A Água Disponível atualmente no Rio Doce não é segura


Rio Doce

A utilização de água captada na calha do Rio Doce por parte de alguns municípios ribeirinhos com a finalidade de tornar a mesma potável tem provocado polemicas e, inclusive, manifestações de autoridades sobre a qualidade das águas provenientes da calha do Rio Doce e sua viabilidade para ser submetida a tratamentos convencionais.
Assistimos a varias autoridades bebendo copos de água tratada com essa origem, diante das câmaras de televisão, encorajando a população a fazer o mesmo e virar a primeira página da crise deflagrada após o sinistro ocorrido na mina Samarco em Mariana.

Uma verdadeira batalha de laudos laboratoriais de diferentes instituições polemiza sobre a existência ou ausência de determinada substância na água tratada e distribuída nos municípios que optaram por captar e distribuir água proveniente da calha do Rio Doce, diante da dificuldade de explorar imediatamente outros mananciais.
Estas atitudes não contribuem ao esclarecimento da população afetada e só tendem a  minimizar os impactos da contaminação espalhada ao longo do rio, atitude perigosa diante da gravidade da situação ambiental.

O copo d'água fora dos padrões de potabilidade da Ministério da Saúde que um adulto bem alimentado e sadio beber eventualmente, não trará danos para sua pessoa.
O risco de danos á saúde pelo consumo continuo da mesma água por parte de idosos, portadores de doenças crônicas, mulheres grávidas ou crianças de curta idade não está, de modo algum, assegurado pela atitude das autoridades corajosas que bebem eventualmente águas que apresentam sérios riscos de contaminação perante uma extensa lista de contaminantes.

Os riscos oferecidos pelas águas captadas na calha do Rio Doce estão associados a uma única, obvia e irrefutável causa: ESSAS ÁGUAS ESTIVERAM, ESTÃO E ESTARÃO DURANTE UM LONGO PERÍODO EM CONTATO DIRETO COM REJEITOS DE MINERAÇÃO QUE CARREGAM CONTAMINANTES EM DOSES INTOLERÁVEIS á saúde humana e, a julgar pela ausência de vida no rio, também intoleráveis para qualquer forma de vida aquática.

Trata-se de águas que se enquadram na tipificação de Nações Unidas como águas não-seguras e, consequentemente, não recomendadas para sua potabilização e distribuição à população.

Águas não-seguras podem, eventualmente, ser distribuídas à população com certos cuidados. Muitas vezes os riscos provocados pela falta de abastecimento de água superam os riscos da manipulação de água não-segura ou de condições de potabilidade duvidosas.
Nestes casos, águas frequentemente salobras são distribuídas para ser usadas em serviços sanitários essenciais até que o abastecimento de água segura seja retomado.
Não é o caso de Governador Valadares e Colatina que estão sendo abastecidos com águas da calha do Rio Doce baixo alegação de que se dispõe de laudos laboratoriais que não detectaram metais pesados em solução.
Trata-se de argumento fraco e desatualizado, não é um laudo de laboratório que determina às condições ambientais de um corpo d´água.

Ocorre que, mesmo que todos os metais pesados se encontrem em valores inferiores aos admissíveis, a soma de todos eles é incompatível com a presença de bioindicadores ambientais aceitáveis.
Um ambiente de águas correntes contaminado com cromo e cadmio, usualmente proveniente de galvanoplastia, é totalmente diferente da solução saturada em ferro com outros metais pesados menos solúveis em suspensão que, eventualmente, serão solubilizados quando ocorra a precipitação de ferro por redução.
Nestes casos, é importante observar que A VIDA DO RIO DOCE SIMPLESMENTE SUMIU. Não há pássaros, peixes, insetos, nada.

QUAL INDICADOR ALTERNATIVO PRECISAMOS PARA AFIRMAR QUE ESSA ÁGUA NÃO É SEGURA PARA QUE A POPULAÇÃO A BEBA?.

Considero desnecessário submeter uma amostra a centrifugado, diluição, mudança do pH, etc., etc. para descobrir qual metal toxico, da dezena que se encontram em suspensão, conseguiu atingir a solução!

A simples visualização da amostra e seu entorno são suficientes para ter precaução e não submeter ninguém a beber essa sopa perigosa que se tornou o Rio Doce.
Da perspectiva da legislação ambiental, após o acidente, grande parte do Rio Doce mudou seu enquadramento como corpo de água segundo a classificação CONAMA.

Vistas as restrições evidentes á vida aquática imperantes no Rio Doce após o sinistro, seu enquadramento passaria da classe 2 de águas doces para a Classe 4.
Nesse enquadramento, o abastecimento humano é diretamente inaceitável.
Sendo recomendada só a navegação e a harmonia paisagística, também restrita pela cor anormal das águas e o excesso de precipitados deixados nas margens (CONAMA 357/2015).

Assim, se eventualmente se decidir pela exploração da calha do Rio Doce como manancial, essas águas só podem ser usadas para usos extremamente restritos, com cuidados redobrados e durante curtos períodos, suficientes para adequar as instalações para a exploração de mananciais alternativos mais seguros.
A pergunta seria, nas condições atuais de estiagem na Bacia do Rio Doce, existiriam esse mananciais?
Tenho certeza que existem mananciais seguros num radio de 5 – 30 km de cada cidade, mesmo na estiagem atual. Não exite razão para submeter essas populações a tamanho risco.

