Especialista em cultura Maia explica o que esta civilização escreveu para o ano de 2012

Calendário Maia

Há quinze anos atrás, Fernando Malkun, barranquillero ( natural de Barranquilla, uma cidade da Colômbia) de origem libanesa, deixou a arquitetura que tinha estudado na Universidade de los Andes, e a qual havia se dedicado por  quase uma década, para responder às perguntas que se atravessaram em sua vida. Durante esse tempo, ele se encontrou com a cultura Maia e dedicou-se completamente ao seu estudo. Hoje é um especialista no tema, com reconhecimento internacional e continua
viajando pelo mundo  explicando a mensagem que esta civilização deixou para os seres humanos.
 


 
. Os maias disseram que o mundo iria acabar em 2012?

 
- Estão gerando um pânico coletivo absurdo aduzindo que eles tinham anunciado que o mundo iria acabar em dezembro de 2012. Não é verdade, OS Maias nunca usaram a palavra fim.  Anunciaram um momento de mudança, de grande aumento de energia do planeta, o que causaria“eventos de destino”, isto é, definitivos, nas pessoas. O problema é  que o nível de consciência da maioria das pessoas atinge apenas o fim do mundo e não a transformação de consciência.

 
. Quando isso vai acontecer?

 - Não vai acontecer, está acontecendo
. As pessoas não estão juntando todas as peças do quebra-cabeças para perceber isso. Acreditam apenas que estes eventos atuais são causados por um conjunto de “coincidências” evolutivas. Mas estamos em uma onda de mudanças como nunca antes.

 
. O que se percebe, segundo o que é dito pelos Maias?

 - A profecia anunciou que o planeta  aumentaria a sua freqüência vibracional, o que é um fato: esta freqüência, que  se mede com a ressonância Schumann, passou de  8 a 13 ciclos. Todos os planetas do sistema solar estão mudando. De 1992 até hoje, os pólos de Marte desapareceram  60 por cento e Vênus tem quase o dobro de luminescência. Passamos 300 anos registrando o Sol e as tempestades solares maiores têm ocorrido nos últimos seis meses. Houve um aumento de terremotos de 425 por cento. Tudo está  acelerado dos pontos de vista geofísico e solar. Nosso cérebro, que irradia  suas próprias ondas, é afetado por essa maior irradiação do sol. Essa carga eletromagnética é o motivo por que  sentimos o tempo mais rápido
Não é o tempo físico, mas o tempo de percepção emocional.
 
. Fale sobre 1992. Por que este ano? O que aconteceu ?

 
- A essência das profecias maias é comunicar a existência de um ciclo de 26.000 anos, chamado “o grande ciclo  cósmico”. Tudo, estações, meses, dias se ajustam a esse ciclo. Há 13 mil anos atrás, o sol –assim como agora- irradiou mais energia no planeta e derreteu a camada de gelo . Essa camada desaguou no mar, elevou o seu nível em 120 metros e ocorreu o chamado “Dilúvio Universal “. Os Maias disseram que quando o sistema solar estiver  novamente a 180 graus de onde estava a 13000 anos atrás, a Estrela do Norte brilha sobre o pólo, a constelação de Aquário aparece no horizonte e o trânsito décimo terceiro de Vênus se der –  o que vai acontecer em 6 de junho de 2012 – o centro da galáxia pulsará  e haverá manifestações de fogo, água,terra, ar. Eles falam, especificamente, de dois períodos de vinte anos , de 1992 a 2012 e 2012-2032 – de intensas mudanças.
 
 . Por que anunciavam isso?

 
A proximidade da morte faz com que as pessoas repensem suas vidas,
 examinem e corrijam a direção que tomam. Isso é algo que ocorre somente se algo se aproxima de você, ou você passa diretamente, te impacta tremendamente. Isto é o que tem acontecido com os tsunamis,os terremotos, as catástrofes naturais de que vivemos, os conflitos sociais, econômicos, etc.
 
Então, eles falam de morte? 
- Eles falam de mudança, de um despertar da consciência.
Tudo o que está errado com o planeta está se potencializando com o objetivo de que a mente humana se dedique a resolvê-lo.Há uma crise de consciência individualAs pessoas estão vivendo “eventos de destino”, seja em seus relacionamentos, seus recursos, em sua saúde. É um processo de mudança que se baseia principalmente no desdobramento invisível, e está afetando em especial  à mulher.

