A renda dos 100 mais ricos poderia acabar com a pobreza no mundo


ONG faz alerta sobre os níveis alarmantes de desigualdade social no mundo, mas é improvável que grandes mudanças ocorram

A renda líquida obtida em 2012 pelas 100 pessoas mais ricas do mundo, 240 bilhões de dólares, poderia acabar quatro vezes com a extrema pobreza no planeta. A conclusão está num relatório publicado no fim de semana pela ONG britânica Oxfam. A entidade não entra em detalhes a respeito das contas que fez para chegar ao dado, mas os números servem como alerta para a intensa e crescente desigualdade social no mundo. O documento serve para chamar a atenção para os debates do Fórum Econômico Mundial, que começa nesta terça-feira 22 em Davos, na Suíça. A desigualdade ganhou um painel próprio no encontro, marcado para sexta-feira 25, mas tanto suas conclusões quanto os avisos da Oxfam devem cair em ouvidos moucos. O mundo hoje está construído para ampliar a desigualdade e não há sinais de mudança.
O relatório da Oxfam ecoa estudos e análises econômicas recentes sobre a desigualdade. Hoje, as diferenças entre os países estão diminuindo, mas a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres dentro de cada nação está crescendo. Essa é a regra na maior parte das nações em desenvolvimento e também nas desenvolvidas.
Nos Estados Unidos, a desigualdade social é tão grande hoje em dia que, nas palavras da revista The Economist, supera a das últimas décadas do século XIX, a chamada “Era Dourada” do capitalismo norte-americano. A porcentagem da renda nacional que vai para o 1% mais rico da população dobrou desde 1980, de 10% para 20%. Para o 0,01% mais rico, a bonança foi maior: sua renda quadruplicou.
Na União Europeia, a situação também é ruim. No livro Inequality and Instability (Desigualdade e Instabilidade, em tradução livre), o economista James Galbraith mostrou que, se tomada como um conjunto, a UE supera os Estados Unidos em desigualdade. Isso se explica, em parte, pelas diferenças entre os diversos países do bloco. Ainda assim, se tomadas separadamente, as nações europeias também têm observado aumento da desigualdade. Um estudo sobre o tema publicado em 2012 pela OCDE, concluiu que “desde a metade dos anos 1980″, os 10% mais ricos de cada país “capturam uma crescente parte da renda gerada pela economia, enquanto os 10% mais pobres estão perdendo terreno”. No Japão, onde 100 milhões de pessoas se diziam de classe média, estudos mostram, desde o fim da década de 1990, o aumento da desigualdade a partir da metade dos anos 1980.
A política sequestrada
Não é uma coincidência o aumento da desigualdade no mundo desenvolvido desde os anos 1980. Foi nesta época que começaram a ter efeito as políticas lideradas pelos governos de Ronald Reagan nos Estados Unidos (1981-1989) e Margaret Thatcher (1979-1990) no Reino Unido, mas adotadas em boa parte do mundo por outros governantes, como Helmut Kohl (Alemanha), Ruud Lubbers (Holanda) e Bob Hawke (Austrália): impostos mais baixos, desregulamentação do sistema financeiro, redução do papel do governo e outras medidas integrantes do receituário neoliberal. Essa política, arrimo da globalização, teve alguns efeitos positivos, mas foi levada a extremos por quem se beneficia delas. Para manter as políticas desejadas, que aumentavam sua riqueza (e também a desigualdade) esses grupos de interesse se encrustaram nos círculos de poder. Eles sequestraram a política.
Este fenômeno é analisado no livro Winner-Take-All Politics (Política do vencedor leva tudo, em tradução livre), dos professores Jacob S. Hacker, de Yale, e Paul Pierson, da Universidade da Califórnia. Em artigo de capa da revista Foreign Affairs em dezembro de 2011, o jornalista George Packer resume o argumento do livro em duas palavras: dinheiro organizado. Foi no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980 que as grandes corporações de diversos setores da economia passaram a financiar as campanhas eleitorais, dando início a uma “maciça transferência de riqueza para os americanos mais ricos”.
