Final de tarde de Outubro de 2005, em uma emissora de rádio baiana o então articulador do governo Lula entrevistado por um irmão de fé declara: “...pois é Mario em pleno Sabá eu que sou judeu fui lá a pedidos do presidente Lula para tirar um padre da greve de fome, volto pra casa com mais uma missão cumprida.” Era este o primeiro contato de Wagner com os comitês de bacia. Encerrava neste instante os 11 dias da primeira greve de fome do Bispo de Barra Frei Luiz - maior representante da luta contra a transposição e dos direitos de participação e de decisão atribuídos pela lei das águas aos comitês de bacia e demais conselhos gestores.
O tempo passou e o debate prometido não ocorreu, a transposição atropelou todas as liminares conseguidas e foi realizada pelos homens do exercito brasileiro. Wagner se elegeu governador da Bahia e o Estado assumiu uma posição favorável ao projeto de retirada das águas do anêmico Chico.
Viva, viva a criação de camarão!
A toque de caixa os comitês passaram a ser instalados aos bolos na Bahia, (4, 5, 6 ao mesmo tempo). Não há tempo para formação dos membros, somente para a instalação devidamente decretada em ato solene com a presença do Governador. Muitos atos públicos e a Bahia perdeu o lugar de destaque no Fórum Nacional de Comitês de Bacia. Melhor criar o Fórum de órgãos Gestores, mas esta é outra historia!
Novos técnicos e agora um lugar na diretoria executiva do CBHSF. Durante três anos muitas ausências de titular e suplente - velha dupla JUJU! Não sabia, não podia, não queria kkkkkkkk.
Vamos, vamos eleições 2011, saem os candidatos, entram os maratonistas. Quero a presidência!!!!!!!!!!!!!!!! E agora numa derrota para a sociedade civil de cinco Estados, a Bahia esta fora das tomadas de decisão de um dos maiores rios do Brasil. A agencia está em Minas, a presidência do CBHSF também. O governo da Bahia montou chapa sem a sociedade civil, e critica que os vencedores que montaram chapa sem usuário.
O comitê do São Francisco possui 40% de usuários, e apenas 20% de uma militante sociedade civil, mas o governo de todos nós não sabe o que é isso, Não estão acostumados com comitês que questionam e negociam. Na Bahia não houve mobilização, nem divulgação do processo eleitoral do Velho Chico – eles esperavam os recursos federais! Concordemos com o candidato derrotado - O maior comitê do país esta desarticulado – onde esta o pacto das águas?! O que o Estado da Bahia fez para impedir que isso acontecesse?!
Na Bahia os comitês se reúnem quando técnicos do governo querem fazer das diárias extensão dos seus salários. Ninguém sabe nada, ninguém decide nada, ninguém faz nada!
Muitas viagens, muitas visitas e dos encontros nenhuma deliberação segue para o CONERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Autorizados pelo Estado, técnicos seguem em equipe grandes para longos dias de viagens e apenas duas horas de reunião. Se confundem e agem hora como repassadores de recursos, hora como cabos eleitorais. Falta conhecimento, iniciativa, participação, debate!
Chama gente, registra tudo – que processo lindo! Olha o pescador cantando, a poesia do quilombola – olha o cocar do índio, mas o que é mesmo outorga?!
Só nos restar pedir que Wagner, traga o pó do pirlipimpim e vamos todos fazer uma viagem ao infinito, e com o respeito às comunidades tradicionais, característica de avanço do seu governo, podemos até beber cachaça porque é cultura e o governo caboclo paga!
Almacks Luiz Silva é Bacharel em Gestão Ambiental e militante do MPA BRASIL, entidade que compõe a Via Campesina.
Artigo publicado no http://www.ecodebate.com.br/2010/08/31/comite-do-sao-francisco-da-pseudo-gestao-de-conflitos-a-desarticulacao-do-sistema-artigo-de-almacks-luiz-silva/
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Os CBH's são de proveta e - na maioria deles - os membros são para articulação politiqueira; o envolvimento das comunidades de Quilombos, Fundo de Pasto, Geraiseiros, Indígenas e outros são meramente com o intuito de manobra de massa de eleitores pra fins de campanhas político-partidárias visando as eleições de 2010; assim também são os projetos monitora,de combarte à desertificação e outros, apenas midiáticos e virtuais. As atividades técnicas mínimas para a real gestão de recursos hídricos são colocadas em último plano.