. Por que as mulheres?

A mulher é quem terá o poder de criar a nova era, devido à sua maior sensibilidade. De acordo com as profecias -  não só as maias, mas muitas-,  a era que se aproxima é de harmonia e espiritualidade. As coisas que estão mal vão se resolver no período que os Maias chamaram de “tempo do não tempo”, que será de 2012-2032
.. Desde 1992, o percentual de mulheres que vêem a aura (seres curadores) do planeta tem aumentado. Hoje, é de 8,6 por cento. Imagine que em 2014 seja de 10 por cento. Isso significaria o início de um período mais transparente. Essa seria a direção da mudança não violenta. 
 . Mas o que se vê hoje é um aumento na agressividade ….


 
- As duas polaridades são intensificadas. Estão abertos os dois caminhos, o negativo, escuro, destruição, de  confronto do homem com o homem; e o de crescimento da consciência. Existem várias vozes que estão levando os seres humanos a pensar sobre isso. Desde 1992, as informações proibidas dos agnósticos, dos maçons, dos Illuminati, estão  abertas para que se utilize  no processo de mudança de si mesmo.. A religião esta acabando e a religiosidade é que irá permanecer.
 

. Tudo isso , os Maias deixaram de escrito, assim específico?


- Não a esse ponto. Eles disseram que o sol iria mudar as condições do planeta e criar “eventos de destino “. O sol bateu todos os recordes este ano. Os  Terremotos aumentaram 425 por cento. A mudança de temperatura é muito intensa: de 92 para cá aumentou quase um grau, o mesmo que  subiu nos últimos 100 anos anteriores. Antes, havia 600 ou  700 tormentas elétricas simultâneas, hoje há duas mil. Antes se Registravam  80 raios por segundo, agora caem entre 180 e 220.
 
 . Como eles sabiam que isso ia acontecer?

- Eles tinham uma tecnologia extraordinária
. Em suas  pirâmides havia altares de onde eles estudaram o movimento do sol no horizonte. Produziam gráficos com os quais sabiam quando haveria as manchas solares, quando aconteceriam tempestades elétricas. Foi um conhecimento que receberam dos egípcios, que, por sua vez, o receberam dos sacerdotes sobreviventes da Atlântida, civilização destruída 13.000 anos atrásOs Maias  aperfeiçoaram os conhecimentos e foram oscriadores dos calendários mais precisos. Um deles, chamado“Conta larga” termina em 21 de dezembro de 2012e marca o ponto do centro exato do período de 26.000 anos. Eles sabiam que essas mudanças estavam vindo e o que eles fizeram foi dar essa informação para o homem de 2012.

 . Será que estas mudanças só foram levantadas por eles?

- Todas as profecias falam da mesma coisa
. Os hindus, por exemplo, anunciam o momento de mudança e falam sobre a chegada de um ser extraordinário qual o mundo ocidental cristão apregoa. Os Maias nunca falaram de um ser extraordinário que viria para nos salvar, mas falaram de crescer em consciência e assumir a responsabilidade, cada  ser na sua individualidade.

 
. E  as pessoas que não acreditam nisso?

 
- Acreditando ou não, vão  senti-lo no seu interior. A mudança que estamos vivenciando não é algo de se acreditar ou não. Neste momento,a maioria está vivendo um tempo de avaliação de sua vida. Por que estou aqui, o que está acontecendo, para onde eu quero ir? Basta olhar o crescimento da busca de espiritualidade, não de religiosidade, porque a religião não está dando mais respostas às pessoas.

 
. A sua vida pessoal mudou?

- Há quinze anos atrás, eu era tremendamente materialista. Minha conduta é muito diferente hoje. Eu me perguntei por que  estava aqui, para quê, e por razões especiais acabei metido no mundo Maia. E posso afirmar que não se tratam de crenças falsas para substituir crenças falsas. Tirei muitas histórias da minha mente, mas eu ainda estou no terceiro nível de consciência, que é dominante no planeta.
 
. Quem está mais em cima?


