‘É dando que se recebe?’


Leonardo Boff
Estamos em tempos de montagem de governos. Há disputas por cargos e funções por parte de partidos e de políticos. Ocorrem sempre negociações, carregadas de interesses e de muita vaidade. Neste contexto, se ouve citar um tópico da inspiradora oração de São Francisco pela paz "é dando que se recebe” para justificar a permuta de favores e de apoios onde também rola muito dinheiro. É uma manipulação torpe do espírito generoso e desinteressado de São Francisco. Mas desprezemos estes desvios e vejamos seu sentido verdadeiro.


Há duas economias: a dos bens materiais e a dos bens espirituais. Elas seguem lógicas diferentes. Na economia dos bens materiais, quanto mais você dá bens, roupas, casas, terras e dinheiro, menos você tem. Se alguém dá sem prudência e esbanja perdulariamente acaba na pobreza.


Na economia dos bens espirituais, ao contrario, quanto mais dá, mais recebe, quanto mais entrega, mais tem. Quer dizer, quanto mais dá amor, dedicação e acolhida (bens espirituais) mais ganha como pessoa e mais sobe no conceito dos outros. Os bens espirituais são como o amor: ao se dividirem, se multiplicam. Ou como o fogo: ao se espalharem, aumentam.
Compreendemos este paradoxo se atentarmos para a estrutura de base do ser humano. Ele é um ser de relações ilimitadas. Quanto mais se relaciona, vale dizer, sai de si em direção do outro, do diferente, da natureza e até de Deus, quer dizer, quanto mais dá acolhida e amor mais se enriquece, mais se orna de valores, mais cresce e irradia como pessoa.


Portanto, é "dando que se recebe”. Muitas vezes se recebe muito mais do que se dá. Não é esta a experiência atestada por tantos e tantas que dão tempo, dedicação e bens na ajuda aos flagelados da hecatombe socioambiental ocorrida nas cidades serranas do Rio de Janeiro, no triste mês de fevereiro, quando centenas morreram e milhares ficaram desabrigados? Este "dar” desinteressado produz um efeito espiritual espantoso que é sentir-se mais humanizado e enriquecido. Torna-se gente de bem, tão necessária hoje.
Quando alguém de posses dá de seus bens materiais dentro da lógica da economia dos bens espirituais para apoiar aos que tudo perderam e ajudá-los a refazer a vida e a casa, experimenta a satisfação interior de estar junto de quem precisa e pode testemunhar o que São Paulo dizia: "maior felicidade é dar que receber” (At 20,35). Esse que não é pobre se sente espiritualmente rico.


Vigora, portanto, uma circulação entre o dar e o receber, uma verdadeira reciprocidade. Ela representa, num sentido maior, a própria lógica do universo como não se cansam de enfatizar biólogos e astrofísicos. Tudo, galáxias, estrelas, planetas, seres inorgânicos e orgânicos, até as partículas elementares, tudo se estrutura numa rede intrincadíssima de inter-retro-relações de todos com todos. Todos co-existem, interexistem, se ajudam mutuamente, dão e recebem reciprocamente o que precisam para existir e co-evoluir dentro de um sutil equilíbrio dinâmico.


Nosso drama é que não aprendemos nada da natureza. Tiramos tudo da Terra e não lhe devolvemos nada nem tempo para descansar e se regenerar. Só recebemos e nada damos. Esta falta de reciprocidade levou a Terra ao desequilíbrio atual.


Portanto, urge incorporar, de forma vigorosa, a economia dos bens espirituais à economia dos bens materiais. Só assim restabeleceremos a reciprocidade do dar e do receber. Haveria menos opulência nas mãos de poucos e os muitos pobres sairiam da carência e poderiam sentar-se à mesa comendo e bebendo do fruto de seu trabalho. Tem mais sentido partilhar do que acumular, reforçar o bem viver de todos do que buscar avaramente o bem particular. Que levamos da Terra? Apenas bens do capital espiritual. O capital material fica para trás.
O importante mesmo é dar, dar e mais uma vez dar. Só assim se recebe. E se comprova a verdade franciscana segundo a qual ”é dando que recebe” ininterruptamente amor, reconhecimento e perdão. Fora disso, tudo é negócio e feira de vaidades.



Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor

[Autor de A oração de São Francisco, Vozes 2010].
http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=53572

‘Licença Específica’: Governo atropela legislação e tenta impor Belo Monte ‘goela abaixo’


Usina de Belo Monte, local onde será construída

Como ficará


O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) vem a público manifestar repúdio e indignação diante da emissão da "Licença de Instalação Específica” relativa à Usina Hidrelétrica Belo Monte.


Fruto de inequívoco e sistemático processo de pressão política, do governo e de grupos econômicos envolvidos na construção da usina, sobre setores técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), este ato administrativo constitui-se num verdadeiro atentado à legislação brasileira.


A figura da "Licença Específica” simplesmente inexiste no aparato jurídico brasileiro. No entanto, a mesma vem sendo consumada "de fato” como uma prática recorrente do governo federal nestes últimos anos.


O Cimi entende que o Poder Judiciário não deve manter-se alheio frente a essa prática do Executivo. Com a emissão dessa "Licença” sem amparo legal, aprofunda-se a necessidade e a urgência do julgamento de todas as ações judiciais que questionam a legalidade do procedimento administrativo estabelecido para "liberar” a construção da UHE Belo Monte.
Reafirmamos nossa confiança no Poder Judiciário brasileiro e entendemos que é urgente a sua manifestação e tomada de decisões no presente caso, considerando as arbitrariedades e ilegalidades perpetradas e implementadas pelo Poder Executivo do nosso país.


Depois de mais de duas décadas em que o governo militar impôs a absurda construção da hidrelétrica de Balbina, reconhecidamente um "monumento à insanidade”, o atual governo utiliza-se da mesma lógica destruidora e assassina no caso da UHE Belo Monte.
Manifestamos solidariedade a todos os povos e comunidades que se contrapõe historicamente à construção de Belo Monte e reiteramos o compromisso e o apoio às suas lutas na defesa de seus direitos.


Conselho Indigenista Missionário
Brasília, 27 de janeiro de 2011

ACV MC E BRIGADA VOLUNTÁRIA CONTRA INCÊNDIOS DE MORRO DO CHAPÉU RETIRA MAIS DE 60 TONELADAS DE LIXO DA ENTRADA DE PONTOS TURÍSTICOS DE MORRO DO CHAPÉU-BA



Clique na foto e veja o álbum completo

No dia 23 de janeiro do corrente ano, os membros da ACV MC E BRIGADA VOLUNTÁRIA CONTRA INCÊNDIOS DE MORRO DO CHAPÉU realizaram um mutirão de limpeza da principal via de acesso a  vários pontos turísticos e de grande relevância ambiental de Morro do Chapéu, tais como: Morrão, Buraco do Possidônio e Gruta do Cristal.

A ação faz parte do Programa Estratégico da Associação, em todos os âmbitos de atuação socioambiental. Na ocasião, a atuação foi caracterizada pelo recolhimento de lixo residencial, comercial,  resíduos de serviços de saúde (altamente perigosos), jogados de forma irresponsável. Como sabemos, são vários os problemas ocasionados pela disposição inadequada do lixo, seja por danos ambientais;  inviabilização de acesso aos pontos turísticos citados; descaracterização paisagística;  causando má impressão aos turistas e visitantes;  contaminação do solo e do lençol freático do rio Jacuípe, além de se constituir em local favorável à proliferação de vetores, constituindo-se em foco de diversas doenças perigosas.