Este modelo de política, e de fazer política, grassou no mundo desenvolvido e foi transplantado para os países em desenvolvimento, onde foi emulado com maestria pelas elites econômicas locais. Não é uma surpresa, então, que a desigualdade esteja aumentando também nesta região. A Índia acumula diversos bilionários, mas continua sendo o país com mais pobres no mundo. A África do Sul é mais desigual hoje do que era no fim do regime segregacionista do Apartheid. Na China, onde não é preciso sequestrar a política, apenas pertencer ou ter um bom relacionamento com o Partido Comunista, a desigualdade é semelhante à sul-africana: os 10% mais ricos ficam com 60% da renda.
A América Latina e o caso do Brasil
O único lugar do mundo onde a desigualdade está caindo de forma sistemática é a América Latina, justamente a região mais desigual do mundo. Isso ocorreu nos últimos anos por dois motivos. O modelo neoliberal, e a ascensão do “dinheiro organizado”, também chegaram aos países latino-americanos, mas em alguma medida entraram em choque com forças políticas contrárias a uma parte importante do receituário, a não-intervenção do Estado na economia. Assim, os governos da região, entre eles o de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, conseguiram estabelecer a redução da desigualdade social como uma prioridade. Em segundo lugar, os países da região, também incluindo o Brasil, foram muito beneficiados pelo rápido crescimento econômico provocado pela existência de um mundo faminto por commodities.
Há, entretanto, inúmeras dúvidas a respeito da sustentabilidade do modelo latino-americano de redução da desigualdade, especialmente quando a economia começar a desacelerar, situação em que o Brasil já se encontra. Como notou o colunista Vladimir Safatle em edição de dezembro de CartaCapital, o capitalismo de Estado do governo Lula promoveu um processo de oligopolização e cartelização da economia, o que favorece a concentração de renda nas mãos de pequenos grupos. Ao mesmo tempo, Lula não fez, e Dilma Rousseff não dá indícios de que promoverá, a universalização e qualificação dos sistemas públicos de educação de saúde. Sem essas reformas, a classe média seguirá gastando metade de sua renda com esses dois serviços básicos e os pobres continuarão com acesso a escolas e hospitais precários. Os ricos, por sua vez, não terão problemas. A desigualdade de renda poderá cair ainda mais, mas a desigualdade de oportunidades vai perseverar, e a imensa maioria dos pobres continuará pobre.
Para fazer essas reformas, e outras potencialmente capazes de reduzir a desigualdade, como a taxação de grandes fortunas e de heranças e reformas estruturais, o Brasil e outros países latino-americanos enfrentarão as mesmas questões do mundo desenvolvido. Em grande medida, a política latina foi sequestrada pelo “dinheiro organizado”. Levantamento do repórter Piero Locatelli mostra que, em 2010, 47,8% das doações eleitorais no Brasil foram feitas por empresas e que apenas 1% dos doadores foram responsáveis por 73,6% do financiamento da campanha.
O resultado disso, seja nos Estados Unidos, na Europa, na Índia ou no Brasil, é uma grave crise de representação. O cidadão não consegue participar da vida pública e ter seus anseios ouvidos pelo governantes. Os partidos, à esquerda e à direita, caminham cada vez mais para o centro e, como diz o filósofo esloveno Slavoj Zizek, fica cada vez mais difícil diferenciá-los. A esquerda, supostamente contrária aos absurdos do liberalismo econômico, ou aderiu a ele e também tem suas campanhas financiadas por grandes corporações ou não tem um modelo alternativo e crível a apresentar.
Em seu relatório, a Oxfam pede aos governos para tomar medidas que, ao menos, reduzam os níveis atuais de desigualdade social aos de 1990. É bastante improvável que os política e economicamente poderosos resolvam fazer isso do dia para a noite. Estão aí os brasileiros que chamam o Bolsa Família de bolsa-esmola e o ator francês Gerard Depardieu, que preferiu dar apoio a um ditador a correr o risco de pagar impostos de 75%, para provar isso. Talvez apenas o entendimento de que, como diz a ONG britânica, a desigualdade social é economicamente ineficiente, politicamente corrosiva e socialmente divisiva, provoque mudanças. Para isso, no entanto, é preciso que os poderosos entendam os riscos da desigualdade.

