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Parceria Público-Privada (PPP) é a privatização da água no Brasil
ResponderExcluirA água é o tema mais importante no mundo. O recurso mais precioso e essencial que existe, e não é infinito. Por seu valor de demanda garantida, grupos econômicos lutam pela privatização da água, seja na forma de PPPs ou outras.
Exploração da água como negócio para lucrar, o que não é concebível na perspectiva de que a água é direito inalienável de todos. Lucro a todo custo e acima de tudo e o povo é quem paga o pato. Foi por isso que países como França Itália, Argentina Paraguai e Bolívia que haviam privatizado a água recuaram e acabaram com a PPP’s. Será que não se aprende para não repetir as más práticas?
A água é um bem de todos os brasileiros. Sua captação, armazenagem, tratamento e distribuição devem por isso permanecer em mãos públicas. Água e Saneamento são direitos universais, e não podem virar mais um simples objeto de exploração comercial. O sucesso desta campanha de mobilização nacional contra as privatizações e contra novas Parcerias Publico Privadas, depende da sua participação.
Essa luta também é de todos. Não podemos ficar calados diante da expropriação de um bem que pertence a todos nós. Assine o manifesto e envie esta mensagem a todos os seus contatos. ... http://aguaparaobrasil.com.br/
O que vai acontecer quando o clima mudar e os rios começarem a sumir? A décima quinta maior economia do mundo está aprendendo essa dura lição. Os Australianos reconheceram a tragédia por diversos fatores: alterações climáticas, redução drástica de rebanhos por perda de pastagem e aridização das terras.
O problema é que a água tem de ser dividida por um número excessivo de interessados: a cidade de Adelaide, as imensas fazendas do agrobusiness, as áreas úmidas protegidas. Por esse motivo, nos últimos três anos, o governo de Nova Gales do Sul reduziu a quase zero a cota de água de Adlington. E isso não o exime de pagar pela cota, mesmo que não possa usá-la. Pelo menos até que termine a seca. Reproduzindo as práticas comuns em suas terras de origem, os colonizadores derrubaram 15 bilhões de árvores. Sem se darem conta dos perigos de romper um ciclo de água estabelecido e de eliminar uma vegetação bem adaptada a condições áridas, os australianos introduziram ovelhas, vacas e plantações muito dependentes de água e estranhas a um ecossistema desértico. Em seguida, a incessante exploração agrícola dessas terras para extrair a nova riqueza da Austrália esgotou ainda mais o solo.
Por esse motivo, um rio tornou-se artéria vital para a sobrevivência da região. Tal como o Mississippi, nos Estados Unidos, ou o São Francisco, no Brasil, o rio Murray, com seus 2 530 quilômetros de comprimento, adquiriu uma aura mitológica, simbolizando possibilidades infinitas. Ao longo do século 20, o Murray foi retalhado por um enorme conjunto de diques, eclusas e barragens de modo que fosse aproveitado ao máximo pelos agricultores que dependem de irrigação na bacia. Em consequência disso, diz o ex-ministro da Água Malcolm Turnbull, "hoje o que temos é um regime artificial no rio. Por ser regulado, o caudal agora aumenta quando normalmente seria baixo e diminui quando a natureza o elevaria". Essa manipulação acarretou efeitos imprevistos. A irrigação fez com que subissem os níveis de salinidade, o que por sua vez envenenou as zonas úmidas e tornou impróprias para o cultivo áreas imensas.
A precariedade do suprimento de água jogou um estado contra o outro, as grandes cidades contra as áreas rurais, autoridades ambientais contra irrigadores e pequenos agricultores contra as superfazendas apoiadas pelo governo - todos competindo por uma mercadoria cada vez mais escassa. Será que dá para controlar o progresso insustentável? Será que os governantes míopes do Brasil e em especial da Bahia dá para usar lentes contra miopia?
Luiz Dourado