Na ocasião foram retiradas por mais de 10 caçambas, cerca de 60 toneladas de lixo.
Os morrenses sabem da grande quantidade de lixo jogada em  locais inadequados, em vários pontos da cidade, tanto decorrentes de acúmulos de varrições, como  também pela disposição inadequada por parte da população, que também tem sua quota de responsabilidade neste processo.

A solução dos problemas ambientais requer, além da conscientização de todos, de um efetivo planejamento estratégico que contemple a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos, tendo como co-responsáveis os geradores (fabricantes), a comunidade em geral e o poder público. Cabe ressaltar o papel preponderante do principal responsável, conforme preconizado pela  Lei 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos:

“X – O gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos  (grifo nosso). Neste caso a responsabilidade direta é dos geradores e do Poder Público, exigidos na forma desta Lei (grifo nosso).

Sabemos que os problemas ambientais de Morro do Chapéu são abrangentes, muitas vezes, decorrentes da ação inconsciente dos munícipes e requerem ações de diversos âmbitos. Não obstante, o Poder Público Municipal tem que responder  pela parte que lhe cabe, de forma decisiva, concreta e não pode se eximir deste “seu dever e de sua obrigação constitucional”.

A resolução deste e de outros  problemas correlatos, requer um amadurecimento de todos, partindo da conscientização de cada um, traduzindo-se em fatos concretos e definitivos, como tem sido feito diversas vezes pelos membros da ACV MC E BRIGADA VOLUNTÁRIA CONTRA INDÊNDIOS DE MORRO DO CHAPÉU,  cumprindo seu papel socioambiental. Neste caso, aliando o discurso à prática direta,  exemplifica de forma objetiva,  como ação plenamente possível. Por isso a ACV MC E BRIGADA VOLUNTÁRIA CONTRA INDÊNDIOS DE MORRO DO CHAPÉU prosseguirá com outras ações semelhantes, contando com o apoio e o engajamento da população nesta causa justa, por amor, proteção e zelo ao patrimônio ambiental de nossa querida Morro do Chapéu.

Morro do Chapéu, 25 de janeiro de 2011

Jaime Macedo Matos Neto
Presidente da ACV MC



Justiça e Bom Senso - Por Cledson Sady


Muito se falou esta semana em Jacobina sobre o episódio do embargo da festa do Abrigo dos Velhos, que deveria ter ocorrido no sábado, 17, na AABB. Seria seu 24º Forró em favor da manutenção daquela que é a única instituição da região a oferecer cuidados em tempo integral à pessoa idosa. Além de prestar outros importantes serviços, há décadas, a comunidade carente, complementando o papel que o Estado deveria cumprir e não o faz.
   O Abrigo dos Velhos Cruzada do Bem, é um braço do Grupo Espírita Cruzada do Bem, instituição filantrópica, privada, fundado em Jacobina em 1928, que desde então cuida de pessoas carentes, de todos os credos, raças e classes sociais, sem qualquer colaboração do Estado.
   Não vamos aqui analisar questões de direito individual ou coletivo, nem de justiça, pois isso não nos compete.  Nós, comunidade, pagamos ao Estado para este fim. O que queremos analisar é a aplicação da justiça apartada do bom senso, de visão histórica, ampliada.
   A justiça, lenta, morosa, na maioria esmagadora dos casos, foi ultra-rápida, imediata, neste caso em particular. Se haviam irregularidades no evento, não deveriam ser tão graves quanto à venda de drogas, que deveria estar ocorrendo naquele momento, em algum lugar da cidade. Se haviam excessos, não deveria ser irremediável, como a corrupção, alardeada e apontada em tantos meios de comunicação da cidade. Se existia desrespeito, não deveria ser tão grande como o que ocorre com os idosos, diariamente, nas filas de bancos, aqui mesmo, em Jacobina
   Infelizmente a justiça só apareceu rápida, imediata, neste episódio da histórica festa beneficente do Abrigo dos Velhos, onde a comunidade faz um esforço enorme para suprir o descaso do Estado para com os idosos, que pagaram impostos toda a vida, para terem amparo e justiça na velhice, mas receberam em troca, a frieza, o calote.
   Os cidadãos que tomam a frente de organizações como o Abrigo dos Velhos Cruzada do Bem, são pais e mães de família, jovens, profissionais, cumprem as obrigações cotidianas iguais a todos os outros mortais, tais como os representantes do Estado, e, além disso, buscam auxiliar o outro, especialmente aqueles que o Estado não enxerga, como os idosos, pois não lhes dão mais dinheiro.
Além de suprirem a falta do Estado, estes cidadãos, não são remunerados para isto, muito pelo contrário, gastam tempo de convivência familiar e recursos financeiros nesta atividade. Com que sobrecarga recomporão o prejuízo ocorrido em função deste embargo? Será que o Estado será solidário desta vez? O Estado que solicita parceria da comunidade no apoio a infância desamparada, no combate a violência, na preservação do meio ambiente, e até mesmo no apoio a velhice desassistida, será que vai ajudar nesta hora? Sinceramente, acho pouco provável.
O que resta a comunidade é se unir e cobrir o prejuízo. Seguir em frente, cuidando daqueles que o Estado desampara, embora cobre rigorosa e friamente o seu quinhão para pouco fazer, quando não atrapalha. Aos amigos do Abrigo dos Velhos Cruzada do Bem, nossa solidariedade. E a lembrança de um trecho da canção “Mais uma vez”:
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
 
