COMITÊS DA BAHIA PARTICIPARAM DO XIII ENCOB EM SÃO LUIZ - MA




O XIII ENCOB – Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas aconteceu nos dias 24 a 28 de outubro de 2011 no Hotel Luzeiros em São Luis – MA, e teve como tema “OS DESAFIOS DOS COMITÊS DE BACIAS NA CONSTRUÇÃO DE PACTOS PELAS ÁGUAS”.
Todos os anos os 180 comitês instalados no Brasil se reúnem em uma cidade brasileira para discutir as problemáticas dos Recursos Hídricos, proporcionar aos seus membros Oficinas de Capacitações, palestras e apresentar experiências de diversas regiões do Brasil.
Das cinco experiências aprovadas e escolhidas pelo COLEGIADO COORDENADOR que tem em sua composição uma representante baiana (Maria Lúcia), a experiência “SOLUÇÃO FINAL DA DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS DA MINERAÇÃO DO MÁRMORE NO MUNICÍPIO DE OUROLÂNDIA – BAHIA” apresentada pelo Comitê do Salitre foi um destaque no XIII ENCOB, porque a maioria das experiências é em Bacias com superávit de água e a do Salitre é uma das bacias que convive em “conflito” pelo uso da água.
O Fórum Baiano de Comitês de Bacias Hidrográficas ainda é um esboço dentro da política hídrica baiana, apesar das discussões virem desde o ano de 2008, apenas em 12 de julho de 2010 o então INGÁ reconhece e dá o ponto inicial para criação do Fórum, porém de julho de 2010 até setembro de 2011 a Coordenação do Fórum tinha que redigir, aprovar e publicar como diz nas DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS em seu Art. 28 – Este regimento interno, após aprovação da plenária, entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial do Estado”.
Como neste mesmo REGIMENTO INTERNO, da Composição em seu Art. 7º diz: Parágrafo Único – O Instituto de Gestão de Águas e Clima - Ingá integra o FBCBHS, na qualidade de órgão gestor de recursos hídricos no estado da Bahia, dispondo de duas vagas, com direito a voz e sem direito a voto, com a finalidade de apoiar o FBCBHS no exercício de suas competências.
Assim no dia 22 e 23 de setembro de 2011 o Fórum foi CONVOCADO pelos seus coordenadores para REESTRUTURAÇÃO. Como deu quórum, a Plenária que é soberana decidiu constituir uma Coordenação provisória por 90 dias ou mais se for necessário para cumprir a REESTRUTURAÇÃO proposta pela Pauta sem destituir como estão dizendo a Coordenação eleita em julho de 2010.
Passada a reunião ficou para que a Secretária Provisória eleita circulasse a ATA na lista do Fórum para que na próxima reunião seja votada para ter validade, porém o INEMA como Secretaria Executiva e com dois membros que fazem parte do Fórum, abstém-se de qualquer diálogo e até de atender-me por telefone, como tentei por quatro vezes e sempre alegando que estava em reunião, mas assim que terminasse ligaria. Preferiu em São Luiz – MA, QUSTIONAR a legalidade do Fórum Baiano de Comitês de Bacias Hidrográficas.
O Fórum está totalmente irregular, o INEMA teve de 12/07/2010 até 21/09/2011 para construir a aprovação do REGIMENTO INTERNO e publicação no diário oficial e não fez. Na Plenária a Sra Maisa Flores relatou que na mudança do INGÁ para INEMA deletaram todos os arquivos do Fórum, foi a Coordenação provisória que recuperou todos os arquivos que temos hoje. Não deveria o INEMA nos dois meses que tentamos fumar o cachimbo da paz em nome do Sistema Hídrico Baiano ter nos recebido para discutirmos os nossos problemas em casa e não em São Luiz publicitando para todo o país como está o Fórum Baiano?
Mas, valeu a pena, a organização, o conhecimento e acompanhar o Regimento Interno do Fórum Nacional de Comitês nus possibilitaram em tempo hábil indicar uma moção a nível nacional com apenas um voto contra, que foi de um membro de comitê baiano.
TEOR DA MOÇÃO:
Pedir apoio a Assembleia Geral do FÓRUM NACIONAL DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS para aprovar MOÇÃO dirigida ao Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, ao Secretário de Meio Ambiente, Eugênio Spengler e ao Diretor do INEMA – Instituto de Meio Ambiente da Bahia Júlio Mota fazendo as seguintes recomendações:
I-            Garantia de recursos e logística para realização das quatro reuniões ordinárias e das reuniões extraordinárias anuais de cada comitê de Bacia do Estado, aprovado por resolução do CONERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos; 

Secretário CONTRA o meio ambiente da Bahia Eugênio Spengler, passa por mais um vexame no território do Salitre


Foto da internet

O Secretário CONTRA o meio ambiente da Bahia Eugênio Spengler, após querer acabar com o Parque Estadual do Morro do Chapéu - PEMC com uma CANETADA assinando o famoso decreto da destruição,  tendo que se retratar após 20 dias, porque até um simples NEÓFITO da militância de meio amibiente sabe que o Código Florestal (2000) taxativamente diz que uma UC só será desfeita através de Lei e não por CANETADA como fez o Eugênio e vem se justificando que estava em Aracaju e não sabe como  famigerado decreto foi parar na mão do governador em exercício no período  Oto Alencar  que substituia  o governador Jaques Wagner.
Tambem sabemos que o governador e a Casa Civil assinam decretos vindos das secretarias e não são atribuições deles ter domínio da matéria e sim total responsabilidade do secretário que manda o decreto para ser assinado.

