penso que o Código da Mineração pode ter uma dimensão mais perversa do que o Código Florestal, pois se trata de ações irreversíveis. Em certa medida, em um governo menos dominado pelos ruralistas, poder-se-iam alterar os limites de proteção das florestas para uma área maior do que a anterior às mudanças propostas no Código Florestal e, com o passar do tempo, reflorestar essas áreas. Com a mineração não. Não há segunda safra na mineração. O que se avançar sobre as reservas de minérios do país, exportando-as, será um avanço irrecuperável.
Outra crítica tão importante quanto à primeira é que não há qualquer menção a pessoas ou comunidades na proposta: é um código desumano, por assim dizer. As pessoas não aparecem nem como trabalhadores de um dos setores econômicos que mais mata, mutila e enlouquece seus operários, nem como os afetados pela mineração nos territórios que têm suas roças inviabilizadas pela contaminação das águas ou pela apropriação do solo. Mais uma vez fica claro que é a regulação de um negócio e não de uma atividade com todas as suas implicações.
Um terceiro problema, que complementa e intensifica os anteriores, é a total privatização dos bens naturais. Após a privatização do Sistema Mineral Brasileiro na década de 1990, os recursos minerais apenas formalmente são bens da União, enquanto não estão sendo explorados. Quando se inicia a exploração mineral, quem decide como, quanto e em que ritmo os minérios devem ser extraídos são as empresas privadas, levando em conta apenas as dinâmicas do mercado. Em muitos casos são empresas estrangeiras que determinam o planejamento sobre a produção mineral como, por exemplo, na extração de ouro, na qual 80% da extração é feita por empresas de fora do país. Não há um controle público sobre a extração e isso dificulta que os benefícios advindos daí retornem para a sociedade brasileira.
IHU On-Line  Quais são as reivindicações do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração?
Carlos Bittencourt  A reivindicação número 1 é a retirada do regime de urgência. Se o governo mantém a proposta tramitando nesse regime, interpretaremos como uma falta de compromisso com o diálogo e o debate. A manutenção do regime de urgência inviabiliza a participação da cidadania e das comunidades afetadas na discussão.
Até aqui elaboramos sete pontos mínimos que, acreditamos, devem ser inseridos no debate. São eles: Democracia e transparência na formulação e aplicação da política mineral brasileira; direito de consulta, consentimento e veto das comunidades locais afetadas pelas atividades mineradoras; definição de taxas e ritmos de extração, de acordo com planejamento democrático; delimitação e respeito a áreas livres de mineração; controle dos danos ambientais e estabelecimento de Planos de Fechamento de Minas com contingenciamento de recursos; respeito e proteção aos Direitos dos Trabalhadores; garantia de que a Mineração em Terras Indígenas respeite a Convenção 169 da OIT e esteja subordinada à aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas.
Essas propostas vêm dos territórios afetados, dos movimentos sociais do campo e da cidade, de pensadores de nossas universidades e ONGs, que compõem o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração. Diz respeito a questões muito concretas envolvendo a mineração no país. Em torno delas temos debatido e apresentado emendas ao projeto na Câmara Federal. É evidente que esses são temas que não podem ficar de fora e representam muitas entidades e movimentos sociais do Brasil.

Conceição do Mato Dentro quer paralisar mineração na cidade

Apelo foi feito durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, realizada nesta sexta (5), no município.

Dentre as denúncias apresentadas, estão a de grilagem de terras, assoreamento de córregos e rios, coação da população e destruição do meio ambiente
Dentre as denúncias apresentadas, estão a de grilagem de terras, assoreamento de córregos e rios, coação da população e destruição do meio ambiente - Foto: Alair Vieira
A população de Conceição do Mato Dentro (Região Central do Estado) quer a paralisação do projeto Minas-Rio, desenvolvido pela mineradora Anglo American na cidade. As denúncias dos prejuízos econômicos, sociais e ambientais provocados pelo empreendimento foram abordadas em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta sexta-feira (5/7/13), no município.
“Queremos a paralisação já”, resumiu o representante do Movimento dos Atingidos de Conceição do Mato Dentro, Lúcio Guerra Júnior, aclamado por moradores que lotaram o plenário da Câmara Municipal, onde foi realizada a reunião. “A hora é agora, que venha para a audiência o representante da mineração, o secretário de Meio ambiente”, provocou o representante do Movimento Pelas Serras e Águas de Minas, Gustavo Tostes Grazzinelli, dirigindo sua fala ao presidente mundial da empresa que estava na cidade, visitando o projeto.
Dentre as denúncias apresentadas pelos convidados, estão a de grilagem de terras, assoreamento de córregos e rios, coação da população e destruição do meio ambiente. Todos também reclamaram que não conhecem o processo de licenciamento da empresa. “Um empreendimento que tem 340 condicionantes não pode ser coisa boa”, ironizou o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).
Parlamentares estimularam manifestações e protestos contra as atividades da mineradora
Parlamentares estimularam manifestações e protestos contra as atividades da mineradora - Foto: Alair Vieira
A deputada Luzia Ferreira (PPS) lembrou que as denúncias já foram objeto de audiência pública da comissão, em maio, em Belo Horizonte. E reclamou que nenhuma resposta foi apresentada pela empresa ou pelo governo acerca dos requerimentos que foram encaminhados solicitando informações. Ela defendeu a pressão da população para que seja dada uma solução ao problema, lembrando da força das manifestações que assolaram o País e destravaram projetos que estavam há anos no Congresso. "Defendo o desenvolvimento, a geração de emprego, mas é preciso que as empresas tenham responsabilidade social e ambiental. É preciso pensar no ser humano em primeiro lugar".
O deputado Rogério Correia (PT) e o deputado federal Padre João (PT-MG) também estimularam manifestações e protestos contra as atividades e os abusos da mineradora. "Ou se faz um movimento real, ou os problemas vão se tornar ainda maiores", advertiu Correia. "É preciso ir às ruas e pautar questões como estas", completou Padre João.
Anglo American é acusada de promover invasões ilegais e ameaçar proprietários de terras
 