Cledson Sady
Escritor e Membro da Academia Jacobinense de Letras.
                                  

DOZE CONSELHOS PARA TER UM INFARTO FELIZ !!!


Quando publiquei estes conselhos 'amigos-da-onça' em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta, pois muitos estavam adotando esse tipo de vida inconscientemente.
1. Cuide de seu trabalho antes de tudo.  As necessidades pessoais e familiares são secundárias.
2 Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.
3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.

4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.
5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos, corais e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes..
7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.

8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (e ferro , enferruja!!. .rs)
9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado.. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.
10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.
11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.
Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens. 
Duvido que voce não tenha um belo infarto se seguir os conselhos acima!!!
 

IMPORTANTE:

OS ATAQUES DE CORAÇÃO
Uma nota importante sobre os ataques cardíacos..
Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo(direito). Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.

Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam, não se levantaram... Mas a dor no peito, pode acordá-lo dum sono profundo.
Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (193 ou 190) e diga ''ataque cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se  numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse pois ela fará o coração pegar no tranco; tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro.. NÃO SE DEITE !!!!
Dr. Ernesto Artur - Cardiologista


Você, que adora o mundo digital, conhece seu lado “sujo”?


Aproveitando a realização da Campus Party, pedi um texto para Daniela Matielo, jornalista e pesquisadora da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, e Felipe Andueza, analista ambiental, sobre o lixo gerado pela informática. Eles já haviam contribuído neste espaço anteriormente, mas o momento pediu uma atualização, uma vez que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos brasileira, sancionada no ano passado, pode mudar as coisas.
Neste momento em que todos louvamos o admirável mundo novo trazido pela tecnologia, com suas distâncias encurtadas e a possibilidade de distribuir conhecimento, faz-se necessário manter os olhos bem abertos sobre os seus efeitos colaterais, agravados pelo consumismo inconsequente. Até porque, a estrada para a perdição é asfaltada com monitores de computador usados (e rejuntada com saquinhos plásticos, é claro)
Quando surgiu, há 50 anos no lugar que hoje conhecemos como Vale do Silício, a indústria de eletrônicos se auto intitulou como uma “indústria limpa”. Trabalhadores, que antes trabalhavam nas grandes plantações que existiam na região, assumiram seus postos nas fábricas de chips, placas, discos rígidos e todos os outros componentes “high-tech” sem saber que na verdade essa mudança de ocupação estava colocando suas vidas em risco. Já em 1970, foram publicados os primeiros relatórios mostrando que muitas substâncias usadas na fabricação desses componentes eram altamente tóxicas, como o cádmio e o chumbo, e associando sua manipulação com o desenvolvimento de cânceres, problemas na formação de fetos e outras complicações de saúde entre os trabalhadores. Foi necessária uma grande movimentação para tentar melhorar essas condições de trabalho. Os principais locais de produção de componentes acabaram sendo transferidos para outros lugares do mundo, criando novos problemas em países como Índia e China.