-- 
Pedro Antonio Molinas
Acquatool Consultoria
Fortaleza - Ceará - Brasil
www.acquatool.com.br
molinas@secrel.com.br
molinas.pedro@gmail.com
fone fax 55 85 32649700

INSPEÇÃO NAS BARRAGENS DE REJEITOS DA YAMANA GOLD É UM ENGODO


Barragens de rejeitos da Yamana Gold em Jacobina

A maioria dos veículos de comunicações de Jacobina soltaram uma nota única quanto a análise que foi feita nas barragens de rejeito da Yamana Gold hoje, dia 19 em Jacobina.
Inicialmente discordo do procedimento como foi feito. O ex-funcionário da Yamana Gold, hoje lotado na Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Jacobina, segundo a matéria relata: “Para o geólogo e consultor de meio ambiente do CREA, Rossini Barreto, não há possibilidade de acontecer em Jacobina o que ocorreu em Mariana. "Essa barragem é completamente diferente da de Mariana. Na Yamana Gold eles mantém um equilíbrio entre o volume de material que é depositado na barragem, além de haver uma separação do material fino e do mais grosso e o crescimento dessa parte grossa é sempre à jusante, diferente de Mariana que é feito à montante. Eles obedecem rigorosamente a portaria n. 406, que é a mais recente," avalia o técnico, que também acompanhou a visita”.
Como estava na comunidade do Itapicuru e constatei a hora em que a equipe chegou à sede da empresa, a hora em que a equipe foi a campo e monitoramos a hora que chegaram do campo, jamais dava tempo de fazer realmente o que o povo de Jacobina e das 55 cidades que forma a Bacia Hidrográfica do Itapicuru com quase 39 mil quilômetros quadrados até a cidade do Conde na Linha Verde perto da divisa de Sergipe onde desagua o rio, quer saber.
A prática mais usada no mundo para monitoramento de uma barragem é a INSTRUMENTAÇÃO DE OSCULTAÇÃO de barragens e suas características técnicas.
Existe uma variedade de instrumentos que podem ser instalados em uma barragem, como:
a)     Instrumentos de medição de deslocamentos;
b)    Controle de fluxo percolante.
Estes são os mais utilizados em barragens de terra e rejeitos de mineração. O surgimento do método de INSTRUMENTAÇÃO DE OSCULTAÇÃO se deu na década de 1940, passando por diversas técnicas, hoje a mais usada é por fibra ótica e monitorada por satélite para detectação e caracterização do desempenho e tendência de comportamento de uma barragem e suas estruturas.
O método de INSTRUMENTAÇÃO de medição ganhou confiabilidade e a análise dos dados podem ser avaliados diversos fenômenos como:
a)     Físicos
b)    Tensões
c)     Deformações
d)    Supressão
e)     Percolação
f)     Vazão
g)    E até Sismos
h)    Deslocamentos
A INSTRUMENTAÇÃO DE OUSCULTAÇÃO instalada em uma barragem de rejeito da proporção das barragens de rejeitos da Yamana Gol em Jacobina, desde as primeiras fases de construção, através de dados coletados em campo, permite a verificação das especificações técnicas.
Assim sendo, pelo pequeno tempo em que os técnicos estiveram nas barragens de rejeitos da Yamana Gold em Jacobina não deu tempo de instalar ou sequer fazer a leitura se a mineradora usasse a INSTRUMENTAÇÃO DE OUSCALTAÇÃO.
A nota fala que o profissional citado afirma que a Yamana Gold obedece a Portaria nº 406 (inventada não existe), deve obedecer a 416/2012 que estabelece a segurança e o Plano de Segurança de Barragens.
Por que então a Yamana Gold expulsou literalmente mais de 100 famílias que residiam a jusante (abaixo) das barragens de rejeitos? Por que as barragens não são seguras? Por que não aplicou o Plano de Segurança e deixou aquelas famílias?
Por que o INEMA liberou a construção da barragem de rejeito nova sem o Estudo de Impacto Ambiental – EIA e sem o Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV?
Por que a Yamana Gold não compensou os 34 (trinta e quatro) hectares desmatados para a construção da nova barragem, recuperando a APP do rio Itapicuru?
Porque a Yamana Gold não destinou 0,50% do valor da obra como Compensação Financeira para as Unidades de Conservação da região? O Parque da Macaqueira podia se tornar realidade com esta Compensação.
A inspeção organizada pelo deputado presidente da Frente Parlamentar de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, por não ter especificado qual o método utilizado pelos técnicos para avaliação foi um engodo.
Afinal de contas, quantos milhões de toneladas de rejeitos têm dispostos na barragem velha?
Se só no ano de 2012 a empresa declara que retirou das serras de Jacobina 116,8 mil onças de ouro e como cada onça equivale a 28.349523125 gramas que gera em torno de 1.420.000 (um milhão e quatrocentos e vinte mil) toneladas de rejeito, o povo quer saber, quantos milhões de toneladas de rejeito estão estocados na barragem de rejeito velha? Porque sabemos que a barragem nova tem capacidade para 13 milhões de toneladas.

A Yamana Gold tem Plano de Segurança de Barragem? Foi apresentado a Frente Parlamentar? O deputado socializou este Plano com as comunidades do entorno da mina e através da entrevista em rádio que ia conceder?

As pessoas que moram no entorno da Mina e os diretamente vulneráveis já passaram por exercícios?

Cadê o Plano de Segurança de Barragens?

