Fernando ‘Incinerando’ Gabeira, artigo de Ana Echevenguá

“Na natureza nada se cria tudo se transforma – sou fã incondicional da teoria do Lavoisier. Nada pode ser deletado. Sou contra qualquer tipo de incineração. Não adianta incinerar o lixo: é preciso educar, conscientizar”. Américo Canhoto, médico, educador, autor dos livros “Saúde ou doença: a escolha é sua”, “Quem ama cuida”, “Educar para um mundo novo”, “Pequenos descuidos grandes problemas”, entre outros.

No primeiro mundo, o incinerador de resíduos virou obsoleto devido à sua comprovada letalidade. Com isso, os donos desse maquinário querem implantá-lo no Brasil e demais países sul-americanos.

Mas tais empresas omitem que a queima não destrói os resíduos; apenas os transforma em cinzas e vapores tóxicos, cancerígenos, que são lançados no meio ambiente, tais como:

- compostos nitrogenados, sulforados, metais pesados (chumbo, cádmio, mercúrio, …);

- emissão de gases com dioxinas e furanos, que se espalham na atmofera. Não tem como segurá-los. Isso é o tal do “agente laranja”, que os EUA usaram na guerra contra o Vietnã, nos anos 70.

Já restou comprovado que todos os produtos e subprodutos químicos (efluentes) emitidos por incineradores provocam também danos neurológicos.

Além da poluição tóxica, a incineração contribui para o aquecimento global, um discurso mais fácil de ser assimilado porque está na mídia diariamente.

Enfim, atinge diretamente a sadia qualidade de vida e a saúde de todos, da presente e das futuras gerações.

Mas, no Brasil, o marketing falacioso do ‘no health impact’ está de braços dados com os interesses politiqueiros. O deputado verde Fernando Gabeira, por exemplo, é um dos apoiadores dessa farsa. Acha que vai resolver o problema do lixo no Brasil incentivando a implantação de usinas de geração de energia que utilizam resíduos como combustíveis.

Usina de bioenergia, de energia alternativa, de biomassa… Ora, não importa o nome que é dado à rosa, gente! Isso nada mais é do que um processo de incineração – com todos os malefícios que expus acima. Mas os marqueteiros criaram um rótulo mais adequado à era do desenvolvimento sustentável e à postura ambientalmente correta das empresas..

Entenderam a jogada? Um incinerador expulso do primeiro mundo ainda é uma mina de ouro (para o empresário) nesse nosso Brasil da Impunidade.

Esta é a política homicida aplicada ao terceiro e quarto mundo. Pensando bem, ela pode ser rotulada de verde se a atrelarmos às políticas de controle populacional.

Se você sabe de alguma empresa que queira implantar um incinerador na sua cidade, diga ‘não’. Saia pras ruas, bata panelas, bata bumbo, chame a Globo e a Record, peça socorro pra Polícia Ambiental, Polícia Federal, Ministério Público da sua cidade… Enfim, pressione os cretinos que se acham donos do Brasil. A proteção ambiental é um dever de todos. E deve se sobrepor ao interesse econômico individual.

Ah! Por favor, entenda que a incineração de resíduos é uma atividade altamente perigosa e letal para o meio ambiente e para a saúde da população.

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente do Instituto Eco&Ação e da Academia Livre das Água, e-mail: ana{at}ecoeacao.com.br, websites: http://www.ecoeacao.com.br e http://institutoeccos.blog.terra.com.br/.

EcoDebate, 28/09/2009

AGROTÓXICOS NO SEU ESTÔMAGO, ARTIGO DE JOÃO PEDRO STEDILE

27/09/2009 16:58 - publicado por Almacks Luiz Silva [ Alterar ] [ Excluir ]

Os porta-vozes da grande propriedade e das empresas transnacionais são muito bem pagos para todos os dias defender, falar e escrever de que no Brasil não há mais problema agrário. Afinal, a grande propriedade está produzindo muito mais e tendo muito lucro. Portanto, o latifúndio não é mais problema para a sociedade brasileira. Será? Nem vou abordar a injustiça social da concentração da propriedade da terra, que faz com que apenas 2%, ou seja, 50 mil fazendeiros, sejam donos de metade de toda nossa natureza, enquanto temos 4 milhões de famílias sem direito a ela.