Assim, hoje dia 26/10/2011 ao chegar no território do Salitre na cidade de Morro do Chapéu com seu staff sofreu mais um constrangimento quando tinha anunciado em institucionais das  rádios locais três audiências públicas para discussão e aprovação da propositura da nova poligonal do PEMC, onde segundo ele ia esterder os 40 mil ha para 119 mil ha com terras todas detonadas pelos carvoeiros e foram compradas pelos especuladores para queriam vende-las para as empresas de energia eólica, e como não passaram nos testes de geração de ventos, a idéia é passá-las para o governo de todos nós para ampliação do Parque.

O Secretário CONTRA o meio ambiente da Bahia retorna ao seu QG em Salvador após receber a liminar do Ministério Público suspendendo as três audiências públicas por falta de estudos específicos sobre a área. 

Como uma das alegações do Secretário CONTRA o meio ambiente da Bahia, Eugênio Spengler era de proteger, fazemos a seguinte pergunta:

Por que não foram incluídas na nova propositura de poligonal do PEMC as nascentes do rio Salitre que estão no entorno da velha poligonal?

Será que é para continuar a implantação de torres da energia eólica sobre as nascentes do rio Salitre? Enquanto o governo federal quer revitalizar os afluentes do São Francisco o Eugênio quer é destruir.


EM TEMPO: SNUC 2000

Palpite infeliz

 X  

O deputado federal pela Bahia, Josias Gomes, em artigo intitulado: "Agronegócio e Agricultura familiar: segmentos complementares”, publicado em 07 de outubro de 2011 no site campograndenews, faz afirmações que não refletem a realidade do campo brasileiro. Segundo o deputado, o agronegócio e a agricultura familiar não representam projetos de desenvolvimento antagônicos; mas, sim, complementares. Em seu artigo ele afirma que "Há, no entanto, quem procure fazer uma diferenciação que em nada corresponde à realidade, e que opõe o agronegócio à agricultura familiar. Tal oposição termina escondendo a ação unificada para o setor exercitada pelos governos petistas de Lula e Dilma... [...] A verdade é que a política federal, imprimida a partir do governo Lula, nunca fez diferenciação entre os dois setores da agropecuária nacional”.
Ainda, segundo o autor, é falso afirmar que "ao Ministério da Agricultura caberia a política dos ricos e ao MDA a política dos pobres”.
Pois bem, me parece que o deputado, querendo ficar na zona confortável que permite agradar ambos os lados da questão, esquece a realidade e, mais, a contradição que marca o desenvolvimento do modo de produção capitalista no campo. Por exemplo, como falar que são setores complementares, se há uma desigualdade brutal a começar pelo tamanho da área de terra que cada segmento ocupa no território nacional?
Neste sentido, lembramos que 0,91% dos grandes estabelecimentos ocupam 44,42% da área total do território nacional, enquanto que os agricultores familiares camponeses representando 90,91% dos estabelecimentos ocupam apenas 30,32% do território nacional. E esta diferença de controle territorial se reflete claramente no congresso nacional. O poder de fogo da bancada ruralista é bem maior do que dos parlamentares que representam os interesses dos agricultores familiares. Isto sim é fato, e o deputado deve conhecer bem.
Logo, é preciso perguntar: essa concepção de harmonia defendida pelo deputado satisfaz a quem? Obviamente as grandes corporações que atuam no setor da agricultura, pois permite que continuem explorar os camponeses via controle dos preços da venda de sementes e insumos, aliado a compra dos produtos pelos preços que elas mesmas determinam, dando a entender que isto ocorre sem conflito.
Outro aspecto importante a ser considerado é a finalidade da produção. A agricultura familiar produz basicamente para a sua recriação e o excedente é destinado para consumo interno dos brasileiros, como bem demonstrado pelos dados do Censo Agropecuário do IBGE (2006). Enquanto que o agronegócio (agricultura capitalista) produz para a exportação. É a agricultura do negócio, guiada pelo mercado dos que podem pagar mais. Se hoje é a soja, então produzem soja. E se amanhã o feijão for commodities, eles migram nesta direção. Esta é a lógica que comanda a agricultura capitalista: o lucro. Ela não está preocupada em produzir para saciar a fome do povo.
Soma-se ainda o fato de que a agricultura camponesa gera maior número de ocupações no campo. O contrário ocorre em relação ao agronegócio, que utiliza novas tecnologias que reduzem o número de trabalhadores. Portanto trata-se de uma diferença de lógica convertida pelos governos em desigualdade de tratamento.
Em relação a desigualdade de tratamento existente entre agricultura familiar camponesa e agronegócio é preciso afirmar que ela existiu no governo Lula e dá mostras de continuar no de Dilma. Exemplos contundentes são os últimos cinco planos safra.
No plano safra de 2007/2008 foram destinados 58 bilhões para o agronegócio e 12 bilhões para a agricultura familiar. Já no último plano safra 2011/2012, divulgado no mês de junho, pelo governo Dilma, foram destinados 107,2 bilhões para o agronegócio e 16 bilhões para a agricultura familiar. Em relação ao plano safra do governo Dilma é importante frisar que enquanto o valor previsto para agronegócio teve um aumento de 7,2%, a agricultura familiar teve aumento de 0%. O deputado poderia contribuir enormemente explicando, por exemplo, por que no último plano safra o agronegócio mereceu este aumento de recursos, situação que aprofundou ainda mais o fosso que o separa da agricultura familiar camponesa.
Por fim, contribuímos lançamos a seguinte idéia ao deputado: que tal defender o tratamento desigual, mas em favor da agricultura familiar camponesa, porque é ela quem produz para o consumo interno e gera ocupações no campo.

