O MASSACRE DOS FLAGELADOS DO CEARÁ



Texto de Pedro Molinas.

A barragem do Patu teve suas obras iniciadas no ano de 1919 e foram paralisadas em 1924. Nesse período foram construídos os casarões da barragem, a vila dos ingleses como é conhecida, pois foram edificados por uma empresa inglesa. A barragem do Patu, que serviria para amenizar a problemática da seca, foi palco da maior tragédia da região. Na grande seca de 1932, milhares de sertanejos foram atraídos para Senador Pompeu, com a promessa de trabalho e comida. A mesma barragem que deveria armazenar a água vida, motivou a instauração do campo de concentração no local. Mais de 16 mil pessoas foram confinadas em uma área de pouco mais de 3 km quadrados, milhares morreram, vítimas de doenças, maus tratos, higiene precária e fome. Tudo planejado e patrocinado pelo Estado, que deveria ter garantido o mínimo de dignidade para os sertanejos, que tiverem seus direitos humanos violados pelo próprio Estado.

Além e de Senador Pompeu, outros sete municípios também tiveram campos de concentração de flagelados, foram eles: Ipu, Cariús, Quixadá, Quixeramobim, Crato e Fortaleza. Dos sete campos de concentração de flagelados que foram implantados pelo governo no ano de 1932, o único que mantém viva a história é o município de Senador Pompeu, através do patrimônio material, os casarões da barragem, o local foi usado para aprisionar os flagelados da seca e o patrimônio imaterial, que é a devoção popular pelas almas da barragem e a tradicional caminhada da seca.

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