Ou seja, o problema não foi resolvido, apenas jogado para baixo do tapete.
Há 50 anos, por seu alto custo, poucas pessoas tinham acesso a essas “novas tecnologias”. Hoje, no entanto, são itens indispensáveis no nosso dia-a-dia: celulares, computadores, monitores e uma infinidade de aparelhos cujos preços cada vez mais acessíveis estão permitindo que se popularizem entre a população. O aumento do acesso é bem-vindo, sem dúvida. O acesso à internet e a possibilidade de obter informação, comunicar-se e ampliar redes, possui um indiscutível potencial, e deve ser considerado um direito.
Entretanto, o rápido aumento do consumo também implica em um aumento de produção, e as substâncias tóxicas que causaram incontáveis problemas aos primeiros trabalhadores da indústria de eletrônicos continuam existindo. E, naturalmente, não é apenas na hora da produção que estas substâncias são tóxicas, mas também na hora do descarte: o lixo eletrônico é um problema que está no centro das discussões ambientais, preocupando governos e organizações em todo o mundo.
A reciclagem destes materiais precisa ser feita de maneira correta, pois a manipulação ou incineração dos componentes sem os devidos cuidados pode causar duradouras contaminações ao meio. Uma prática adotada por muitos países era o envio desse material (que de maneira nenhuma pode ser descartado junto ao lixo comum) para a África ou a China, onde passavam a ser reciclados sem nenhuma preocupação, fosse ambiental ou com a saúde dos trabalhadores.
Para tentar resolver essa situação, foi assinada e retificada em 1989 a Convenção da Basiléia, que regulamenta os movimentos internacionais de resíduos perigosos. A grande maioria dos países assinou o documento, com exceção de alguns menores e dos Estados Unidos. Ainda assim, o problema persiste no mundo, como é possível verificar em diversos vídeos-denúncia disponíveis no YouTube.
(Prova de que nem sempre a Convenção é cumprida foi o envio de toneladas de lixo contaminado da Inglaterra aqui para o Brasil, que ganhou as páginas dos noticiários em 2009.)
A Convenção, porém, não cobre todo o ciclo de produção dos eletrônicos, e os países tiveram que elaborar legislações que regulamentassem a gestão interna desses resíduos. Na União Européia, cuja legislação é uma referência na área, a diretiva Weee (Waste Electrical and Electronic Equipment) regulamenta a produção e descarte dos eletrônicos, definindo limites nas quantidades de substâncias tóxicas utilizadas na fabricação. Ela impõe que uma porcentagem mínima dos materiais possa ser reciclado e institui a chamada “logística reversa”, que responsabiliza a indústria eletrônica pela coleta e descarte adequado dos resíduos de seus produtos. Ou seja, se produziu algo que pode causar problema, você também é responsável pelo destino final da mercadoria.
E no Brasil?
No Brasil, em 1991, entrou em trâmite na Câmara dos Deputados o projeto de lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PL 203/91) que deveria também regulamentar a reciclagem e a logística reversa dos resíduos eletro-eletrônicos. No final do primeiro semestre de 2009, porém, o grupo de trabalho responsável excluiu os resíduos eletrônicos do projeto de lei.