- Há pessoas que estão em um nível 4 ou 5. São as menos famosas, de perfil baixo. Em uma viagem  conheci um jardineiro extraordinário, por exemplo. Estes seres estão em serviço permanente, afetando a vida de muitas pessoas, mas não publicamente.

 . O que devemos fazer, de acordo com essa teoria?

 
O universo está nos dando uma oportunidade individual para reestruturar nossas vidas. A maneira de sincronizar-nos é, primeiro, não ter medo, perceber que podemos mudar nossa consciência. A física quântica já disse: a consciência modifica a matéria. O que significa que sua vida depende daquilo que você pensa. A distância entre causa e efeito tem diminuído. Há vinte anos atrás, para que se manifestasse algo em sua vida, necessitava-se  de muita energia. Há vinte anos atrás qualquer fator de punição de um ato maldoso ganhavam-se anos para receber alarde. Hoje tudo ganha destaque rápido. A corrupção pelo mundo afora tem ganhado destaque internacional. As ditaduras estão caindo. As religiões estão a cada dia mais problemáticas, Hoje, você pensa algo e em uma semana está acontecendo. Sua mente causa isso. O que devemos é buscar, as respostas estão aí. Basta ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.

 Fernando Malkún

 Deus nos proteja contra todos os males.
Sóluz (SK).

Juventude atingida se organiza no Vale do São Francisco


Publicado em qui, 06/12/2012 - 13:17
Cerca de 50 jovens atingidos por barragens na região do Vale do São Francisco PE/BA estiveram reunidos entre os dias 01 e 02 de dezembro em três municípios da região (Curaçá-BA, Orocó-PE  e Santa Maria da Boa Vista-PE)  discutindo o papel da juventude frente aos desafios dos atingidos por barragens no Brasil.
Nos encontros foram realizadas discursões sobre a questão energética no Brasil, as tentativas de privatização da água na região e no país, a organização dos grupos de base para o fortalecimento da organização dos atingidos, e a preparação para o Encontro Nacional do MAB, que acontecerá em 2013 em Brasília.
Para Ismanoella Alves, de 16 ano,s a juventude tem uma disposição e uma força de vontade que precisa ser somada ao conhecimento. "O processo de formação política que o MAB faz com a juventude nos possibilita ver a realidade com outros olhos, e assim vemos que existem muitas injustiças em nosso país e no mundo, e que a juventude é importante para a transformação social desta realidade"
Estes jovens participam da turma regional de militantes com formação política do MAB - Turma Antônio Conselheiro, que vem cumprindo um papel importante na organização dos atingidos na região, desde a organização e formação nos grupos de base, trabalho com as mulheres atingidas, na luta contra as barragens e pelos direitos dos atingidos.
“O processo de organização e formação com a juventude é importantíssimo, pois a juventude tem um papel fundamental na organização dos atingidos e em qual quer outra organização social. A juventude com disponibilidade e consciência política, qualifica politicamente a organização e direciona para o avanço na organização e formação de novos sujeitos, com uma nova consciência e com uma prática social diferente, sendo esta nova geração os responsáveis pela continuidade desta organização jovem e bonita que é o MAB. Por isso temos que investir na formação com a juventude, na realização de encontros locais, regionais e nacional de jovens, pois são espaços de muita energia, de explosão de culturas e de conhecimentos que propiciam a troca de experiências, a ampliação e qualificação das pautas da juventude e assim o fortalecimento da organização”, ressaltou Marta Rodrigues, da coordenação regional do MAB.