Mieceslau Kudlavicz
Prof. Msc. Agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Adital

Entrevista com Thomas Coutrot: O paradoxo dos indignados


Tradução: ADITAL
Paris, 18 de outubro de 2011

Coutrot assinala que o movimento dos indignados é, ao mesmo tempo, poderoso e perigoso para as elites porque repousa sobre sua ideologia oficial. E afirma que a novidade é a crítica radical à representação política.

Entrevista com Thomas Coutrot, economista francês, vicepresidente de Attac e membro da Rede de Alerta sobre as Desigualdades: "O capitalismo parlamentar está em uma fase terminal”, afirma o autor de Democracia contra Capitalismo.
Há dez anos, Bin Laden e seu sócio carnal, o ex-presidente norte-americano George W. Bush, globalizaram o terrorismo de massas e a repressão em escala mundial. O Plano Condor aplicado ao universo. Exatamente uma década depois, o movimento dos indignados globalizou o protesto social e o ‘basta' ante um modelo de depredação social, de abuso e de consumo, cujo controle está nas mãos de uma elite violenta e impune. Os protestos que levaram milhares de pessoas às ruas em todo o mundo dão corpo a uma corrente moral e política cujos precursores levam anos propondo modelos alternativos ao sistema de destruição neoliberal. Se Sthéphane Hessel, em seu livro ‘Indigne-se' conseguiu reunir a um planeta indignado, há autores cujos ensaios já continham muitas das consignas que agora são escutadas nas ruas do mundo. O economista francês Thomas Coutrot é um deles. Em 2005, publicou um livro que está no coração da crítica formulada pelos indignados: Democracia contra Capitalismo. Em 2010, saiu outra obra sua que representa muito bem a essência do que os indignados reclamam em Paris, em Londres, em Nova York, em São Paulo, em Tel-Aviv ou em Berlim: Terrenos para um mundo possível: voltar a dar sustentação à democracia. Economista e estatístico, vice presidente da ONG Attac desde 2009, membro da Rede de Alerta sobre as Desigualdades, Thomas Coutrot resgata um fato central na emergência dessa revolta globalizada: ante o esgotamento do modelo capitalista e neoliberal e o descrédito dos dirigentes políticos, os povos saem às ruas e encarnam uma espécie de retorno à raiz da democracia. Para Coutrot, a sublevação do mundo ocidental não teria sido possível sem as revoluções árabes que as precederam.
Leia a entrevista:
- Para o senhor, o movimento dos indignados significa um retorno às fontes da democracia. Porém, até agora os responsáveis políticos do planeta se fazem de surdos ante os reclamos desse movimento mundial.
- O retorno às fontes da democracia significa a intervenção do povo. Então, é quase normal que os dirigentes políticos se façam de surdos porque não estão de acordo com isso. Consideram que enquanto representantes do povo, lhes corresponde gerenciar os assuntos do povo. Na verdade, os dirigentes políticos não querem ver que no movimento atual há uma crítica fundamental contra o sistema tal como funciona hoje. Será necessário muito tempo e muito trabalho para que a classe política aceite ver que seu papel está em julgamento. Por isso, o essencial não está tanto na crítica ao sistema financeiro. Não é essa a novidade. A novidade consiste precisamente na crítica radical da representação política; esse grito mundial que diz "vocês não nos representam!”. As pessoas estão dizendo: "não é porque votamos em vocês que podem fazer o que quiserem contra nossa opinião”. Essa é a inovação fundamental. O reclamo de um retorno às fontes da democracia, à democracia real, é histórico.
- Muitos analistas criticam aos indignados porque carecem de líderes visíveis. Essa não é sua análise.
- Não, claro! Temos que ver tudo isso desde uma perspectiva histórica. Estamos no início de uma crise muito profunda; uma crise não somente do sistema capitalista, mas do modelo de civilização e do chamado capitalismo parlamentar. Esse capitalismo parlamentar está em sua fase terminal e o movimento dos indignados, que tem ressonância mundial, é um dos primeiros signos emitidos pela sociedade. As sociedades humanas estão trabalhando, criando alternativas para um modelo democrático que está esgotado. Não se trata, portanto, de um movimento conjuntural, que vai se apagando pouco a pouco ou que se acalmará com a próxima reativação econômica. Temos que vê-lo em uma perspectiva mais ampla; isto é, com uma projeção de pelo menos uns dez anos.
- Isso equivale dizer que a reprovação atual vai além do ‘confort' e de um hipotético crescimento recuperado ou da recuperação da atividade econômica.
- Sim. Vemos muito bem que o que está em jogo é muito mais fundamental do que a dominação das finanças e que a dominação da classe política. O que está em jogo é um modo de desenvolvimento baseado no enriquecimento permanente e no crescimento constante, independentemente de toda finalidade humana. Por isso, creio que esse movimento, que explode em plena crise do modelo democrático, está chamando a amadurecer nos próximos anos.