 
 
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Moradores querem fechar mineradora na Região Central do Estado
Lúcio denunciou que a empresa invade propriedades, impede moradores de entrarem em suas próprias terras, exerce coação para que outros vendam suas propriedades. A professora aposentada Maria das Graças Drummond Andrade denunciou que a empresa invadiu parte de seu sítio Quinta Vista Bela, no município de São Domingos do Prata, e provocou erosões e danos na propriedade, desvalorizando-a. Em 14 maio, segundo ela, 25 caminhões e 15 seguranças da mineradora invadiram seu sítio, ameaçando se apropriar de uma área ainda maior. Ela contou que conseguiu o apoio da polícia para impedir a invasão.
A moradora Rita Rodrigues denunciou que a empresa comprou propriedades vizinhas a seu sítio e os seguranças estão impedindo-a de entrar na própria casa. Diante da denúncia, o deputado Durval Ângelo solicitou à Polícia Militar e ao representante do Ministério Público que seja assegurado a ela o direito de ir e vir.
Segundo a professora da PUC-MG, Denise de Castro Pereira, muitas outras invasões já foram registradas. Ela lamentou o descuido, também, com o espaço público. Segundo ela, um campo de futebol está sendo usado como estacionamento pela empresa. Outros moradores reclamaram de indenizações muito abaixo dos valores dos imóveis. Foi geral, também, a reclamação contra a convivência dos órgãos ambientais e do próprio Estado a favor da multinacional.
O advogado da empresa, Rodolfo Luiz Xavier Virgílio, negou todas as informações. Abaixo de vaias, ele assegurou que não há grilagens e que todas as propriedades foram compradas pela empresa de maneira legal. O deputado Rogério Correia afirmou que há denúncias de que a mineradora adquiriu propriedades da MMX que foram comprados de maneira suspeita por uma empresa “laranja”, a Borba Gato que se passava por uma empresa supostamente agropastoril.
Rogério Correia afirmou que denúncias semelhantes às relatadas em Conceição do Mato Dentro são recorrentes em todas as cidades onde há a atividade de mineração. "A mineração virou atividade sem lei", desabafou. Segundo ele, o empreendimento da Anglo American foi aprovado pelo governador Aécio Neves, para "agradar" o então responsável pelo projeto na época, o empresário Eike Batista, e o atual vice-governador Alberto Pinto Coelho, cuja base política é no município. "Passam por cima de todos esses problemas em nome de interesses políticos", acusou.
Participantes fazem relatos de danos provocados na cidade
Auditório Câmara Municipal de Conceição de Mato Dentro
Auditório Câmara Municipal de Conceição de Mato Dentro - Foto: Alair Vieira
O secretário municipal de Meio Ambiente, Sandro Heleno Lage da Silva, fez uma comparação entre as condições da cidade atualmente e como era há seis anos, antes da implantação da Anglo American. “Antes tínhamos um aterro sanitário controlado, hoje temos um lixão a céu aberto; antes tínhamos muitas unidades de conservação e hoje estão sendo depredadas. É preciso uma força-tarefa para salvar Conceição”, disse ele.
“Este é um projeto satânico, do capeta”, esbravejou o frei Gilvander. Ele citou um versículo da bíblia, “o espírito de Deus paira sobre as águas”, para acusar a Anglo American de estar cometendo um pecado capital. “Estão dizimando as águas e pisando na cidade”, condenou.
A poluição dos mananciais de água da cidade também foi lamentado pelo promotor de Justiça da Comarca de Conceição do Mato Dentro, Marcelo Mata Machado Leite Pereira, que considerou este dano de valor intangível. “Não se pode mais tomar banho no rio. E isso está marcado no coração de cada uma dessas pessoas que está aqui”.
Marcelo Leite afirmou que o Ministério Público tem tentado, sem sucesso, resolver o problema. Já ajuizou ações contra o licenciamento de operação, contra o fracionamento das licenças e, no ano passado, conseguiu, liminarmente, suspender por seis meses o projeto. Lamentou que no Tribunal de Justiça, no entanto, as ações foram derrotadas.
O promotor afirmou que a cidade não está preparada para receber o projeto minerário. Mais de 8 mil pessoas chegaram à cidade para trabalhar na empresa – o que pode ser notado nas ruas pelo expressivo número de pessoas usando o uniforme da mineradora. Segundo Marcelo Leite, em função do excesso de pessoas, houve piora nos serviços públicos, como do hospital. “A desordem urbana é total”, reclamou. A presidente da Câmara, vereadora Ivete Santa Bárbara, também confirmou que os cidadãos atingidos pelo projeto não estão vendo respeitados seus direitos fundamentais, como a integração física e moral - aludindo às ameaças e desmandos da empresa que foram denunciadas na reunião.
A delegada da cidade, Helena Torumi Viana Mata, reforçou a ideia do despreparo da cidade. Segundo ela, após a instalação da empresa, os aluguéis residenciais apresentaram uma alta descontrolada de preços, prejudicando a população. Ela citou alguns policiais, tanto civis quanto militares, que estão sendo despejados porque já não conseguem pagar os valores. Ela citou um incidente ocorrido quarta-feira (3/7), quando operários queimaram galpões da empresa que eram usados como dormitórios. Segundo ela, a polícia não reagiu contra os manifestantes, mas foi recebida a pedradas. Os responsáveis pelo incêndio estão sendo investigados.
Código minerário - O deputado Durval Ângelo lembrou que é preciso que a população se mobilize contra o Projeto de Lei 5.807, que tramita no Congresso Nacional em regime de urgência. O projeto trata do Código Minerário que, segundo o deputado, só beneficia as empresas. “É o código das mineradoras. Precisamos, sim, de um marco minerário, mas é preciso que seja discutido com a sociedade”, afirmou.
O deputado federal Padre João também se posicionou contra o projeto. A sugestão do parlamentar é que seja retirado o regime de urgência, para que a proposição seja amplamente discutida.
Requerimentos - Durante a reunião, foram aprovados vários requerimentos solicitando investigação das denúncias e das condições de trabalho na empresa e providências às autoridades ambientais, policiais e judiciais para solucionar os problemas apontados.