Água do Rio São Francisco chega à cidade de Andorinha

Pilar - Jaguarari-BA
ano de 2013 será bem melhor do que o de 2012 para os mais de 16 mil habitantes de Andorinha, município a 430 km de Salvador, da região de Senhor do Bonfim. Isso é o que prevê a aposentada Dona Dolores (foto), 65 anos, moradora da Rua João Enfermeiro, dois meses após a conclusão do Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) Pilar – Andorinha. Desde o colapso da Barragem Andorinha II, em janeiro de 2012, os moradores estavam sendo abastecidos por carros-pipa. "A água só chegava na torneira de 15 em 15 dias em minha casa, mas hoje, graças a Deus, a gente recebe água diariamente", conta a aposentada.
A obra realizada de forma emergencial, por meio de um convênio firmado entre a Embasa e a empresa Mineração Caraíba, representou um investimento da ordem de R$ 5,6 milhões. A empresa de águas assentou uma adutora com extensão total de 68 km de forma a interligá-la a uma adutora mantida pela mineradora no distrito de Pilar, no município de Jaguarari. Graças a esta ação, a água do Rio São Francisco chegou à população de Andorinha. Dois conjuntos motor-bomba instalados na Estação Elevatória de Santa Rosa (Jaguarari) estão garantindo uma oferta de água de aproximadamente 20 litros por segundo.
De acordo com o gerente da Unidade Regional da Embasa de Senhor do Bonfim, Vinícius Araújo, a conclusão da obra ameniza a falta de água no município, trazendo mais alívio aos moradores. "Mesmo realizada de forma emergencial, esta obra permitiu maior satisfação e conforto para a população andorinhense. Em breve, o município terá o reforço da obra do SIAA Ponto Novo - Senhor do Bonfim, garantindo ainda mais a continuidade no fornecimento de água", diz o gestor.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Embasa/ Portal Tratamento de Água