Fonte: Carta Capital

A transposição do rio São Francisco caminha para ser uma nova Transamazônica?

Transamazônica

Canal da transposição

Falando em comparação.....
Lembrando que a rodovia Transamazônica, era para ser um simbolo de progresso, o que acabou sendo um desperdício de dinheiro publico.

    Detalhes Adicionais
A Transamazônica, ou Rodovia Transamazônica (BR-230), foi construída no decorrer do governo de Emílio Garrastazu Médici, entre os anos de 1969 e 1974. Uma obra de grande proporção que ficou conhecida como uma “obra faraônica”.

Para o desenvolvimento da obra, o governo conduziu para a região aproximadamente 4 mil homens (entre 1970 e 1973), isso com o intuito de abrir estradas e estabelecer a comunicação entre as cidades.

A execução do projeto aconteceu em um período de regime militar no Brasil, a rodovia se tornou a terceira maior do país, com 4 mil km , percorrendo os Estados da Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. A Transamazônica corta o Brasil no sentido leste-oeste, por isso é considerada uma rodovia transversal, sendo, em grande parte, não é pavimentada. Os extremos da rodovia são respectivamente em Cabedelo (Paraíba) e Lábrea (Amazonas).

O objetivo de se construir uma rodovia dessa proporção era para interligar as regiões, especialmente a região Norte, com o restante
2 dias atrás
do Brasil, e povoar aquela área tão desabitada. A inauguração aconteceu no dia 30 de agosto de 1972, a intenção original era que a rodovia fosse pavimentada, ligando a região Nordeste e Norte, além do Peru e o Equador, somando 8 mil quilômetros.

Como a rodovia Transamazônica não é pavimentada, fica intransitável entre outubro e março, período que determina a época chuvosa na região. Sua construção provocou diversos problemas, entre eles o desmatamento que ocorre nas áreas próximas.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Comentário: 


Apolo Heringer Lisboa
Idealizador/fundador do Projeto Manuelzão (PMz)
Rio das Velhas /São Francisco watershed-cuenca/Brasil
Movement for Rivers and Peace



Feijão capitalista - XICO GRAZIANO


O ESTADÃO - 22/01


Boa parcela da opinião pública acredita que a comida do povo vem do agricultor familiar, enquanto o agronegócio capitalista serve ao comércio exterior. Ledo engano. O equívoco nasce de uma ideia antiga, superada. Hoje manda a integração produtiva no campo.

A começar do ciclo açucareiro colonial, no Nordeste, a historiografia consagrou distintas funções, e certa oposição, entre a grande propriedade rural, dominante, e a agricultura de subsistência, que vivia em suas beiradas. Existia, realmente, um dualismo. Escritores famosos, como Caio Prado Jr., sempre descreveram a grande lavoura - o latifúndio ou a plantation - como aquela destinada à exportação, de açúcar, cacau ou borracha. Produzir alimento básico era coisa de pobre.

Quando chegou o ciclo da mineração, no século 18, o deslocamento da população - a maioria escrava - rumo ao Sudeste, exigiu fortalecer a produção de alimentos. Desde os pampas gaúchos, dedicado à pecuária e ao seu valioso charque de carne, por todo o Centro-Sul surgiram novos agricultores, animados por atenderem o consumo interno criado nas atividades auríferas das Minas Gerais.

Mais tarde, na economia cafeeira de São Paulo, já livre da escravidão, o colonato favoreceu o cultivo de gêneros alimentícios, seja entre as ruas do cafezal novo, seja em áreas destacadas da fazenda. Caminhava a economia livre. Mas a crescente demanda nas cidades brasileiras trouxe à tona a questão do abastecimento urbano. Em 1901, relatava Alberto Passos Guimarães - A Crise Agrária, 1978 -, quase 43% das importações brasileiras, em valor, representavam produtos básicos, incluindo feijão, fava, milho, arroz, banha e manteiga. Com escassez os preços elevaram-se, estimulando os pequenos agricultores. Plantar comida passava a oferecer lucro.

A partir da grande crise mundial, dos anos 1930, a diversificação da economia brasileira, na cidade e no campo, aprofundou-se. Décadas depois, com o forte êxodo rural alargando as metrópoles, a necessidade do abastecimento nas periferias transformou definitivamente a agricultura de subsistência em próspero negócio. Além do tradicional arroz com feijão, os moradores do asfalto exigiam ovos, carnes, verduras e legumes, frutas, leite; aos roceiros bastava produzir e vender. Daí surgiram os Ceasas, sacolões, varejões e, claro, os supermercados. Mudou a distribuição no varejo dos alimentos.

Mudou também, e muito, o caráter da produção rural. Ela ganhou escala e tecnologia, cresceu em produtividade, integrou-se às agroindústrias, aprendeu a comercializar, buscou financiamento. O raciocínio guarda lógica: as cidades brasileiras jamais teriam sido abastecidas - e bem ou mal o foram - sem uma grande transformação ocorrida no campo. Que prossegue acelerada.