- De fato, o que vemos hoje é a explosão de todo um conjunto de ideias e iniciativas que já estavam postuladas há tempos, tanto no terceiro mundo quanto nos países emergentes, nas comunidades indígenas. Esses discursos penetraram nas democracias ocidentais.
- Sim, é verdade. No seio do movimento altermundista já se via a emergência desses componentes bem como a crítica radical do modelo de desenvolvimento, tanto o capitalista quanto o ocidental. Esse modelo se caracteriza por estar baseado unicamente no bem estar material, independentemente dos valores e da solidariedade. Hoje, esse movimento conseguiu desenvolver suas críticas no coração da própria Europa.
- Será que o sistema capitalista já chegou ao final de sua própria barbárie social?
- Não creio que tenha chegado ao final. Penso que ainda teremos que aguentá-lo por um tempo e que, todavia, veremos coisas terríveis. A crise econômico-social ainda não se acabou. Ainda não chegamos no fim da barbárie social. Temo que o que vem por aí é bem pior; por exemplo, os nacionalismos e rompimentos entre as nações. Atualmente, já assistimos ao crescimento das tensões na Europa; entre os Estados Unidos e a Europa; entre a China e os Estados Unidos... As rivalidades se afiam. As elites tentarão prolongar sua dominação; buscarão legitimá-la recorrendo, como sempre, a um inimigo externo ou ao nacionalismo. No entanto, a emergência de um movimento mundial como o dos indignados é um signo de que o pior não é uma garantia. A ação da sociedade civil pode ser um muro de contenção. Estamos em uma corrida mundial entre soluções autoritárias, que implicam em xenofobia e; do outro lado, vemos a afirmação de uma sociedade civil internacional em torno aos valores da democracia. O curioso é que esses valores são os valores oficiais das elites. Daí, o fato de que o movimento dos indignados seja ao mesmo tempo poderoso e perigoso para as elites, porque repousa sobre a ideologia oficial das elites. Porém, estas tornaram-se incapazes de preservar seus próprios valores.
- É um paradoxo: faz-se uma espécie de Revolução em nome dos valores da elite dominante.
- Sim, esse é o grande paradoxo dessa crise e desse movimento que defende os valores supremos da sociedade. As elites que se proclamam democráticas estão renunciando à democracia para preservar sua dominação.
- Muitos indignados reconhecem a influência determinante que tiveram as revoluções árabes na posterior revolta ocidental.
- As revoluções árabes foram a fagulha fundamental, pois demonstraram que, inclusive as situações mais bloqueadas, inclusive os regimes menos democráticos, onde as elites tinham tudo sob controle, podiam desembocar em uma situação revolucionária incrível e inesperada. As revoltas árabes contribuíram com um sopro de esperança, um impulso, uma dinâmica. O mundo percebeu que as elites dominam porque nós permitimos que dominem; fazem o que querem porque deixamos e votamos neles para que façam o que querem. As revoluções árabes foram uma mensagem de esperança e um chamado à sublevação dos povos. Hoje, as pessoas se recusam a resignar-se.
- Outro paradoxo está no fato de que a França, o país da Revolução por antonomásia, o país de onde é oriundo o autor do livro através do qual se plasmou o movimento –Indigne-se, de Stéphane Hessel-, atualmente, seja o mais passivo, o menos mobilizado.
- Trata-se de um autêntico paradoxo. Há várias razões que explicam esse fenômeno. Talvez, a primeira seja o fracasso do movimento social contra a reforma do sistema de aposentadorias impulsionado pelo presidente Nicolas Sarkozy. Foi um movimento muito profundo e majoritário na sociedade, mas que não conseguiu que o governo retrocedesse em sua reforma. Isso pesou muito na disponibilidade mental dos cidadãos para empreender outra ação coletiva. Temos também a campanha eleitoral em curso, que polariza muito os debates e leva a que muita gente diga: "primeiro vamos derrubar a Sarkozy e depois veremos o que fazer”. O último elemento é o fato de que a França, no momento, não conhece uma onda de austeridade tão brutal quanto a Grécia, a Espanha ou Portugal. As políticas de austeridade na França estão muito por debaixo das aplicadas em outros países, inclusive pela Grã-Bretanha ou pelos Estados Unidos. Esses fatores explicam porque, no momento, a população não se sente tão agredida quanto em outros países.
- O surgimento de um movimento social no berço do liberalismo –os Estados Unidos- surpreendeu a todos.
- A crise social é a consequência do ultraliberalismo mais dogmático; porém, os ultraliberais foram os que cristalizaram um movimento de massas, como o Tea Party. Pois bem, o despertar do movimento dos indignados nos Estados Unidos mostra que a sociedade civil democrática começa a organizar-se, a atuar, a apresentar-se como movimento de massas e popular.