Almacks Luiz Silva é colaborador da CPT – Comissão Pastoral da Terra, Membro Titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Membro do Grupo de Acompanhamento do Contrato de Gestão – GACG, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, Membro Titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CONERH.
Socioambientalista graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - UNOPAR
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas  - UFAL e UFS
Extensão em Ações de Gestão para Controle da Poluição em Bacias Hidrográficas - UFBA
Curso de Residência Agrária em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido – UFPB
Consultor Ambiental e dos Recursos Hídricos
CV:  http://lattes.cnpq.br/7821142835631449






BARRAGENS DE REJEITO DA YAMANA GOLD EM JACOBINA


Barragem de Rejeito Nova (segunda barragem)


Barragem de rejeito vista do Pico do Jaragua

A tragédia que aconteceu no município de Mariana – MG  é um evento muito corriqueiro na mineração, porém os empresários são tão frios e desumanos que têm a coragem de dizer em Rede de TV que telefonaram para os moradores que ficam nas comunidades a jusante (abaixo) da barragem. Em Cataguases e em Nova Lima, recentemente, barragens de rejeito se romperam.

Como pode um funcionário pegar um telefone e ligar para mais de 500 moradores após o rompimento de um talude (paredão)? Se não fosse trágico podia analisar como uma cena cômica a cara de pau dos responsáveis pela empresa dizendo que telefonaram.

A Portaria Nº 416 de 03 de setembro de 2012 criou o Plano de Segurança, Revisão Periódica de Segurança e Inspeção Regulares e Especiais de Segurança das Barragens de Mineração, conforme Lei Nº 12.334 de 20 de setembro de 2010. Através do Relatório Anual de Lavra – RAL a empresa informa a situação das barragens, também avaliadas com o Plano de Utilização das Águas – PUA, determinado pelas Resoluções CONAMA Nº 29/2002 e 55/2005.

A segunda Barragem de Rejeito da Yamana Gold em Jacobina – Bahia, tem uma área de 34 (trinta e quatro) hectares, talude (paredão) de 55 (cinquenta e cinco) metros de altura e capacidade para 13 (treze) milhões de toneladas de material.

Você se assombrou com esses números? Fique sabendo que vão ser preciso construir mais 5 (cinco) barragens de rejeito deste porte para suportar a quantidade de material que serão moídos na Planta da Yamana Gold em Jacobina e ficará para o resto da vida o perigo para a população do entorno da mina e de Jacobina.

O NI – 43.101 é um estudo em que as empresas mineradoras precisam para poder colocar suas ações nas Bolsas de Valores, provando o potencial minerário do Empreendimento.
Este documento atesta que o potencial minerário das Minas de Jacobina sob o domínio da Yamana Gold tem o seguinte potencial:

33,9 milhões de toneladas com teor de 2,39 g/t de ouro;
15,8 milhões de toneladas com teor de 3,1 g/t de ouro, perfazendo um total de 59,7 milhões de toneladas de rochas que serão moídas e forçosamente terão que vir para uma barragem de rejeito.


Planta da Yamana Gold em Jacobina


Como a primeira barragem está sendo fechada por ter chegado a sua capacidade máxima e a Barragem Nova, a segunda barragem, só tem capacidade para 13 milhões de toneladas de material, o complexo minerário de Jacobina terá que ter mais 5 (cinco) outras barragens de rejeito para acumular a quantidade de material declarada pela própria Yaman Gold em seu NI – 43.101.

Na cidade de Angra dos Reis, onde estão instaladas as Usinas Nucleares, de quando em vez acontece treinamento do Plano de Evacuação em casos de problemas nas Usinas Angra I e a II em construção.

Nos aeroportos brasileiros, de quando em vez, acontece treinamento de Planos de Segurança e em Jacobina você já foi informado sobre o PLANO que a Yamana Gold tem em caso de rompimento em uma destas 2 (duas) barragens de rejeitos?

Primeiro - A cidade entra em colapso porque a duas barragens estão em nível superior à barragem de captação de água da cidade, assim de primeira mão, teria que ser suspenso o fornecimento de água da maior parte da cidade, porque outra parte recebe água de outros mananciais.

Segundo - O desnível da localização das barragens de rejeito da Yamana Gold e a pequena distância para o centro da cidade logo seria atingida.  O rio (leito do rio Itapicuru) é a parte mais baixa de uma Bacia Hidrográfica.

Almacks Luiz Silva é colaborador da CPT – Comissão Pastoral da Terra, Membro Titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Membro do Grupo de Acompanhamento do Contrato de Gestão – GACG, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, Membro Titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CONERH.
Socioambientalista graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - UNOPAR
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas  - UFAL e UFS
Extensão em Ações de Gestão para Controle da Poluição em Bacias Hidrográficas - UFBA
Curso de Residência Agrária em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido – UFPB
Consultor Ambiental e dos Recursos Hídricos
CV:  http://lattes.cnpq.br/7821142835631449




As misteriosas linhas no deserto do Cazaquistão que podem ser vistas do espaço


Vista do solo, a superfície deserta da região de Turgai, no norte do Cazaquistão, parece bastante sem graça. Mas imagens aéreas de satélites da Nasa (agência espacial americana) revelam gigantescas figuras geométricas – que lembram as famosas linhas de Nazca, no Peru, ou os geoglifos no norte do Chile– que só podem ser reconhecidos vistos de cima.

São quadrados, cruzes e outras formações que se estendem por um terreno que equivale a vários campos de futebol. Segundo pesquisadores, as marcas podem ter sido feitas há cerca de 8 mil anos.

No total – entre montículos, valetas e terraplenagens – há pelo menos 260 traços organizados em cinco formas básicas.
A maior das estruturas, localizada próximo a um antigo assentamento do período neolítico, é um quadrado formado por 101 montículos, cujas esquinas opostas são conectadas por uma cruz em diagonal.

A área combinada desta formação é superior à da grande pirâmide de Quéops, no Egito.
Observatórios – Estes desenhos incomuns foram descobertos em 2007 por Dmitryi Dey, economista e amante da arqueologia, com a ajuda do Google Earth.
Desde então, a origem e a função das formações continuam intrigando os pesquisadores.