Nesse processo histórico, as análises dualistas sobre a agricultura perderam razão. Sim, existem ainda os tradicionais agricultores de subsistência, a maioria empobrecida no semiárido nordestino. Enfraqueceu-se, porém, com a modernização agrária a antiga oposição entre a grande e a pequena produção. Ambas, com tecnologia, passaram a ser regidas pela lucratividade do mercado, seja interno, seja externo. Assim, tornaram-se complementares, e muitas vezes se confundiram. Vejam alguns exemplos.

Típica da velha família rural, a banha de porco acabou substituída na cozinha pelos óleos vegetais. O mais barato, de consumo popular, origina-se do esmagamento do grão da soja. Pois bem, no Paraná e no Rio Grande do Sul, grandes plantadores da oleaginosa, 90% da produção advém de agricultores familiares, ligados às grandes cooperativas exportadoras. Ou seja, a mesma agricultura que gera divisas garante a fritura na mesa. Sem distinção.

No café, a maior parte da safra brota das lavouras mineiras, grandemente ligadas às cooperativas. A Cooxupé, a maior delas, aglutina 12 mil cafeicultores, sendo 80% pequenos produtores rurais. Do embarque total de grãos nos pátios da cooperativa (2011), perto de 15% se destinou às torrefadoras do mercado interno; a grande parte seguiu exportada. Pequenos, juntos, ficam grandes.

Em cada ramo da agropecuária nacional se pode verificar essa junção entre o agronegócio capitalista e a produção familiar, sendo difícil separar, no destino, o mercado interno do externo. Na cultura da cana, em que preponderam os grandes usineiros, cerca de 70% do açúcar se exporta, mas o etanol, que enche o tanque dos veículos, dos pobres principalmente, fica aqui dentro.

Quem produz frango, o agricultor familiar ou o agronegócio? Resposta fácil: ambos. As empresas frigoríficas representam grandes negócios, privados ou cooperativados; já os avicultores, a elas integrados, são familiares.

E o feijão? A maioria da produção, é verdade, advém de pequenos produtores. Estes, entretanto, não se configuram mais como de subsistência, vendendo apenas o excedente. Que nada. Espelham agricultores altamente tecnificados.

Nos Estados Unidos, sabe-se, a mecanização da agricultura provocou, ao mesmo tempo, o aumento da escala de produção e o fortalecimento da gestão familiar, preponderante por lá. Tal processo se caracteriza, por aqui, especialmente em Mato Grosso, onde enormes fazendas produzem soja e milho, nas lavouras tocadas pelos próprios produtores e seus filhos. Negócios gigantes, familiares.

Essas histórias mostram que ser familiar não necessariamente significa ser pequeno. E comprovam que pequeno agricultor pode, perfeitamente, participar do agronegócio, quer contribuindo para a exportação, quer alimentando o povo.

Pode acreditar: inexiste oposição entre agricultura familiar e agronegócio. O feijão virou capitalista.

Projeto Água do Parque inaugura pagamento por serviços ambientais em Pernambuco

Parque Estadual Dois Irmãos - PE
O projeto Água do Parque, realizado pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE e a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, chega ao fim comemorando bons resultados. Através de estudos previstos no projeto foi possível identificar que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) economiza de R$ 9 mil a R$ 11 mil em tratamento da água extraída do Parque Estadual Dois Irmãos.
O Água do Parque, que contou com financiamento do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), instalou equipamentos e fez medições no Parque Estadual Dois Irmãos, com o intuito de avaliar os serviços ambientais prestados pelo parque e a influência da Mata Atlântica preservada sobre a qualidade da água do local. Os estudos avaliaram os custos de tratamento em quatro Estações de Tratamento da Água – ETA´s, com destaque para a avaliação dos custos relativos a turbidez, ou seja, a capacidade de penetração da luz na água. Quanto mais límpida a água, menor a turbidez e maior a entrada de luz. O estudo apontou que, em função da menor turbidez, a Compesa economiza R$ 0,03 (três centavos) para cada metro cúbico de água tratada, o que significa dizer que a água do Parque Dois Irmãos é límpida e de boa qualidade. Essa qualidade indica que a floresta está gerando um benefício para toda a sociedade ao manter a pureza da água e gerar economia.
Após um ano e meio de atividades e negociações com a Compesa, o Água do Parque comemora a negociação do Contrato de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que prevê a destinação de recursos da Compesa às ações de preservação das águas do Parque Estadual Dois Irmãos. Os resultados contribuíram ainda para a construção de uma cultura de sustentabilidade na empresa.
De acordo com Carlos Eduardo Menezes da Silva, professor do IFPE e pesquisador associado do Cepan, a organização pretende replicar a experiência do projeto Água do Parque em outras unidades de conservação no estado e no Corredor Nordeste de Biodiversidade. Ainda segundo ele, em longo prazo, a ONG e seus parceiros pretendem realizar estudos mais amplos para demonstrar outros benefícios como a beleza da paisagem, a variação de temperatura, a captura de carbono que as Unidades de Conservação fornecem a sociedade. (Fonte: Ascom Cepan)
Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/01/18/90799-projeto-agua-do-parque-inaugura-pagamento-por-servicos-ambientais-em-pernambuco.html