Projetos de irrigação fracassados perpetuaram a seca no Maranhão


DINHEIRO PÚBLICO PELO RALO
Salangô e Tabuleiro de São Bernardo torraram, juntos, R$ 300 milhões, mas sofrimento do sertanejo maranhense com a seca prossegue
POR OSWALDO VIVIANI
Dois projetos de irrigação fracassados – o Salangô e o Tabuleiro de São Bernardo –, que entre meados da década de 1980 e início dos anos 2000 torraram, juntos, quase R$ 300 milhões de recursos públicos federais, têm grande responsabilidade pela seca que hoje castiga o homem do campo no Maranhão. O estado vive a pior estiagem das últimas três décadas. Sem água, o gado definha e morre, o mesmo ocorrendo com as plantações. E os seres humanos só resistem na terra árida se pagarem por água potável.
Tudo seria diferente se os projetos Salangô e Tabuleiro de São Bernardo dessem certo. Duas das regiões maranhenses mais atingidas pela seca atualmente – Médio Mearim e Baixo Parnaíba – seriam beneficiadas diretamente pelos projetos de irrigação, o que alcançaria ao menos 14 municípios: São Mateus (onde o Salangô foi implantado), Bacabal, Alto Alegre do Maranhão, Coroatá, Matões do Norte, Arari, Pirapemas, Magalhães de Almeida (Tabuleiro de São Bernardo), Santana do Maranhão, Araioses, São Bernardo, Tutóia, Santa Quitéria e Paulino Neves.
Mas os projetos de irrigação, que há cerca de 30 anos chegaram a levar o sertanejo maranhense a vislumbrar a esperança de dias melhores – com a produção e a comercialização de alimentos garantidas –, tomaram rumos enviesados. Hoje, apesar de ainda ativos, os projetos exibem uma situação muito aquém dos objetivos iniciais, após dezenas de milhões de dinheiro público afundarem, em meio a rios de irregularidades e desvios, tudo devidamente constatado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e outros órgãos controladores.
Sonho virou pesadelo – Em maio de 2005, o Jornal Pequeno publicou que 'o Ministério Público Federal (MPF) recebeu um relatório da Corregedoria Geral do Estado (CGE), que constatou: o Projeto Salangô, de agricultura irrigada, implantado no município de São Mateus (a 180 quilômetros de São Luís), não passou de um grande ardil para o desvio de recursos federais (...) drenando dos cofres públicos mais de R$ 70 milhões'.
Iniciado em 1992, o Salangô foi apresentado como uma espécie de salvação para centenas de pequenos agricultores maranhenses. 'Anos depois, o sonho transformou-se em pesadelo. O que deveria ser a redenção da população de uma extensa área do Rio Mearim, calculada em 10 mil hectares, revelou-se uma farsa monstruosa, arquitetada no âmago do governo do estado [gestão Roseana Sarney]', relatou o JP, que informou, ainda:
'O exame da Corregedoria tomou por base sucessivas auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sobre a contabilidade do Projeto Salangô, no período de 1997 a 2002, cujos resultados apontaram uma espiral de corrupção, abrangendo irregularidades que vão desde superfaturamento, obras inexistentes, fraude na execução do processo licitatório, enriquecimento ilícito e danos ao meio ambiente'.
A Corregedoria estadual enquadrou como responsáveis diretos pelos malfeitos os ex-secretários de Infraestrutura Astrogildo Quental (investigado, em 2008, na operação 'Boi Barrica', da Polícia Federal) e Ricardo Perez, além de membros da Comissão de Licitação do governo Roseana Sarney e diretores da Coesa Engenharia, beneficiária direta das ilicitudes denunciadas.
A empresa baiana Coesa seria responsabilizada, também, pela não execução do saneamento e urbanização da Lagoa da Jansen, em São Luís. Perto de R$ 80 milhões foram liberados pelo governo do presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, entre 1999 e 2001, por meio do Ministério do Meio Ambiente (quase toda a verba da pasta do então ministro Zequinha Sarney, irmão de Roseana) para a Coesa executar a obra na Lagoa, que, igualmente envolta em irregularidades, nunca foi terminada.
Dinheiro jogado no mato – O malsucedido projeto de irrigação Tabuleiro de São Bernardo começou a receber dinheiro da União, por meio do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), em 1985 (governo Luiz Rocha), mas só teve início em 1987 (governo Epitácio Cafeteira).
A obra prosseguiu nos governos João Alberto, Edison Lobão, Ribamar Fiquene, Roseana Sarney, José Reinaldo Tavares, Jackson Lago e Roseana de novo, mas o projeto foi murchando após setembro de 2000, quando entrou no 'listão negro' das obras com irregularidades graves e indícios de desvios, apontados pelo TCU.
Termos aditivos sem-fim da Empresa Sul-Americana de Montagens, uma das que tocaram os serviços, elevaram à estratosfera os custos do projeto, jamais realizado integralmente, nos moldes e com os objetivos iniciais. O fracasso do empreendimento, que literalmente jogou no mato mais de R$ 200 milhões, foi mostrado numa reportagem de Sidney Pereira (TV Mirante), exibida na quinta-feira (6):
'Nessa região de tabuleiros, na divisa com o Piauí [município de Magalhães de Almeida], o sofrimento do sertanejo com a seca já deveria ter chegado ao fim há 30 anos. O projeto Tabuleiro de São Bernardo deveria irrigar uma área com 11 mil hectares, mas a água não chega a 600 hectares. O investimento de milhões de reais virou desperdício. Um conjunto de bombas gigantes deveria retirar água do Rio Parnaíba para irrigar os tabuleiros. Uma estrutura gigantesca ficou perdida no meio do matagal. Milhares de canos estão sendo corroídos pela ferrugem. Foram trazidos para a região no fim da década de 1980. (...) O projeto de irrigação foi iniciado com 78 famílias. A maioria desistiu'.
Nos projetos fracassados contra a seca, no Maranhão, hoje há apenas plantações irrisórias de arroz (Salangô) e melancia (Tabuleiro de São Bernardo). Nem o programa Água para Todos, do governo federal, ameniza o problema da seca. A maioria das cisternas entregues à população já apresenta defeitos, com menos de um ano de uso.
CNBB alertou para aplicação de recursos na seca no Nordeste
No fim de novembro, os bispos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - lançaram uma nota sobre a seca no Nordeste, no qual afirmaram que 'há meios mais baratos e de maior alcance social para combater a seca do que com megaprojetos, como a transposição do Rio São Francisco'.
Veja a íntegra do documento:
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília-DF, nos dias 27 e 28 de novembro de 2012, vimos manifestar nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem com a seca no Nordeste. Esta situação, que se prolonga de forma desalentadora, exige a soma de esforços e de iniciativas de todos: governo, Igrejas, empresários, sociedade civil organizada – para garantir às famílias a superação de tamanha adversidade.
Os recursos liberados pelo governo e o auxílio das Cáritas Diocesanas e de outras entidades são, sem dúvida, imprescindíveis para o socorro imediato dos afetados por tão longa estiagem, considerada a pior nos últimos 30 anos. Estas iniciativas têm contribuído para diminuir a fome, a mortalidade infantil e o êxodo. Sendo, porém, a seca uma realidade do semiárido brasileiro, é urgente tomar medidas eficazes que possibilitem a convivência com este fenômeno. Considerem-se, para esse fim, o desenvolvimento de políticas públicas específicas para a região e o aproveitamento das potencialidades das populações locais.
Preocupa-nos o risco de colapso hídrico urbano devido à falta de planejamento para um adequado fornecimento de água. Especialistas na área vêm nos mostrando que há meios mais baratos e de maior alcance social do que os megaprojetos, como a transposição dos recursos hídricos do Rio São Francisco, construção de grandes açudes, entre outros.
No meio rural, as cisternas para a captação de água de chuva, iniciativa da Igreja Católica, mostraram-se eficientes para enfrentar períodos de estiagem prolongada. É importante ampliar essa iniciativa e também investir na construção de cisternas 'calçadão' para a produção de hortaliças. Já a aplicação dos recursos financeiros e técnicos necessita ser ampliada e universalizada, levando-se em conta o protagonismo das populações locais e de suas organizações, no campo e na cidade. Torna-se necessário o controle para que os recursos sejam otimizados e cheguem realmente aos mais necessitados. Um planejamento adequado pode garantir soluções permanentes e duradouras que assegurem as condições de vida digna para todos.
A fé e a esperança, distintivos de nossos irmãos nordestinos, animem seus corações nesta hora de sofrimento e de dor. 'Esperando contra toda esperança' (Romanos 4,18), confiem-se ao Deus da vida e por seu Filho clamem: 'Fica conosco, Senhor, porque ao redor de nós as sombras vão se tornando mais densas, e tu és a Luz; em nossos corações se insinua a desesperança, e tu os fazes arder com a certeza da Páscoa' (Documento de Aparecida 554).
Que o Divino Espírito Santo e Maria iluminem e inspirem a todos na esperança e na construção do bem.
Brasília, 28 de novembro de 2012.