“Nunca vi algo assim. (As estruturas) são extraordinárias”, disse Compton J. Tucker, um dos cientistas da Nasa responsáveis pela divulgação das imagens.
Dey, no entanto, não acredita que os desenhos foram criados para serem vistos de cima.

Para ele, o mais provável é que as figuras criadas pelas linhas pontuadas de montículos fossem “observatórios horizontais para acompanhar o movimento do sol nascente”, uma teoria também usada para explicar o propósito de Stonehenge, o famoso monumento de pedra no sul da Inglaterra.

Na pré-história, tribos viajavam para caçar nesta região.
De acordo com Dey, a cultura Mahanzhar, que habitava a região entre os anos 7.000 a.C. e 5.000 a.C., poderia ter criado algumas das formas mais antigas.

Mais fotos – A proposta de Dey põe em dúvida as ideias estabelecidas sobre as culturas nômades pré-históricas, já que até agora se acreditava que os grupos caçadores-coletores não permaneciam tempo suficiente em um lugar para criar estruturas com a escala das que foram encontradas no Cazaquistão.
Além disso, construir estas estruturas requer um grande número de pessoas e implica “um esforço enorme”, explica Giedre Motuzaite Matuzeviciute, arqueóloga da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que visitou o local no ano passado.

Matuzeviciute também resiste em classificar estas linhas de geoglifos, como as linhas de Nazca, no Peru, já que este nome é usado quando o propósito das formações é artístico, e não quando o objeto tem uma função.

Até o momento, o estudo destas estruturas avança a passos lentos e os pesquisadores esperam que a divulgação das fotos da Nasa ajude a aumentar o interesse pelo tema.

A Nasa, por sua vez, certamente está interessada: incluiu a obtenção de imagens como estas na lista de tarefas dos astronautas que estão atualmente a bordo da Estação Espacial Internacional, que esta semana celebra o 15º aniversário de sua ocupação contínua por astronautas. (Fonte: G1)

A cidade onde os pobres pagam dez vezes mais pela água


Um dos mais cruéis paradoxos da desigualdade social em Lima, capital do Peru, se materializa no custo de um bem precioso: os pobres chegam a pagar dez vezes mais do que os ricos pela água. Um simples passeio pelo bairro de Nueva Rinconada reflete tal abismo. Trata-se de um subúrbio pobre, localizado em uma das colinas da cidade.Ali, Lydia Sevillano e seus vizinhos pagam o equivalente a cerca de US$ 25 (R$ 96) por mês pela água que consomem.
O assunto ganhou destaque por causa das reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, realizadas recentemente na capital peruana.Coincidentemente, um dos temas principais desses encontros é a desigualdade.Em Lima, ela se evidencia pelo custo que as famílias de diferentes estratos sociais têm de pagar para ter acesso à água.A água que a família de Lydia usa, por exemplo, não vem da bica.
Ela é trazida por um caminhão-pipa diariamente e abastece cisternas de plástico do lado de fora da pequena casa que abriga a família.
Escolha – Lydia admite deixar de comprar outros produtos essenciais para poder pagar pela água.“Temos que economizar tudo o que podemos”, diz ela. “Mesmo que precisemos cortar a comida de meus filhos, porque não podemos viver sem água”.A poucos metros rua acima, as casas também abrigam famílias numerosas, mas usam materiais de construção ainda mais frágeis.
Ali a mesma água custa três vezes mais do que Lydia paga na base da ladeira.O custo extra é fruto da falta de infraestrutura. Como o caminhão de água demora mais tempo para subir a ladeira ─ que não é asfaltada -, o preço da água sobe.Para evitar ter de pagar mais pelo mesmo bem, a peruana Flor Quinteros, assim como seus vizinhos, carrega rua acima os próprios galões de água.
A ONG britânica Oxfam calcula que uma pessoa pobre em Lima pague dez vezes mais pela água do que alguém que vive em uma zona abastada.Mas não se trata apenas de uma questão financeira.Além de pagar mais caro pela água, os moradores têm de carregá-la elas próprias e vertê-la nas cisternas, que devem estar sempre limpas para evitar contaminação.
Por fim, há o tempo gasto esperando a chegada dos caminhões-pipa – tempo este que poderia ser usado para buscar trabalho, por exemplo.O custo também se reflete nos problemas de saúde resultantes da água contaminada, armazenada às vezes em recipientes mal higienizados.As doenças são rotineiras em Nueva Rinconada. Ali os moradores também estão acostumados com deslizamentos de terra causados por terremotos ou tempestades severas.Nesses casos, paradoxalmente, a água em excesso transforma o bairro em um imenso lamaçal.
‘Muro da vergonha’ – Na parte superior da colina, ergue-se o símbolo máximo da desigualdade social de Lima: um muro de três metros de altura com cerca de arame farpado.
A estrutura foi construída de propósito ─ evitar que Lydia, Flor e suas famílias passem para o bairro do outro lado da pequena montanha. Por causa disso, foi apelidado de “muro da vergonha”.Casuarianas, o bairro do outro lado do muro, é naturalmente um lugar muito diferente.
Ali não há pobreza, mas casas bem construídas com água corrente e vista para o mar.E a água que sai da bica? É barata e suficientemente abundante para encher centenas de piscinas do bairro.Mais abaixo, no centro da cidade, os participantes dos encontros anuais do FMI e do Banco Mundial permanecem reunidos.Nos últimos anos, ambas as organizações vêm destacando o efeito negativo da desigualdade de renda para as economias nacionais. E a prova irrefutável disso está logo acima, nas colinas que cercam a cidade. (Fonte: G1)

