Votação de projeto que revoga lei de privatização da Embasa é adiada


O projeto do governo que revoga a Lei de Privatização da Embasa foi adiado e será votado pelos deputados estaduais somente na próxima semana. A votação estava prevista para terça-feira (30).
No dia 21 de março, o secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, representando o governador Jaques Wagner, entregou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) o projeto que revoga dispositivo da lei 7.483, de 17 de junho de 1999, que permite ao Estado privatizar a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). O projeto vai tramitar em regime de urgência e a votação deve ocorrer ainda no mês de abril deste ano.

O projeto foi entregue durante sessão especial na Alba em comemoração ao Dia Mundial da Água, ao presidente da Assembleia, Marcelo Nilo. O evento contou com a participação também do secretário estadual de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, e dos presidentes da Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), Bento Ribeiro Filho, da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho, entre outras autoridades. Do Correio.

Nossos comentários:

PRIVATIZAÇÃO DA EMBASA
Em 1985 depois de uma comissão formada por Paulo Jackson, Eduardo Araújo, Abelardo de Oliveira, Luis Teles e outros, nasce o SINDAE.

Em 90, com a retomada do carlismo, houve um grande retrocesso, com muitas demissões tentando privatizar a Embasa. “ACM passou o trator, demitiu mais de 5 mil empregados, além de 17 dirigentes sindicais e colocou a Embasa no Programa de Modernização do Setor de Saneamento, bancado pelo Banco Mundial, justamente para vender a empresa para a iniciativa privada. Foi uma guerra, veio Collor e a vontade de privatizar aumentou, depois FHC também.

ACM tinha a privatização como certa, à empresa inglesa THAMES WATER seria a adquirente, falavam até que a empresa pagou a primeira parcela da compra e ACM usou o dinheiro na campanha, “o BNDES chegou a adiantar dinheiro ao governo baiano pela venda da empresa”.

A Câmara de Vereadores de Salvador foi ocupada pelo SINDAE e populares com capuzes no rosto, foi feito o primeiro projeto de lei de iniciativa popular, com mais de 92 mil assinaturas, mas a Câmara rejeitou. A Assembleia Legislativa aprovou projeto que tirava a titularidade do saneamento dos municípios, transferindo para o estado. No mesmo sentido, houve uma Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, mantendo o saneamento na esfera do poder municipal.

O SINDAE se junta com a igreja, o CREA, a OAB, UFBA e muitas organizações. A sociedade aderiu a campanha, ACM joga a toalha”. Vários países elogiaram e adotaram a estratégia. Porém, alertou que a sede das empresas transnacionais continua, pois a água vai valer cada vez mais. “Agora estão aí com as Parcerias Público Privadas, que de parceria não tem nada”
O governo organizou uma reunião na Fundação Luís Eduardo Magalhães, onde o objetivo era legalizar a proposta de venda da Embasa, e que terminou em pancadaria. Um militante do SINDAE perdeu dois dentes, foi chutado e ameaçado de morte e ficou três meses internado no hospital depois de tomar tanta pancada dos P2 infiltrados na audiência.

Paula Jackson morreu aos 47 anos em pleno mandato como deputado estadual (PT), num acidente de ônibus quando ia para Gentio do Ouro (a 677 km de Salvador) fazer palestra contra o projeto de privatização da Embasa no ano de 2001.


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