GOVERNO ESTUDA PRIVATIZAR PARQUES NACIONAIS

Parque Nacional do Iguaçu

Depois dos aeroportos, o governo Dilma Rousseff estuda conceder à iniciativa privada também alguns parques nacionais. As ministras Miriam Belchior (Planejamento) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) assinaram ontem um acordo para a "modernização da gestão" de unidades de conservação do país, o que inclui de concessões de serviços até parcerias público-privadas para a administração dos parques.
Segundo Izabella, uma avaliação do modelo de concessão deve estar pronta no primeiro semestre do ano que vem. Os primeiros parques nacionais a participarem da experiência serão os de Jericoacoara e Ubajara, no Ceará, e os de Sete Cidades e da Serra das Confusões, no Piauí.
Mas outros parques com grande potencial de visitação, como Fernando de Noronha (PE), Anavilhanas (AM) e Lençóis Maranhenses (MA), também estão na mira do governo.
A ideia é que os parques sob concessão tenham um aumento de visitação e dupliquem seu orçamento por hectare. O Brasil é um dos países megadiversos que investem menos por hectare de unidade de conservação: cerca de US$ 4, contra US$ 15 da Argentina. "Queremos chegar a US$ 10", disse Izabella Teixeira.
As concessões de serviços já funcionam em parques como o do Iguaçu (PR), que gera para o município de Foz do Iguaçu R$ 120 milhões por ano, segundo a ministra.
O Instituto Chico Mendes, que gerencia as áreas protegidas, tem um orçamento anual na casa dos R$ 300 milhões. 

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

QUANTAS TONELADAS DE CO2 GEROU A CAMINHADA DA PRIMAVERA?

Foto da internet 

Em nome do meio ambiente os empresários de festas e o poder público de Jacobina têm uma dívida muito grande com o planeta. Além das micaretas “ecológicas”, temos as caminhadas da primavera, que graças a deus este ano (dia 09/10/2011), retiraram o slogan que usavam no passado “Caminhada Ecológica da Primavera”. Porém as práticas continuam uma desgraça no sentido literal de desgraçar o meio ambiente.

Vejamos as reportagens dos blogs e semanários escritos e pagos para convencimento de incautos. Manchete em um deles. Cerca de 11 mil pessoas participaram da caminha da primavera no último domingo.
Os organizadores da caminhada da primavera e o poder público paternalista de Jacobina que colocou a disposição dos organizadores a Locar (empresa terceirizada para coletar o lixo da cidade), órgão de trânsito, guardas municipais e parte da estrutura da secretaria da saúde para um grupo privado literalmente explorar as pessoas, os contribuintes municipais e o meio ambiente, sabem realmente quanto gera de CO2 11 mil pessoas reunidos no evento?

Têm entidades ambientalistas que trabalham com a expressão neutralização de carbono, eu e uma grande maioria de ecólogos tratamos de compensação futura de carbono, e geralmente este tipo de festas em locais que a população tem uma conscientização maior é feita esta compensação futura de carbono pelos próprios exploradores das festas, a exemplo recentemente do Rock In Rio 2011, onde o empresário Roberto Medina adquiriu uma área própria onde é realizado o evento para não recair no poder público a coleta de resíduos sólidos, segurança e demais serviços de atendimento de saúde é feita por prestadora de serviço pago pelo Empresário, além de tomar todas as iniciativas da compensação futura de carbono e não neutralização de carbono que ninguém consegue fazer.

Mas você que está lendo este artigo, vai dizer, Almacks estamos em Jacobina e não no Rio de Janeiro. Lhes pergunto, você sabe quanto custou a “Camisa” para participar da caminha da primavera 2011? Segundo comentários, no dia até R$ 50 reais, vamos fazer uma média de R$ 40 reais. 11 mil camisas (segundo o semanário) a R$ 40 reais dá R$ 440 mil reais, quantos anunciantes máster de ...R$? Isso quer dizer que a caminhada da primavera gera para os seus empresários mais de R$ 600 mil reais e tendo a mamãe prefeitura para fazer toda infraestrutura é uma beleza como dia Creuza fazer festa com nosso dinheiro.
Vimos a parte financeira, vamos agora dá uma viajada pela parte ecológica. Algumas ONGs de venderem erradamente neutralização de carbono ao invés de fazerem compensação futura de carbono, cobram de R$ 10 a R$ 12 reais por cada árvore plantada e às vezes é apenas plantada e não são acompanhadas e a maioria das vezes faz-se uma caminhada dessas no nordeste da Bahia em pleno semiárido (Caatinga) e vão plantar no bioma mata atlântica.