PREPARATIVOS PARA A FEIRA SEMIARIDOSHOW 2015 ESTÃO EM RITMO ACELERADO




Na área de exposição da Feira SemiáridoShow 2015 a coloração amarronzada do solo começa a ser sobreposta por tons variados de verde: são as variedades de mandioca, espécies forrageiras, agroenergéticas e florestais, feijão e milho, um total de quase 80 variedades destes cultivos em fase de crescimento e que devem estar no ponto de colheita à época de realização do evento, no período de 20 a 23 de outubro.
Elias Moura Reis, engenheiro agrônomo da Embrapa Semiárido, revela que, ao todo, serão 12 hectares cultivados com as variedades e todas tem como característica comum a adaptação às condições climáticas da região, pesquisadas para ter ciclo curto de produção. Isto, afirma Elias, diminui os riscos de perdas das plantas com a irregularidade das chuvas.
De cima do mirante com quatro metros de altura se pode observar a feira tomando a forma de exposição de alternativas para as/os agricultores/as conviverem com o Semiárido. Além dos cultivos, alguns plantados individualmente outros em forma de consórcios, demonstrações de apriscos, galinheiros, criação de animais apropriados ao clima, variadas tecnologias de captação e armazenamento da água da chuva e muito mais possibilidades serão expostas durante os quatro dias da Feira.
Para o técnico da Embrapa, o que não vai faltar nesta sexta edição da Feira SemiáridoShow são inovações tecnológicas para os sistemas de produção da região. Algumas delas são construções e equipamentos de baixo custo que podem ser muito eficientes na criação de galinha caipira e produção de hortas comunitárias com até 500 m2, que têm sido instalados em propriedades assistidas pelo Programa Brasil Sem Miséria (PBSM).
A Feira demonstra e torna acessível para o/a pequeno/a agricultor/a pesquisas e experiências sobre produção agropecuária no Semiárido, com tecnologias apropriadas, que dialogam com a realidade das famílias que vivem na região semiárida do Brasil, afirma Josemário Gonçalves, colaborador do Irpaa. Ele diz ainda que a participação deste público ao longo das edições da Feira impulsiona o aperfeiçoamento destas pesquisas e ações expostas no evento.
Na área, será abordada também a regularização fundiária das comunidades tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, assim como o manejo adequado da Caatinga e técnicos da Embrapa e do Irpaa estão concluindo, junto com o Ministério do Meio Ambiente, um sistema para aproveitamento de água salobra na criação de peixes e irrigação de espécie forrageira.
De acordo com Elias, até o início do evento tudo deverá está funcionando a contento e as/os visitantes poderão avaliar a adoção das variedades e dos sistemas de produção. Isso irá se somar a um conjunto de palestras, seminários, minicursos que poderão fornecer mais detalhes com relação às tecnologias.
Além destas demonstrações, as famílias também terão acesso a pesquisas desenvolvidas por 16 unidades da Embrapa, que irão demonstrar na prática os cultivos de variedades. A Feira SemiáridoShow acontece de 20 a 23 de outubro de 2015 deste ano, na Embrapa Produtos e Mercados, Petrolina (PE). A Feira é realizada pela Embrapa em parceria com o Irpaa. O evento será aberto ao público das 8h às 17h.
Texto e Foto: Ascom SemiáridoShow 2015

VOOS A PARTIR DE JACOBINA

Viajando no tempo
Uma passagem e diversas histórias 

  
  