Vou falar das consequências para você que mora na cidade, da adoção do modelo agrícola do agronegócio.

O agronegócio é a produção de larga escala, em monocultivo, empregando muito agrotóxicos e máquinas.

Usam venenos para eliminar as outras plantas e não contratar mão de obra. Com isso, destroem a biodiversidade, alteram o clima e expulsam cada vez mais famílias de trabalhadores do interior.

Na safra passada, as empresas transnacionais, e são poucas (Basf, Bayer, Monsanto, Du Pont, Sygenta, Bungue, Shell química…), comemoraram que o Brasil se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Foram despejados 713 milhões de toneladas! Média de 3.700 quilos por pessoa. Esses venenos são de origem química e permanecem na natureza. Degradam o solo. Contaminam a água. E, sobretudo, se acumulam nos alimentos.

As lavouras que mais usam venenos são: cana, soja, arroz, milho, fumo, tomate, batata, uva, moranguinho e hortaliças. Tudo isso deixará resíduos para seu estômago.

E no seu organismo afetam as células e algum dia podem se transformar em câncer.

Perguntem aos cientistas aí do Instituto Nacional do Câncer, referência de pesquisa nacional, qual é a principal origem do câncer, depois do tabaco? A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) denunciou que existem no mercado mais de vinte produtos agrícolas não recomendáveis para a saúde humana. Mas ninguém avisa no rótulo, nem retira da prateleira. Antigamente, era permitido ter na soja e no óleo de soja apenas 0,2 mg/kg de resíduo do veneno glifosato, para não afetar a saúde. De repente, a Anvisa autorizou os produtos derivados de soja terem até 10,0 mg/kg de glifosato, 50 vezes mais. Isso aconteceu certamente por pressão da Monsanto, pois o resíduo de glifosato aumentou com a soja transgênica, de sua propriedade.

Esse mesmo movimento estão fazendo agora com os derivados do milho.

Depois que foi aprovado o milho transgênico, que aumenta o uso de veneno, querem aumentar a possibilidade de resíduos de 0,1 mg/kg permitido para 1,0 mg/kg.

Há muitos outros exemplos de suas consequências. O doutor Vanderley Pignati, pesquisador da UFMT, revelou em suas pesquisas que nos municípios que têm grande produção de soja e uso intensivo de venenos os índices de abortos e má formação de fetos são quatro vezes maiores do que a média do estado.

Nós temos defendido que é preciso valorizar a agricultura familiar, camponesa, que é a única que pode produzir sem venenos e de maneira diversificada. O agronegócio, para ter escala e grandes lucros, só consegue produzir com venenos e expulsando os trabalhadores para a cidade.

E você paga a conta, com o aumento do êxodo rural, das favelas e com o aumento da incidência de venenos em seu alimento.

Por isso, defender a agricultura familiar e a reforma agrária, que é uma forma de produzir alimentos sadios, é uma questão nacional, de toda sociedade.

Não é mais um problema apenas dos sem-terra. E é por isso que cada vez que o MST e a Via Campesina se mobilizam contra o agronegócio, as empresas transnacionais, seus veículos de comunicação e seus parlamentares, nos atacam tanto.

Porque estão em disputa dois modelos de produção. Está em disputa a que interesses deve atender a produção agrícola: apenas o lucro ou a saúde e o bem-estar da população? Os ricos sabem disso e tratam de consumir apenas produtos orgânicos.

E você precisa se decidir. De que lado você está?

João Pedro Stedile é integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Nota do EcoDebate: como leitura complementar recomendamos que leiam a matéria “Agroquímicos: O veneno à nossa mesa“.

EcoDebate, 25/09/2009

http://www.ecodebate.com.br/

ABSORVENTES DESCARTÁVEIS

Você sabia que uma mulher durante seu ciclo reprodutivo, utiliza de 10 a 15 mil absorventes? E que eles demoram em média 100 anos para se decomporem.

Acesse aqui: http://www.ipemabrasil.org.br/absorventes.htm

SOCIOAMBIENTALISMO EM NOVO ENDEREÇO

Nos aguarde em novo endereço

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