PROJETO DE RECUPERAÇÃO HIDRO AMBIENTAL DO SALITE


O CBH - Salitre, a LOCALMAQ, CBH São francisco e AGB Peixe Vivo vem convidar a todos para participarem da reunião que acontecera no Povoado dos Brejões no dia 19/01/2013, às 14:00 hs para explicar a todos o que é e como vai ser o Projeto.

Os rumos da "Reforma Agrária"



Por  Gerson teixeira, presidente da ABRA   
Brasilia, Folha de sao paulo,17/01/2013

Nos últimos dois anos, foram desapropriados apenas 130 mil hectares; desempenho tão pífio que, desde 1985, só rivaliza com o período Collor

Na década de 1990, as organizações dos trabalhadores do campo combateram, com êxito, a implantação, no Brasil, das estratégias do Banco Mundial para as áreas rurais da América Latina, centradas na chamada reforma agrária de mercado. No auge do neoliberalismo, pretendia-se delegar ao mercado o poder regulatório sobre a questão agrária brasileira.
Restou que os instrumentos de compra e venda de terra ficaram nas franjas institucionais. Tanto que, de 1995 a 2002, a desapropriação de grandes propriedades alcançou 10,3 milhões de hectares contra 4,3 milhões nos oito anos seguintes.

Assim, em termos de "obtenção de terras privadas para a política de assentamentos" (grifei), "bons tempos" os anos de 1990! Afinal, por força das lutas sociais, as desapropriações, com as insuficiências e anomalias conhecidas, foram preservadas, e as restritas operações de compra e venda de terras continham uma réstia redistributiva, pois transferiam para os camponeses frações de grandes propriedades.

Hoje, percebemos sinais em sentido oposto. Terras da União sob o controle dos assentados poderão vir a ser transferidas para as grandes propriedades. É o desfecho esperado da proposta de emancipação dos assentamentos abandonados pelos poderes públicos.
Sugerida pela entidade máxima do agronegócio, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a emancipação traduziria a sensibilidade social da sua presidente pela "libertação dos assentados". O alvo real: a expectativa de apropriação, pelo agronegócio, de milhões de hectares dos assentados, a exemplo do que ambicionam com as suas lutas pela subtração dos territórios indígenas, quilombolas e das áreas protegidas em geral.

Entre as medidas do "pacote da CNA", supostamente acolhido pelo governo, constariam também a regularização "de ofício" dos imóveis localizados às margens das rodovias federais na Amazônia, o que equivaleria ao "carnaval do grilo". E, ainda, a facilitação da ratificação dos títulos das propriedades nas faixas de fronteiras indevidamente emitidos pelos Estados.

Nos últimos dois anos, foram desapropriados apenas 130 mil hectares; desempenho tão pífio que, desde 1985, só rivaliza com o período Collor. Comenta-se que tal desempenho resultou da imposição, pela Casa Civil, do limite de R$ 100 mil por família nos projetos de assentamentos. O equívoco do limite deve-se à sua forma irrefletida. Até as cercas dos latifúndios sabem que a desapropriação gera enormes ganhos indevidos aos seus donos, graças à persistência de legislações lenientes e jurisprudências duvidosas.

Exemplo: enquanto a taxa Selic, na atualidade, é de 7,25% aa e a inflação, menor ainda, os juros compensatórios, indevidamente aplicados sobre os valores da desapropriação contestados em juízo, são de 12% aa. Então, em vez de se extinguir anomalias da espécie, opta-se por um corte arbitrário que inviabiliza de vez a desapropriação.