ResponderExcluirCaro Almacks
ResponderExcluirRespeito vosso ponto de vista, contudo com relação ao papelo dos técnicos peço-lhe que avalie as colocações poís não participamos nem do circo do padreco Carlista nem da dupla JuJu tão pouco dos Ambientalista$ do$ Projeto$ Correto$.
Alfredo Araújo
Especialista em Meio Ambiente
8891-0152
Boa noite,
ResponderExcluirNão acredito que o Sr. Almacks esteja se referindo aos Técnicos conscursados do Estado da Bahia, mesmo porque estes não participaram desta CENA retratada. Somos de uma categoria de técnicos que acreditam na força de nosso trabalho. temos independência de pensamentos e não estamos a ler em cartilhas governamentais, seja ela de que lado for. Estamos sempre ao lado do benefício social e da melhoria da qualidade dos GASTOS PÚBLICOS. Falo na condição de Técnico que ajudou a instituir um COMITÊ DE BACIA HIDRIGRÁFICA exemplar. Falo do exemplo do Comitê do Verde-Jacaré. O Apoderamento social garantiu a formação deste comitê sem aporte de de recursos do Governo. Este comitê nasceu da vontade de seus pares. Não posso acreditar em Comitê chapa-branca. Não posso pensar em Comitê que não seja um equilíbrio de forças e uma construção participativa. Pelas suas palavras, posso entender que ao citar "tecniocs do governo" referia-se aos que lá estavam, certamente.
César Ribeiro
Especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Msc em Administração Pública
Instituto de Meio Ambiente
email: ribeirocesar@gmail.com
Parceiros,
ResponderExcluirAlmacks tem o direito de achar o que quiser...
mas percebo que até nos comentários existem ranços que no estado tem atravancado a cultura do diálogo... da democratização do acesso...
quando vejo técnicos concursados tecendo um véu intocável sobre si mesmos... penso que é preciso iluminar a questão de que há técnicos e técnicos, deste governo ou de outros... assim como há comissionados e comissionados.
Nesses quatro anos de governo, sou reda, fui alvo incansável de técnicos pseudo competentes que se imputam a coerência absoluta e são incapazes de visão sistêmica sentados que estão em cima de suas informações não sistematizadas e de seu conhecimento adquirido em anos de cadeira e conformismo.
Na Bahia os comitês se reúnem quando técnicos do governo querem fazer das diárias extensão dos seus salários.
Desculpa parceiro mas aqui no Grande as coisas não são assim... A gente pediu o comitê antes que o governo intentasse contruir essa politica da governança das águas e mais, a gente acredita neste princípio de gestão: somos nós os membros que marcamos nossas reuniões, definimos nossas diretrizes.
A gente contruiu o comitê do Grande, seguros do que estavamos fazendo...
e quanto as diárias... que diárias ???
89,00 reais numa capital faz você labutar com escolhas bem difíceis: Ou come, ou dorme mais ou menos hospedado ou se locomove...
Não estou defendendo nenhum melhor dos mundos... mas pra quem viveu o amordaçamento do ALÉM SÂO FRANCISCO de dentro, onde qualquer manifestação, sob qualquer midia, tinha preço e retalhação...
Nunca tivemos tanta voz... e é justo essa capacidade de não calar, a despeito da cara feia, que vai nos permitir avançar... mesmo que os entraves continuem acontecendo... dentro do governo...
dentro do movimento social...
dentro do empresariado...
mas isso vocês sabem, isso é a luta do Almacks, do César, do Alfredo, do Anônimo, todos os dias.
Passamos a nos ouvir, todos nós nestes todos colegiados...
e mesmo por fora... na rede onde estou neste momento, sem poder participar das reuniões que ajudei a gestar e para as quais o próprio governo me indicou... ainda assim temos voz...