LAS PIRÁMIDES DE CRISTAL -TRIÁNGULO DE LAS BERMUDAS

Los que investigamos y buscamos lo desconocido, siempre nos sentiremos atraídos por el mar, por esa gran inmensidad que esconde en sus profundidades grandes secretos.
Esta investigación se basa en unas recientes noticias, no es simple especulación , estamos hablando de algo que se ha descubierto y constatado su existencia.


cuba

El 23 octubre del 2012 , de acuerdo con Prensa Latina, los científicos  Paul Weinzweig y Pauline Zalitzki informaron del descubrimiento a los medios de comunicación. Según los datos iniciales, la ciudad estaría a 700 metros de la costa oriental de la isla y cabe dentro del Triángulo de las Bermudas.
Las imágenes que os mostramos fueron tomadas por el robot que enviaron, y cartografió el suelo marino. Se han encontrado 4 pirámides de enorme dimensión, una de ellas particularmente presenta una estructura cristalina. También se han hallado esfinges y otras estructuras fusiformes debido al tiempo y la erosión del mar. Lo que más ha interesado a la comunidad científica han sido las escrituras y simbologías encontradas en las estructuras, y se ha podido identificar sobre el periodo preclásico de la historia americana central, similar a la avanzada cultura Teotihuacan.

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Lo extraño del asunto es que, han sido anunciadas al mundo como auténticas pero la repercusión ha sido mínima, es extraño que fuera así. Investigando sobre esto, encontré información que apunta sobre el descubrimiento de estas pirámides, en los años 60, concretamente cuando se produjo la crisis de los misiles cubanos. La inspección del fondo marino llevó a los americanos a encontrar esta ciudad sumergida, apropiarse de los objetos saqueándola, y ocultando dicho descubrimiento hasta nuestros días.Pero , de ser así ¿Para qué han querido ocultarlo? , algo más encontrarían.
Se dice que podría tratarse de la Atlantida , una ciudad de hace 10.000  habitada por una civilización muy avanzada, que tenia el poder para controlar la naturaleza. Platón fue el primero en hablar sobre dicha ciudad que, desaparecio tras un terrible cataclismo (Según cuenta la leyenda) .

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