Mas, esse é apenas um detalhe de uma mudança essencial. Efetivadas as medidas anunciadas, a política agrária terá "evoluído" do seu tradicional perfil restrito de contenção de conflitos sociais em proteção ao latifúndio/agronegócio para um estágio de funcionalidade direta às necessidades da própria expansão do agronegócio. Transição equivalente ocorre com a política ambiental.

Em suma, a sedução e a rendição política aos quase US$ 100 bilhões gerados pelas exportações do agronegócio poderão levar o Brasil a cenários sombrios de um "abismo agrário-ambiental". A presidente Dilma Rousseff, que vem enfrentando com coragem interesses econômicos poderosos em defesa do povo brasileiro, haverá de rever esses rumos desastrosos das políticas agrária e ambiental.

GERSON TEIXEIRA, 60, engenheiro agrônomo, é presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra)

Fonte: Folha de S.Paulo (Opinião)

Decreto de emergência por estiagem

DECRETO Nº 14.282 DE 14 DE JANEIRO DE 2013

Declara Situação de Emergência nas áreas dos Municípios afetados por Estiagem - COBRADE 1.4.1.1.0, conforme IN/MI 01/2012.

O VICE-GOVERNADOR, NO EXERCÍCIO DO CARGO DE GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 105, inciso XII, da Constituição Estadual e pelo inciso VII do art. 7º da Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012, considerando a intensificação da escassez pluviométrica que, desde março de 2012, está afetando quase a totalidade do Estado da Bahia; considerando que a estiagem prolongada tem provocado danos à subsistência e à saúde da população de diversos Municípios;
considerando que um número significativo de Municípios baianos tem experimentado graves prejuízos às atividades produtivas, principalmente à agricultura e à pecuária; considerando competir ao Estado restabelecer a situação de normalidade e preservar o bem-estar da população e, nesse sentido, adotar as medidas que se fizerem necessárias,
D E C R E T A

Art. 1º - Fica declarada Situação de Emergência nas áreas dos Municípios descritos no Anexo Único deste Decreto, em virtude do desastre classificado e codificado como Estiagem - COBRADE 1.4.1.1.0, conforme IN/MI nº 01/2012.

Art. 2º - Fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais, no âmbito das suas competências, para envidar esforços no intuito de apoiar as ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução.

Art. 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 14 de setembro de 2012, e vigerá pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 14 de janeiro de 2013.
OTTO ALENCAR
Governador em exercício
Rui Costa
Secretário da Casa Civil
Maria Moraes de Carvalho Mota
Secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza em exercício