Para compensação futura de carbono é necessário que se calcule quantas toneladas de CO2 foi gerado de lixo orgânico pelas 11 mil pessoas, quanto de resíduos sólidos, quanto de combustível fóssil foi consumido pelo Trio Elétrico, quantos milhões de litros de água foi usado para gerar energia consumida no Casarão do Forró para esta finalidade, recorre-se a uma tabelinha própria que íamos chegar a x árvores e fazer o plantio prévio, porque as árvores só neutralizam o CO2 em seu período de crescimento até os 15 anos, e as arvores plantadas pelas ONGs que vendem erradamente a neutralização de carbono ao invés de compensação futura de carbono não têm este acompanhamento.

Retornamos a VI caminhada da primavera. Queria ser convidado pelos organizadores para ir a campo tirar umas fotos, fazer uns vídeos de onde fizeram a compensação futura de carbono nestes 6 anos de destruição da natureza em que se realiza a caminhada da primavera.
E falando de ONGs que vendem estes créditos de carbono não dar para acreditar que ONGs, associações e entidades filantrópicas de nossa cidade aceitem a esmola que foi publicada que cada instituição vai receber por "ajudar" o aquecimento global, deviam os seus dirigentes no mínimo pensar no que o carinha chamado de aposto Paulo disse nem tudo que é lícito me convém”.

Se não a associação dos traficantes qualquer dia vai realizar alguma caminhada para vender mais droga, distribuir 0,01% do faturamento a entidades e ao  receberem dizer que é doação, e se é doação é bem vinda não importa de onde e por onde.

É assim que associações do meio ambiente tem se portado em nossa terra. Vamos repensar o que é meio ambiente?


Aguardem! Vei ai a Gincana da Primavera, será que vai agir do mesmo modo operandis para o meio ambiente?

Sistema de energia solar em Pituaçu começa a funcionar no jogo Bahia x Ceará


Estádio será o primeiro da América Latina autossuficiente em energia elétrica após a instalação dos painéis solares


Estádio de Pituaçu

A partir da instalação de painéis para geração de energia solar, o estádio de Pituaçu será o primeiro da América Latina autossuficiente em energia elétrica. A implantação do sistema foi oficializada em solenidade na noite de quinta e a operação começará na última rodada do Brasileirão.

"O sistema de energia solar fotovoltáica começa a operar no jogo do Bahia contra o Ceará, dia 4 de dezembro, válido pela Série A do Campeonato Brasileiro", garante o presidente da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), Moisés Salles.



Orçado em R$ 5,2 milhões, o sistema será custeado pela Coelba, com a contrapartida do Governo do Estado. De acordo com a assessoria de imprensa do governo, a energia solar excedente vai beneficiar, também, o prédio onde funcionam duas secretarias, a Saeb e a Setre. A Coelba ainda poderá negociar para fazer com que a energia seja usada pela população.

"A ideia de utilizarmos a energia solar, uma energia renovável e limpa, é uma exigência do mundo atual. Vamos substituir a matriz energética utilizada, o que provocará uma grande economia de energia e se traduzirá em menos gastos para os cofres públicos", acredita Nilton Vasconcelos, secretário da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).



Fonte: Ibahia

Ministério do Meio Ambiente garante o fim dos resíduos em lixões para 2014

Lixão de Jacobina - foto de Almacks Luiz

São Paulo – O governo estuda formas de reverter o “desperdício” de R$ 8 bilhões gastos anualmente por não reciclar resíduos compostos por plástico, metal, papel e vidro, informou nesta segunda-feira (10) o diretor executivo da Secretaria Nacional de Ambientes Urbanos do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Costa, durante audiência pública realizada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para debater o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
“Esse é um dado que nós queremos resgatar. Nós trabalhamos para fazer a integração dos planos estaduais, municipais e federal em uma única política nacional para lidar com o tratamento de resíduos sólidos”, explicou o diretor. O secretário da pasta, Nabil Bonduki, também participou do encontro, onde foram discutidas estratégias para implementação de políticas públicas voltadas ao tratamento de resíduos.
Para Costa, os municípios de pequeno porte são os mais difíceis de se atingir. “Nunca vamos conseguir implantar um aterro por município, então temos de fazer consórcios intermunicipais, de tal forma que implante uma quantidade menor de aterros para atender a um conjunto de municípios”. O diretor explicou ainda que o custo elevado e as dificuldades operacionais dessas obras inviabilizam a construção de aterros sanitários nas pequenas cidades.
A região Nordeste concentra atualmente 89% dos municípios que não possuem tratamento de resíduos. Para reverter essa situação, Bonduki aconselha uma inversão de valores. “Os municípios têm renda muito baixa, isso desestimula e torna todo o processo mais difícil. Temos de parar de ver o lixo como um problema e passar a enxergá-lo como recurso. Com isso, talvez até os municípios menores e mais pobres poderão se dar bem nesse assunto”, disse o secretário, que ainda falou sobre a importância de essas cidades implantarem a coleta seletiva e a compostagem.
Costa comentou que um plano nacional deve despertar o interesse de todos. “Dificuldade maior está no sentido de garantir que o Plano Nacional de Resíduos se constitua nacionalmente, porque ele não é um plano somente para o União, ele é para os estados, municípios, para os cidadãos, para o setor empresarial e produtivo”, disse.
Fim dos lixões
Costa afirmou que a partir de agosto de 2014, de acordo com a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, todos os dejetos devem ser despejados de forma ambientalmente adequada. “Dessa data em diante não será mais permitido levar resíduos para aterros, e os lixões existentes devem ser encerrados”, disse.
De acordo com o previsto no ítem V do artigo 15º da lei, o Ministério do Meio Ambiente deverá implementar metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Bonduki também falou a respeito dos catadores e como melhorar a remuneração para a categoria.
“É muito importante o pagamento de serviços ambientais a esses catadores. Já existe um projeto de lei no Congresso Nacional, apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, para que possamos criar essa figura de remuneração pelo serviço ambiental. Dessa maneira, o catador poderá receber, por exemplo, por tonelada de resíduo recolhido e triado. O catador precisa ser tratado como qualquer trabalhador, inclusive com uma remuneração básica”, disse Bonduki.