Lideranças e Movimentos Sociais do Vale do São Francisco juntam-se ao Coletivo de luta pela Ilha do Fogo


Falas a favor da saída do Exército da Ilha do Fogo, intercaladas com apresentações culturais, marcaram o Ato Público em defesa da Ilha (E do Rio São Francisco para o Povo!) realizado no final da tarde do último dia 06 na orla de Juazeiro (BA). Diversas lideranças se posicionaram a favor do acesso livre da população à Ilha do Fogo, que desde o dia 03 de setembro encontra-se sob a patrulha do Exército Brasileiro.
Manifestação em Juazeiro
Situada entre Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), o local sempre foi espaço de lazer de muitas pessoas das duas cidades e visitantes que, muitas vezes, não possuíam outras alternativas tão acessíveis. “A Ilha foi feita por Deus nosso criador para o povo, não é para o Exército tá lá. Estou decepcionada com esse governo”, desabafa Alice Pescadora, que afirmou que a luta do Coletivo Amigos da Ilha conta com o apoio do Movimento Nacional de Pescadores e Pescadoras artesanais.

Representantes de organizações como a Articulação Popular São Francisco Vivo, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Conselho de Juventude de Juazeiro, Associação de Professores Licenciados da Bahia (APLB), Associações urbanas de Juazeiro, Movimento Estudantil da Univasf, dentre outros, também sinalizaram apoio à luta durante o Ato. Manifestaram ainda apoios, através de representações, os deputados petistas Marcelino Galo, Yulo Oiticica e Zezéu Ribeiro. Os vereadores de Juazeiro Crisostomo Lima, José Carlos Medeiros e o recém eleito Tiano Félix compareceram ao evento e também se pronunciaram, dispondo-se para a causa.

Em meio a músicas, recital de cordel e o repente de artistas populares como o poeta e cantador Valdir Lemos, as falas tiveram tons de denúncia e indignação. “O Rio São Francisco e o povo do São Francisco em sua diversidade vem sofrendo diversas agressões”, disse Cícero Félix, da Articulação Popular São Francisco Vivo, ao mencionar os diversos desrespeitos que os governos e seus organismos vem legitimando, os quais afetam diretamente a vida do povo ribeirinho. Para o Coletivo Amigos da Ilha, a impossibilidade da permanência das 40 famílias de pescadores/as que há mais de 30 anos tem o sustento na pesca no Rio São Francisco e estão ameaçadas de expulsão da Ilha, é uma dessas agressões.