ANEXO ÚNICO
MUNICÍPIOS

1.
Abaíra
2.
Abaré
3.
Adustina
4.
Água Fria
5.
Amargosa
6.
América Dourada
7.
Anagé
8.
Andaraí
9.
Andorinha
10.
Anguera
11.
Antônio Cardoso
12.
Antônio Gonçalves
13.
Aracatu
14.
Araci
15.
Aramari
16.
Baixa Grande
17.
Banzaê
18.
Barra
19.
Barra da Estiva
20.
Barra do Mendes
21.
Barro Alto
22.
Barrocas
23.
Belo Campo
24.
Boa Nova
25.
Bom Jesus da Lapa
26.
Bom Jesus da Serra
27.
Boninal
28.
Boquira
29.
Botuporã
30.
Brotas de Macaúbas
31.
Brumado
32.
Buritirama
33.
Cabaceiras do Paraguaçu
34.
Caculé
35.
Caém
36.
Caetanos
37.
Caetité
38.
Caldeirão Grande
39.
Campo Alegre de Lourdes
40.
Campo Formoso
41.
Canápolis
42.
Canarana
43.
Candeal
44.
Candiba
45.
Cândido Sales
46.
Cansanção
47.
Canudos
48.
Capela do Alto Alegre
49.
Capim Grosso
50.
Caraíbas
51.
Casa Nova
52.
Castro Alves
53.
Caturama
54.
Central
55.
Chorrochó
56.
Cícero Dantas
57.
Conceição do Coité
58.
Condeúba
59.
Contendas do Sincorá
60.
Coração de Maria
61.
Cordeiros
62.
Coronel João Sá
63.
Crisópolis
64.
Curaçá
65.
Dom Basílio
66.
Elísio Medrado
67.
Encruzilhada
68.
Entre Rios
69.
Euclides da Cunha
70.
Fátima
71.
Feira de Santana
72.
Filadéldia
73.
Gavião
74.
Gentil do Ouro
75.
Glória
76.
Governador Mangabeira
77.
Guajerú
78.
Guanambi
79.
Heliópolis
80.
Iaçu
81.
Ibiassucê
82.
Ibicoara
83.
Ibipeba
84.
Ibipitanga
85.
Ibiquera
86.
Ibitiara
87.
Ibititá
88.
Ibotirama
89.
Ichu
90.
Igaporã
91.
Inhambupe
92.
Ipecaetá
93.
Ipirá
94.
Ipupiara
95.
Irajuba
96.
Iramaia
97.
Iraquara
98.
Irará
99.
Irecê
100.
Itaberaba
101.
Itaguaçu da Bahia
102.
Itapicuru
103.
Itatim
104.
Itiruçu
105.
Itiúba
106.
Iuiu
107.
Jacaraci
108.
Jacobina
109.
Jaguarari
110.
Jequié
111.
Jeremoabo
112.
João Dourado
113.
Jussara
114.
Jussiape
115.
Lafaite Coutinho
116.
Lagedo do Tabocal
117.
Lamarão
118.
Lapão
119.
Lençóis
120.
Licínio de Almeida
121.
Livramento de Nossa Senhora
122.
Macajuba
123.
Macaúbas
124.
Macururé
125.
Maetinga
126.
Mairi
127.
Malhada
128.
Malhada de Pedras
129.
Manoel Vitorino
130.
Mansidão
131.
Maracás
132.
Marcionílio Souza
133.
Matina
134.
Miguel Calmon
135.
Mirangaba
136.
Mirante
137.
Monte Santo
138.
Morpará
139.
Morro do Chapéu
140.
Mortugaba
141.
Mucugê
142.
Mulungu do Morro
143.
Mundo Novo
144.
Muquém do São Francisco
145.
Nordestina
146.
Nova Canaã
147.
Nova Fátima
148.
Nova Itarana
149.
Nova Redenção
150.
Nova Soure
151.
Novo Horizonte
152.
Oliveira dos Brejinhos
153.
Ouriçangas
154.
Ourolândia
155.
Palmas de Monte Alto
156.
Palmeiras
157.
Paratinga
158.
Paulo Afonso
159.
Pé de Serra
160.
Pedrão
161.
Pedro Alexandre
162.
Piatã
163.
Pilão Arcado
164.
Pindaí
165.
Pindobaçu
166.
Pintadas
167.
Piripá
168.
Piritiba
169.
Planaltino
170.
Planalto
171.
Poções
172.
Ponto Novo
173.
Presidente Dutra
174.
Presidente Jânio Quadros
175.
Queimadas
176.
Quijingue
177.
Quixabeira
178.
Rafael Jambeiro
179.
Remanso
180.
Retirolândia
181.
Riachão do Jacuípe
182.
Riacho de Santana
183.
Ribeirão do Largo
184.
Rio de Contas
185.
Rio do Antônio
186.
Rio do Pires
187.
Rodelas
188.
Ruy Barbosa
189.
Santa Bárbara
190.
Santa Brígida
191.
Santa Inês
192.
Santa Luz
193.
Santa Rita de Cássia
194.
Santa Teresinha
195.
Santanópolis
196.
Santo Estêvão
197.
São Domingos
198.
São Félix do Coribe
199.
São Gabriel
200.
São José do Jacuípe
201.
Sátiro Dias
202.
Saúde
203.
Sebastião Laranjeiras
204.
Senhor do Bonfim
205.
Sento Sé
206.
Serra do Ramalho
207.
Serra Preta
208.
Serrinha
209.
Serrolândia
210.
Sítio do Mato
211.
Sítio do Quinto
212.
Sobradinho
213.
Souto Soares
214.
Tanhaçu
215.
Tanque Novo
216.
Tanquinho
217.
Teofilândia
218.
Tremedal
219.
Tucano
220.
Uauá
221.
Uibaí
222.
Umburanas
223.
Urandí
224.
Utinga
225.
Valente
226.
Várzea da Roça
227.
Várzea Nova
228.
Vázea do Poço
229.
Vitória da Conquista
230.
Xique-Xique

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