Professores da UnB defendem agricultura familiar para proteger biodiversidade


Brasil é um dos centros de origem da biodiversidade agrícola segundo professor Nagib Nassar
Centros de origem, segundo a Botânica, são regiões onde surgiram as principais de alimentos cultivados no mundo. A teoria foi criada pelo russo Nikolai Vavilov. O Brasil é um desses lugares, ensinou o professor emérito Nagib Nassar no primeira dia do curso Estratégias para Agrobiodiversidade no Centro-Oeste, oferecido aos estudantes da UnB Planaltina. Os professores do campus presentes destacaram a importância da agricultura familiar para preservação dessas espécies. “É o pequeno agricultor que melhor conhece essas variedades”, afirmou Ricardo Neder. “A diversidade de espécies agrícola está associada à sociodiversidade – representadas pelo pequeno produtor”.
“O Brasil concentra a maior diversidade de espécies de mandioca e amendoim”. Segundo o professor, a diversidade genética é importante para a descoberta de espécies mais resistentes a doenças e nutritivas. “A maior diversidade de soja, por exemplo, está na China. O trigo, por outro lado, surgiu na região onde hoje fica o Irã e o Iraque”.
Egípcio, Nagib veio estudar no Brasil justamente por encontrar aqui um centro de origem. No caso, da mandioca. Os estudos do pesquisador resultaram em mais comida para milhões de pessoas na África Ocidental. A mandioca plantada ali, levada pelos portugueses, sofria com a praga do mosaico africano. Para salvar o cultivo, usado largamente como alimento pelos habitantes locais, foi preciso procurar uma variedade diferente da planta no Brasil. Nagib cruzou duas espécies brasileiras: a de consumo comum e uma outra selvagem. A nova espécie, melhorada, resistiu às pragas do bioma africano. Saiba mais aqui.
“Em muitas ocasiões o geneticista não sabe onde encontrar as melhores espécies, é aí que o diálogo com o saber popular se torna essencial”, disse Tamiel Khan, professor do curso de Licenciatura em Educação do Campo. Segundo Tamiel, a atuação dos agricultores também é essencial para proteger as variedades selvagens das espécies cultivadas. “Geralmente essas espécies são as mais adaptadas as condições naturais de solo e clima”.
Texto de Francisco Brasileiro, da Secretaria de Comunicação da UnB, publicado peloEcoDebate, 13/10/2011
[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Usina solar na Espanha gera energia até durante a noite


ENCONTRO FONASC 10 ANOS - SÃO LUIZ - MARANHÃO DE 25 A 27 OUT 2011


O FONASC-CBH está completando 10 anos e você 
é parte dessa festa!
FONASC - CBH - Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas
Para celebrar a data, bem como para discutir as políticas de recursos hídricos, o FONASC-CBH realizará um Encontro Comemorativo dos 10 anos, nos dias 25 a 27 deste mês, no Basa Clube (av. dos Holandeses, s/n, Calhau, São Luís-MA).


Dia 25/10/2011
19h Abertura
BASA Clube: Av dos Holandeses s / n . Calhau – São Luis / MA
Palestra Magna
Coquetel
Apresentação do Bumba Meu Boi
Dia 26/10/2011

14 h Abertura dos trabalhos
Painel 1 : Desafios Para a Implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos do Maranhão
Prof. Lucio Macedo: a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e a disponibilidade de água.
Edmilson Pinheiro: os desafios da aplicabilidade da legislação das águas na visão da sociedade civil
Thereza Christina Pereira Castro: os novos caminhos para a governança das águas no Maranhão
15h Café