Para exigir que os resíduos tecnológicos voltassem à PNRS, o Coletivo Lixo Eletrônico lançou um Manifesto e um abaixo-assinado pedindo a reinserção do lixo eletrônico no projeto, tornando a logística reversa obrigatória: ou seja, responsabilizando a indústria de eletrônicos pela coleta e destinação adequada dos resíduos de seus produtos. A ação foi um sucesso e, depois de grande repercussão na mídia e de discussões acaloradas entre os diferentes grupos envolvidos com o tema, em outubro de 2009 o Grupo de Trabalho da Política Nacional de Resíduos Sólidos voltou atrás e classificou os eletro-eletrônicos e lâmpadas fluorescentes como resíduos sólidos especiais de coleta obrigatória por parte dos produtores, juntamente com as embalagens de agrotóxicos, pneus etc, devido ao alto impacto ambiental que possuem.
E então, em agosto de 2010, depois de quase duas décadas de história, o projeto foi finalmente sancionado pelo Presidente, tornando-se efetivamente lei.
Problema resolvido? Não é bem assim. A aprovação da lei é um primeiro passo para solucionar o problema dos eletrônicos, porém mais de quatro meses depois de haver sido sancionada, a PNRS segue sem regulamentação, o passo seguinte para garantir sua aplicação (e eficiência). É por meio da regulamentação que são definidas as sanções para quem não cumprir a norma e como se dará a implementação das exigências da lei.
Em legislações de outros países, observam-se mecanismos jurídicos de sucesso para garantir essa aplicação de diferentes maneiras, que poderiam ser implementados no Brasil, como por exemplo:
1. Definição pública do Modelo de Responsabilidade Compartilhada sobre os resíduos: A PNRS, tal como o texto de lei foi aprovado, obrigará fabricantes, produtores e importadores de resíduos “especiais”, onde os eletro-eletrônicos estão incluídos, a coletarem e darem o melhor destino a seus produtos uma vez descartados pelos consumidores. FALTA: definição das responsabilidades do Poder Público, nas três esferas, em auxiliar e compor essa responsabilidade, as responsabilidades dos consumidores em não descartar no lixo doméstico comum e sim em postos de coleta autorizados, além da gestão dos aparelhos órfãos (adquiridos no mercado ilegal ou de fabricantes já inoperantes).
2. Metas graduais: A quantidade relativa (porcentagem) a prazo de resíduos eletrônicos que devem ser coletados e reciclados não é definida. Uma prática pouco comum no Brasil, e muito utilizada no exterior, que estabelece metas graduais para a indústria, o comércio e a população se adaptarem, incrementaria as taxas de reciclagem.
3. Estudos periódicos da aplicação: prática muito bem-sucedida na Diretiva Europeia de Resíduos de Aparelhos Eletro-Eletrônicos de realizar estudos sobre a gestão desses resíduos e analisar periodicamente a eficiência da lei.
4. Exigência e avaliação por parte do órgão competente dos planos de gestão de resíduos dos fabricantes-importadores: prática complementar ao estudos periódicos e que auxilia o Poder Público a fiscalizar a aplicação da lei, e as empresas a se organizarem e deixarem seus processos de descarte de resíduos mais transparentes, uma vez que estes planos seriam públicos.
5. Financiamento e incentivos ao mercado da reciclagem e aterros sanitários: financiamento à profissionalização das cooperativas de reciclagem, a linhas de pesquisa de reciclagem, incentivos aos produtos fabricados com altas taxas de reciclados, auxílio na criação e implementação de aterros sanitários pelos municípios, entre outros.
Como lidaremos com os resíduos, como problema ou oportunidade, definirá se haverá um novo, ou um velho disfarçado de novo. De novo?