Um bilhete de passagem aéreo datado de 18 de dezembro de 1967, da Varig (Viação Aérea Rio Grandense), de um voo que partiu às 8 horas, da Capital Capixaba, Vitória, com destino à Salvador, foi encontrado recentemente em um terreno baldio de Jacobina.
Para quem gosta de números; 573 meses depois, ou 47 anos e 10 meses após, a passagem que custou NC$ 67,50 (sessenta e sete cruzeiros novos e cinqüenta centavos), sendo equivalente nos dias atuais a R$ 144,00 (cento e quarenta e quatro reais), conforme o site ‘Calculadoras online’: (http://www.profcardy.com/calculadoras/atualizacao-monetaria-calculada.php). Um absurdo de dinheiro para a época. Com a valorização da moeda brasileira, quem pretender fazer o mesmo trecho no dia 18 de dezembro de 2015, adquirindo a passagem antecipadamente, terá que desembolsar cerca de 900 reais.
Um simples bilhete, apenas uma comprovação que alguém com alguma relação com a cidade do ouro tenha feito o trajeto ligando as duas capitais e que provavelmente, por na época ser algo não comum, sendo exclusividade apenas dos mais abastados, tenha sido guardado como um ‘troféu’, uma ostentação pessoal. Para se ter uma ideia, a hoje falida Varig, que foi durante muito tempo a maior empresa brasileira e uma das maiores companhias aéreas do mundo, ganhou destaque pelo seu serviço de bordo requintado em todas as classes de voo. O serviço de bordo chegava a oferecer caviar na primeira classe, e em alguns voos o jantar tinha churrasco no espeto.
Recordando - Naquele ano, 1967, em 19 de julho, um acidente aéreo matou o primeiro presidente do regime instaurado pelo Golpe Militar de 1964, o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. O avião que ele viajava chocou em pleno ar com um jato da FAB. No seu governo Castelo Branco promulgou vários decretos-leis e 4 atos institucionais, que, entres outras arbitrariedades, reprimiram as manifestações contrárias às atitudes à sua administração com severidade (através da bala e do cassetete), estendeu a eleição indireta também aos governadores e deputados, determinou que os prefeitos fossem nomeados pelos governadores locais, fechou o Congresso e aprovou uma nova Constituição, que dava legalidade ao regime ditatorial. Além de manter as eleições indiretas, diminuiu a autonomia dos estados.
Voos Jacobina x Salvador x Jacobina x Fortaleza – No início da década de 60 a empresa TAS (Transportes Aéreos Salvador) realizava vôos regulares aos sábados e domingos entre Jacobina a Salvador e Jacobina à Fortaleza, com ‘escalas’ em Feira de Santana e Petrolina, em aeronaves DC-3, com capacidade média para 20 passageiros. Conforme tabela de horários da empresa na época, o voo partia às 8 horas da manhã de Fortaleza (CE) e fazia escala em Jacobina às 13h40, onde a tripulação e os passageiros tinham um tempo para o almoço:
TAS 400 – Sábados
Salvador 08:30 08:55 Feira de Santana 09:15 10:05 Jacobina 10:25 11:15 Petrolina
Petrolina 12:15 13:20 Cariri 13:50 14:50 Quixadá 15:10 15:45 Fortaleza
TAS 401 – Domingos
Fortaleza 08:00 08:35 Quixadá 08:55 09:55 Cariri 10:25 11:30 Petrolina
Petrolina 12:30 13:20 Jacobina 13:40 14:30 Feira de Santana 14:50 15:15 Salvador
Liberação - Recentemente a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), liberou o aeródromo de Jacobina para vôos civis com renovação válida por dez anos. Interditado desde 2011, o Aeroporto 2 de Julho estava sendo utilizado clandestinamente por aeronaves de pequeno porte. A cidade está entre os 20 que participarão do Plano Aeroviário da Bahia (PAE/Bahia), com a expectativa de investimentos da ordem de R$ 800 milhões até o ano de 2033, em 20 aeroportos, por meio do poder público e de concessões. De acordo estudos, o país possui mais de 6 dezenas de destinos com demanda para receber vôos da aviação comercial regular, mas que não entraram ainda na malha das companhias aéreas por falta de infraestrutura adequada.
Tragédia – Por volta das 12h40, do dia 5 de junho de 1997, uma aeronave modelo BEM 820 C Navajo, da empresa Bahia Táxi Aéreo (Bata), decolou do Aeroporto de Jacobina com destino a Salvador e imediatamente, após a decolagem iniciou uma curva acentuada a baixa altura e em seguida colidiu com um poste de energia elétrica e logo depois com o solo e como conseqüência dos impactos os quatro ocupantes morreram no local. De acordo as investigações, a hipótese mais provável para o acidente foi uma falha no motor esquerdo por falta de combustível. “Foi iniciada a decolagem às pressas para Salvador, para que a carga (de ouro) fosse embarcada para São Paulo às 15h30”, diz um trecho do relatório da investigação.

A canção mais tocada no Brasil em 1967 era Gina, do cantor inglês, Wayne Fontana, seguida de Coração de Papel, do sertanejo Sérgio Reis.

“Se você pensa
Que meu coração é de papel
Não vá pensando, pois não é
Ele é igualzinho ao seu
E sofre como eu
Por que fazer chorar assim
A quem lhe ama...

Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador

Minha água, minha vida

Escassez da água, problema de todo o mundo

Da Reportagem

Nasci e cresci com abundância de água. Não fui educado para economizar água. Em Moscou, capital do comunismo, não conheci escassez de água. Em Nova York, capital do capitalismo, não tive racionamento de água. E não comprava galão de água. A da torneira é potável, sempre.

Em Nova York, bebe-se água das montanhas (Catskill, do rio Delaware) de boa qualidade. Fruto de parceria com fazendeiros e proprietários de terra. Gente consciente de seu papel na sociedade. Não há estação de tratamento. Apenas filtragem da água que percorre 300 km por aquedutos para abastecer a cidade na qual acontece o maior evento brasileiro no mundo. Criei o Brazilian Day em 1985, na Rua 46, entre Quinta e Sexta Avenidas. O primeiro foi dedicado ao mineiro Tancredo Neves.

Na minha infância era tanta chuva, córregos, nascentes, que com as chuvas mixurucas de Moscou e Nova York, eu sonhava com os torós que desciam pelas ruas e calçadas em direção ao rio Cuiabá, atualmente recebendo, in natura, 70% do esgoto da cidade. Corixos, córregos, lagoas, olhos d’ água, do Pantanal, estão contaminados por agrotóxicos, vinhoto, pesca predatória, desmatamento, lixo.

Mas, para compensar e alegrar foi construída a Arena Pantanal da Copa eleitoral de Lula/Dilma. Com o over price poderíamos ter avançado na conclusão das obras do esgotamento sanitário.

Eu estava em Moscou quando os ucranianos Churyumov e Gerasimenko identificaram e batizaram o cometa Chury, atualmente, mais conhecido como 67P.

Chury tem gelo sobre rochas que irradiam luz quando ele está próximo ao Sol. E o gelo derretido produz filetes de água. E onde há água, há vida. Mesmo que em estado microscópico. Saberemos se a água do cometa é compatível com a nossa. Se for, avançaremos na teoria que a Terra recebeu extraterrestres. E a origem da “nossa” vida não estaria aqui.

Mas, os crentes em Deus não devem ficar furiosos. Há gente no Vaticano a dizer: “A possível descoberta de vida em outro planeta não colocaria a teologia cristã em crise. Nesse contexto, Deus é o criador de tudo, logo, também seria criador desses outros habitantes”.

