04/09 TERÇA-FEIRA | ESPAÇO DO LEITOR ÀS 13:30 ARTIGO - A ILHA DO FOGO NÃO É MAIS DO POVO. |
Segunda-feira, 03.09.2012, passando cedo pela Ponte Presidente Dutra, fui surpreendido com a estrutura montada pelo Exército Brasileiro, com telas altas como num “front”, dos dois lados da ponte, nas proximidades da Ilha do Fogo. Fiquei espantado!
Susto maior tivemos, eu e meus filhos, de 8 e 10 anos, quando de frente para os acessos dos dois lados da Ilha, vimos aqueles rolos de arame, que se usam em trincheiras tendo na retaguarda soldados com seu forte armamento em punho... Cena de guerra! Era tudo realmente muito assustador.
Meus filhos perguntaram-me o que era aquilo e não soube responder o correto. Será que por causa de uma ocupação da ilha em vias ‘legais’ – já que toda ilha pertence à União – seria mesmo necessário transformar toda a ilha num “bunker”, pronto para reagir aos ataques inimigos? Mas que inimigos? Será que os fogos das campanhas políticas estão tão assustadores?
Na minha volta, lá pelas 07:10h ainda continuavam estendendo telas. Aí outra coisa me chamou a atenção: O trânsito fora totalmente interrompido para a passagem de militares de um lado para outro. Já pensaram no tumulto que vamos ter? Para cada passagem uma interrupção no já sofrido trânsito dessa ponte? E não vai demorar nada para colocarem redutores de velocidade, as famosas lombadas, no mínimo duas, resguardando os acessos.
Ora , essa ponte basta um “espirro” para engarrafar. E agora, com o “batalhão fluvial” e todos os seus direitos, o que será de nós, pobres usuários?
Começou com a ocupação dos galpões da Franave e logo, toda a Ilha agora é tomada pela força armada. Não se assustem se a Serpente que está presa aos três fios de cabelo de Nossa Senhora, lá nas pedras do cruzeiro como diz a lenda, cuspam fogo em brasa, raivosa e anunciando novas tomadas... O precedente já existe. Vamos nadar em defesa do trecho do rio entre o Círculo Militar e a Ilha do Fogo; das ilhas do Maroto, Amélia, Rodeadouro, Nossa Senhora...
Olhando para as areias brancas banhadas pelo rio e enxugadas pelo sol, vi que suas tristezas não eram menores que as minhas. Estavam lá sozinhas, sem ter quem se banhasse em suas águas; sem ter quem se deitasse nas suas areias. Parece até que falavam baixinho como eu também falava: A ilha do fogo não é mais do povo.
John Khoury Hedaye, empresário.
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A ILHA DO FOGO NÃO É MAIS DO POVO.
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