15h15 Debates
16h
Painel 2: O fortalecimento da ação política da sociedade civil nos CBHs e Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos para o encaminhamento de propostas e soluções das demandas sociais com as águas.
Flavia Lilian ……………. :representação da sociedade civil no CBH Santo Antonio – MG
Gustavo Gazinelli: representação da sociedade civil no Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais
João Climaco Soares de Mendonça Filho: representação da sociedade civil no Conselho Nacional de Recursos Hídricos
Representante do Ministério Público
17h Café

17 h 15 Debates

18 h Atividade Cultural


Outras Atividades:
16 h Apresentação da Peça de Teatro “ O Príncipe da Floresta é o Sapo “
Dia 27/10/2011

9 h Visita técnica ao Sitio do Físico
11h Reunião de profissionais atuantes na gestão de recursos hídricos
12 h Almoço
14 h Apresentação Jogral com o grupo JOC da Paróquia Padre João Calábrio

14h30 Plenária Final

Aprovação da Carta de São Luis.

18h Atividade Cultural
Contamos com a sua participação! As inscrições estão abertas e são gratuitas!Faça já sua inscrição. Clique para preencher todos os dados corretamente.
Fonte: FONASC - CBH

PARA A MINERADORA YAMANA GOLD É MAIS BARATO COMPRAR A OPNIÃO PÚBLICA DO QUE CUMPRIR AS LEIS AMBIENTAIS


Resíduos e esgotos da mineradora Yamana Gold que corem para barragem que abastece Jacobina 

Ultimamente os meios de comunicação de Jacobina massivamente têm anunciado as ações filantrópicas da mineradora Yamana Gold. Por falar em filantrópicas, qual o verdadeiro significado de filantropia?

A palavra "filantropia" que vem do grego (filós+ântropos) significa "amigo do ser humano". No famoso dicionário do Aurélio encontramos: FILANTROPIA sf. 1. Amor à humanidade. 2. Caridade.

Será que uma Empresa que semanalmente derrama nos lençóis freáticos da Bacia do rio Itapicuru e no meio ambiente 02 caretas de veneno para extrair o ouro com a adição de cianureto ou simplesmente conhecido como cianeto, que a toxicidade do íon cianeto (HCN) é conhecida há mais de dois séculos, porém, os compostos que contém cianeto são tóxicos somente se liberarem HCN numa reação. Sem dúvida alguma, o ácido cianídrico ou ácido prússico é o veneno de ação mais rápida que se conhece. Por ingestão, a dose é capaz de provocar a morte entre 3 e 4 minutos esta Empresa tem amor a humanidade como diz o significado de filantropia no dicionário do Aurélio?

Além do cianeto o arsênio é uma substância naturalmente presente na crosta terrestre. O arsênio aprisionado nas rochas não faz mal, porém se ele é liberado para o ambiente, torna-se um dos venenos mais poderosos conhecidos.

A liberação do arsênio para o ambiente pode acontecer por causas naturais ou humanas. A causa natural mais importante é a erupção vulcânica. A causa humana mais importante é a mineração em rocha dura, principalmente a mineração de ouro.

A legislação brasileira estabelece um valor máximo pemitido de 10 microgramas de arsênio por litro de água potável, isto é, 10 partes por bilhão (10 ppb). Entretanto, estudos recentes indicam que concentrações de arsênio na água de beber acima de 0,5 ppb já causam aumentos no risco de morrer de câncer, você conhece estudo e pesquisa independente da concentração de arsênio nas águas de Jacobina?

Para esconder estes panos de fundo, contaminação por cianeto e arsênio, expulsão de 112 famílias de comunidades tradicionais (garimpeiros) a mineradora Yamana Gold decidiu que é mais barato comprar a opinião publica com as campanhas filantrópicas do que cumprir as leis ambientais.

Vejamos algumas “pilantropias” oferecidas pela mineradora para comprar a opinião pública anunciadas pelos meios de comunicação de Jacobina nos últimos meses;
a)     Mineradora Yamana oferece jantar a imprensa;
b)    Mineradora Yamana oficializa apoio ao filme Terra Payaya;
c)     Mineradora Yamana patrocina micareta “ecológico” de Jacobina;
d)    Mineradora Yamana patrocina Expojacobina;
e)     Mineradora Yamana patrocina Caminhada da Primavera;
f)     Mineradora Yamana faz doação de viatura da União dos Guardas Municipais de Jacobina;
g)    Mineradora Yamana faz parceria com o Conselho de Segurança e oferece R$ 15 mil para instalação de câmaras na cidade;
h)    Mineradora Yamana realiza 25 mil atendimentos no dia Integrar 2011.

Em quanto isso avança a sua operação com nova barragem de rejeito que tem capacidade para 13 milhões de tonelada de pó de sílica com cianeto e provavelmente arsênio, e uma nova galeria, batizada de lagartixa a menos de 1 km de uma comunidade com 112 famílias.

Você já pensou que deve estar bebendo água com grande concentração de arsênio? 

Se as águas de Jacobina ainda não estão contaminadas como você diz, se prepare. A empresa prevê um aumento de produção de 1,05 milhão de ouro-equivalente em 2010 para o índice de 1,7 milhão de ouro-equivalente em 2014, acréscimo de 62% com potencialidade de crescimento maior. 

Arquivo do blog