Bispo recusa comenda e impõe constrangimento ao Senado Federal.

Num plenário esvaziado, apenas com alguns parlamentares, parentes e amigos do homenageado, o bispo cearense de Limoeiro do Norte, dom Manuel Edmilson Cruz impôs um espetacular constrangimento ao Senado Federal, ontem.
Dom Manuel chegou a receber a placa de referência da Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, das mãos do senador Inácio Arruda (PCdoB/CE).
Mas, ao discursar, ele recusou a homenagem  em protesto ao reajuste de 61,8% concedidos pelos próprios deputados e senadores aos seus salários.
“A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”.
O público aplaudiu a decisão.
O bispo destacou que a realidade da população mais carente, obrigada a enfrentar filas nos hospitais da rede pública, contrasta com a confortável situação salarial dos parlamentares.
E acrescentou que o aumento “é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte para bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho”.

Para quem quiser assistir:



http://www.youtube.com/watch?v=ZNuFlHAWwxo

ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO SALITRE E NO TERRITÓRIO PIEMONTE DA DIAMANTINA

Dr. José Carlos Bina

Ao participar de uma entrevista pela Rádio Jacobina FM 99.1 hoje pela manhã (20/01/2011), comunicando às pessoas de Caatinga do Moura (Jacobina) e Taquarandi (Mirangaba), que no dia 17 de fevereiro estaremos realizando uma Plenária na comunidade de Taquarandi, a qual terá presença do Drº José Carlos Bina de  Araújo, pesquisador, sanitarista com especialidade em Medicina Tropical pela Universidade de São Paulo, que em 1967 iniciou o processo de tratamento e erradicação do Schistosoma mansoni ( esquistosomosse), nestas localidade.

O Drº Bina, como é conhecido na região, estará presente nesta Plenária e também irá ao distrito de Catinga do Moura para receber a homenagem de Benemérito da Saúde na BHS - Bacia Hidrográfica do Rio Salitre que será dada pelos prefeitos de Mirangaba, Adilson Nascimento e a prefeita de Jacobina, Valdice Castro.

Um dos maiores problemas da BHS - Bacia Hidrográfica do Rio Salitre que é composta por nove cidades é a quantidade e qualidade da água, e como apresentamos dados oficiais das ligações de água nos municípios, o radialista Geraldo Oliveira fez a sugestão que disponibilizasse estes dados para consulta pública.


ABASTECIMENTO DE ÁGUA
SNIS – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO EM SANEAMENTO
DADOS DE 2008 – BACIA DO RIO SALITRE
CIDADE
POPULAÇÃO
POPUÇÃO ATENDIDA
LIGAÇÕES
OPERADORA
JUAZEIRO
197.984
200.545
40.074
SAAE
JACOBINA
79.285
58.714
17.734
EMBASA
CAMPO FORMOSO
66.638
23.325
6.539
EMBASA
MORRO DO CHAPÉU
35.207
21.804
6.220
EMBASA
MIGUEL CALMON
26.466
17.770
5.467
EMBASA
UMBURANAS
17.010
6.801
1.682
EMBASA
OUROLÂNDIA
16.477
6.710
1.845
EMBASA
MIRANGABA
16.323
2.634
714
EMBASA
VÁRZEA NOVA
13.127
9.809
2.855
EMBASA

FONTE: www.snis.gov.br

ABASTECIMENTO DE ÁGUA
SNIS – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO EM SANEAMENTO
DADOS DE 2008 – TERRITÓRIO DO PIEMONTE DA DIAMANTINA
CIDADE
POPULAÇÃO
POPUÇÃO ATENDIDA
LIGAÇÕES
JACOBINA
79.285
58.714
17.734
CAPIM GROSSO
26.529
27.955
8.675
MIGUEL CALMON
26.466
17.770
5.467
UMBURANAS
17.010
6.801
1.682
OUROLÂNDIA
16.477
6.710
1.845
MIRANGABA
16.323
2.634
714
VÁRZEA NOVA
13.127
9.809
2.855
SERROLÂNDIA
12.347
12.669
4.271
SAÚDE
11.847
6.964
2.183
CAÉM
10.376
1.688
450

FONTE: www.snis.gov.br

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