Pacto com o Diabo: vendo a minha alma por cem anos - Desde que li Simone Du Beauvoir, não desejo ser eterno. Mas, assim como os siameses LD (Ela sou Eu), fazem acordo “até com o diabo pra ganhar eleição”, eu posso vender a minha alma, já impura, para o Capeta. Quero estar vivo e atuante, daqui a cem anos.

Pois, no ritmo das viagens espaciais, exitosas, como essa de Rosetta e seu Philae, conhecerei um ET, de carne e osso. E faria tudo para, daqui a cem anos, ver o que restou dos rios de Mato Grosso (ou Mato Fino). Como estará o rio Araguaia, Tocantins, Madeira, S. Francisco? Ver o que sobrou da Amazônia.

E no dia do Juízo Ecológico quero ver a cara dos Caras que governaram e que levaram rios, fauna, flora, água, ao estado de calamidade e tragédia. Para ver esse dia vendo a minha alma ao Satanás.

Ideologia X Tecnologia - Desde “em se plantando tudo dá” recorremos aos recursos naturais abundantes, porém, finitos. Desperdiçamos, usamos mal, inventamos mitos, heróis, desculpas: “Deus é brasileiro”. “Rezando, chove”.

“Vá, derrube a mata, e fique rico. Grila, invade, assenta, depois vende. Para a olaria e o carvão do churrasco, corte árvores. Não tem gás? Derrube a arborização próxima. Jogue o lixo no rio, no mato”. A cultura do coitadinho tudo permite: invadir, desmatar, construir, em área de preservação ambiental.

Quem está derrubando a Amazônia? - Por acaso, são suecos, finlandeses, canadenses, russos, belgas, os que continuam queimando, desmatando, destruindo, fauna, rios, do Nordeste, Sudeste, Amazônia? “Todos os rios do Brasil estão desprotegidos”.

O fanatismo religioso ensina: “O sangue da hóstia (da beata) é o sangue de Cristo”. “O mar vai virar sertão”. Se, por causa da seca, o nordestino da caatinga é um forte, o que dizer dos beduínos, de caravanas milenares pelo deserto, dos africanos das savanas desmatadas, dos esquimós, dos russos das geleiras siberianas? Seriam eles fortíssimos? Semideuses? A ideologia, outrora libertadora, agora a serviço de uma nova elite, a PPC: político pilantra corrupto perpetua o atraso. E dependência e atraso dão voto.

Água do mar - Em Israel, tecnologia, criatividade, seriedade nacional, vencem a escassez de água. Mais da metade do território de Israel é desértica. Do mar Morto, com dez vezes mais sal, não é possível produzir água potável (por enquanto). A solução está no Mediterrâneo. 80/% das casas do país recebem o “milagre” da água salgada/doce. Israel exporta a sua tecnologia para 40 países.

Recuperação e transposição do S. Francisco - A recuperação toma tempo. Não dá voto. A transposição dá voto e muito dinheiro extra. “Água do velho Chico é sonho antigo que eu transformei em realidade”. Como a segunda Copa do Mundo no Brasil passando a bolada de cinco bilhões para empreiteiras amigas. As da propina, do caixa 2.

O rio S. Francisco com os seus 2,8 mil km2 passa por sete estados. Das obras com orçamento (inicial) de 7 bilhões, informam que o Eixo Leste tem 67% de conclusão. E o Eixo Norte 47%.

Sete anos se passaram (conta de mentiroso). A previsão para o final da Transposição é 2016/2017. Ou em julho/agosto de 2018, ano das eleições presidenciais. O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, segue por Bahia e Pernambuco, mudando de curso chega ao oceano Atlântico pela divisa Alagoas/Sergipe.

A insegurança aumenta enquanto o rio encolhe. Há que se perguntar, sempre: Transposição de quê? O rio já está com vazão reduzida. Poderá perder, drasticamente, o volume de água? Há que pensar, sempre: os estados banhados pelo velho Chico estão no litoral. E com tecnologia, como a de Israel - não com ideologia do atraso - o Nordeste pode combinar soluções para a escassez de água. O sertão poderá usar água do mar.

“Lula ignorou o Atlas Nordeste de Abastecimento” - Há controvérsias. João Suassuna, autor do livro “Transposição do Rio São Francisco na perspectiva do Brasil Real” diz: “Ninguém é maluco de ser contra um projeto que pretende levar água para 12 milhões de pessoas. Os canais irão abastecer o agronegócio, as fazendas de criação de camarão e os projetos irrigados. O povo continuará abastecido por caminhão pipa na caatinga e não vai ver a água da transposição”. “O governo Lula ignorou o Átlas Nordeste de Abastecimento, que tem todas as fontes de água, e se implantado, beneficiaria 30 milhões de pessoas do semi-árido com metade do custo previsto para a transposição”.

95% da energia elétrica nordestina saem das águas do S. Francisco que irrigam 340 mil hectares com o cultivo crescendo a 5% ao ano. Não há proteção, arborização, limpeza. Todas as cidades banhadas pelo rio jogam seus esgotos, agro tóxico, lixo, no velho Chico mal usado, alquebrado. Com a sua nascente e afluentes, secando.

“Fala-se em sudestino com dinheiro no exterior. Mas há muito dinheiro nordestino em bancos suíços, nos paraísos fiscais” (P. Anderson, banqueiro em NY).

A indústria da seca continua faturando. Há o nordestino forte, em desviar recurso de açudes, irrigação, poços artesiano, caixa d’ água, caminhão pipa. Há o nordestino sofredor nas mãos de coronéis, usineiros, religiosos, políticos safados, esse sim é forte, na resistência passiva e na dependência.

Péssimo no manejo de águas e florestas - Deus já mostrou que está cansado das mentiras e safadezas brasileiras. O seu representante na Terra é argentino. O manejo e o uso da água, mais que uma questão de engenharia, números, obras, no Brasil, é uma questão de comportamento, atitude, de cultura. Dilma tem que falar e governar para a nação. Não somente para o eleitorado dela/dele. Ou ela governa para o país, ou para a eleição de Lula em 2018.

A mulher reeleita para cuidar do país deveria ter lucidez, coragem, para não liberar recursos para o Minha Casa, Minha Vida, em margens de represas, áreas de preservação ambiental. E fazer mutirão nacional para retirar predadores (pobres e ricos) das margens de reservatórios.



Criança bebendo água, arte de Luiz Pinto 

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=477731

HOJE 21/07/2015 FICO SEXY, SEXAGENÁRIO!

Almacks Jr., Catiuscia, Almacks e Maria Aparecida


Em julho do ano passado (2014), uma grande fração dos 200 milhões de brasileiros passou a conhecer melhor os alemães, pois 7 X 1 não dá para esquecer tão facilmente, principalmente para os jovens. Mas, enquanto os jovens conheciam melhor os alemães na Copa de 2014, nós, sexagenários, lutamos contra os alemães há algum tempo. Desta data em diante começa a preocupação com os alemães Alzheimer e Parkinson. Isso acontece porque estas são doenças responsáveis pela falta de memória nos idosos. Além destas, há também a doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), Encefalopatia Espongiforme Transmissível, que acomete normalmente pessoas com idade entre 60 e 80 anos, com uma idade média de morte de 67 anos.

Chego aos 60 anos bem mais amparado do que os meus avôs Francisco e Cipriano, e até mesmo que meu pai Nicanor Carneiro. Aposentado há 5 anos por tempo de serviço (35 anos e 6 meses de contribuição paga ao INSS), atualmente busco o instrumento jurídico da desaposentação  (direito a uma revisão no valor do benefício, reconhecido através do Recurso Especial nº 1.334.488/SC), por enquadrar-me na nova Lei, 95/90 (60 anos de idade e 35 de serviço). E ainda tem um medi-cú que me chama de “vagabundo”, o que me leva a deduzir que deve ser ainda pela ascendência que o FHC exerce sobre a vida do dito cujo.

Aos 60 anos faço o que quero, com quem quero e aonde quero. Ah se na minha mocidade pudesse ter exercido essas prerrogativas. E por falar em prerrogativas, posso também relembrar que apesar de estar completando 60 anos hoje, já passei por situações difíceis junto com meus familiares.

Comecei a trabalhar com 6 anos de idade fazendo e vendendo Moreninha aos que não podia tomar um guaraná Fratellevita ou um guaraná Caçula. Em 1964, com apenas 9 anos de idade, fui processado a primeira vez pela 6ª Região Militar (golpe militar de 1964, documentos recuperado pelo Grupo de Estudos da UNEB, do Campus Jacobina, com a coordenação do prof. Fábio). É importante deixar claro que o que alguns insistem em chamar de revolução tratou-se de um golpe, porque revolução é a que muda o modo de viver de uma sociedade e não tivemos a verdadeira revolução, os militares não revolucionaram a educação, a saúde e as condições de vida de nosso povo.

Neste período citado eu tinha um primo que pertencia a um dos “Grupos dos 11, ou GR11”, células que se estabeleciam em determinados setores para discutir socialismo e ouvir a PRA-9, Rádio Mayrink Veiga, que tinha como carro chefe e líder de audiência o programa de Leonel Brizola, líder das esquerdas unificadas na Frente de Mobilização Popular. Fui processado porque o meu primo usava o meu nome para se corresponder com militantes da URSS e com o pessoal do Brizola, além de pedir para que fôssemos comprar em Nelson Dourado e em Benedito Gomes (os contemporâneos lembram-se de quais casas comerciais me refiro) “roxo-terra”, produto que pisávamos com uma pedra e diluíamos em água para a turma de maior idade pichar as esquinas da cidade com os temas e frases coordenadas pelo líder local, Dr. Ivanilton Costa. Na época, o Dr. Ivanilton Costa já questionava o funcionamento da mineração de ouro em Jacobina, os direitos trabalhistas e o monopólio da política da cidade. Ele se lançou candidato a prefeito e foi derrotado na “apuração dos votos”, daí veio o ditado tão popular para os que têm 60 anos: a “Prata é falsa”. Nesta época eu era um adolescente e nós não tínhamos nenhuma proteção, não tínhamos o Estatuto da Criança e Adolescente – ECA, ou seja, não tínhamos prerrogativas nenhumas.

Chego hoje aos 60 anos cheio de prerrogativas, amparado por várias Leis: 10.448/2000, 10.741/2013 e recentemente pela 13.146/2015. Será que os meus amigos que não conseguiram entender porque troquei o “ter pelo ser”, mesmo tendo um medi-cú que não entende isso e me trata de vagabundo e até ameaça de morte por ter optado por defender os interesses difusos e coletivos, têm conhecimento do que estas leis podem fazer por nós idosos, nos dando alguns direitos, muito mais do que prioridade nas filas deste país?

Celebrar 30, 40, 50 e 60 anos acontece uma vez, os anos passam e são sempre motivos para celebrar a vida, noite de gala, uma comemoração mais clássica, boa gastronomia, boa música, a ocasião merece porque ao completar 60 anos a vida continua. Continuam os sonhos, antes filhos, agora netos, viagens, e quem sabe, depois de ter conquistado uma graduação aos 50, eu possa pensar no mestrado aos 60 e doutorado aos 65 não é o melhor remédio para combater os alemães?

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