O presidente da APLB, Antônio Carlos, lembrou o sentimento de apatia de parte da sociedade e principalmente da juventude, que pouco tem reagido a esses tipos de tortura. Ele rememora o período da Ditadura Militar no Brasil e cita o comportamento de muitos jovens daquela época que se engajavam nas lutas e desafiavam aquela ordem opressora estabelecida, uma reação que, na sua opinião, está faltando hoje.

Um documento foi enviado à Presidenta Dilma Roussef, reuniões, formação de comitê, coleta de assinaturas estão acontecendo sob a coordenação do Coletivo Amigos da Ilha que também planeja outras mobilizações, acreditando na força de representantes políticos comprometidos com o povo, bem como na força da organização popular.


Por Érica Daiane - Jornalista

Rede de Educomunicadores da Bacia do São Francisco

RANKING DOS MELHORES E PIORES MUNICÍPIOS DA BACIA DO RIO SALITRE


O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um estudo anual do Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os 5.564 municípios brasileiros em três áreas: Emprego, Renda, Educação e Saúde. Ele é feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.

Analisando o resultado do ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM), do Ano 2012, referente ao Ano de 2010, no Estado da Bahia, especificamente na região da Bacia do Rio Salitre, onde este importante Rio percorre por 09 (nove) Municípios da Bahia, estado composto por 417 Municípios, encontramos os valores nas tabelas abaixo, levando em conta 03 (três) setores fundamentais para o Desenvolvimento de cada município: Emprego, Renda, Educação e Saúde.

 

Município

Índice

Nacional

Estadual

Juazeiro

0.6253

3.226º

48º

Campo Formoso

0.6006

3.714º

67º

Jacobina

0.5883

3.940º

78º

Miguel Calmon

0.5614

4.421º

133º

Umburanas

0.5293

4.906º

227º

Morro do Chapéu

0.5284

4.910º

228º

Ourolândia

0.5143

5.075º

270º

Várzea Nova

0.5044

5.176º

306º

Mirangaba

0.4899

5.294º

347º

 

Fonte: http://www.firjan.org.br/ifdm/consulta-ao-indice/consulta-ao-indice-grafico.htm?UF=BA&IdCidade=291750&Indicador=1&Ano=2010

Comitê do Rio São Francisco será incorporado à Gestão do Programa de Revitalização


por ASCOM-CBHSF
Como resultado das articulações que vêm ocorrendo desde o início deste semestre, o Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco - CBHSF será incorporado ao comitê gestor do Programa de Revitalização do Rio São Francisco – PRSF. Executado pelo governo federal, o programa envolve recursos superiores a R$7 bilhões, para aplicação em ações destinadas a reverter o processo de degradação do rio e da bacia.

A incorporação do CBHSF foi objeto de recomendação do Tribunal de Contas da União - TCU, constante do Acórdão n0 145/2012, de 13 de junho último. O TCU aprovou o relatório apresentado pelo ministro Aroldo Cedraz, recomendando ao Ministério do Meio Ambiente – MMA, que coordena o programa federal, a ativação do comitê gestor do PRSF, instituído em 2001, e a participação do CBHSF.

Em agosto, com o início de uma nova gestão do Comitê do São Francisco, começaram as discussões para a inclusão do comitê. As conversas se deram no âmbito da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano - SRHU do Ministério do Meio Ambiente - MMA, a partir do Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas - DRB, estendendo-se à Secretaria Executiva do ministério.

Durante o dia de hoje (27.11), na cidade histórica de Penedo (AL), concretizou-se informalmente a incorporação do CBHSF à gestão do programa, durante a V Oficina de Acompanhamento do PRSF, promovida pelo MMA, com a participação de 10 ministérios, além de outros órgãos públicos. O evento teve o Comitê como anfitrião, realizando-se durante o dia de abertura da XX reunião plenária do colegiado, que prossegue até quinta-feira (29.11).

O Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Pedro Wilson Guimarães, informou que está em fase final de elaboração o decreto presidencial que amplia a composição do comitê gestor do PRSF, mediante a inclusão do Comitê do São Francisco e de representações das universidades federais e de municípios da bacia. A expectativa, afirmou, é de que a mudança imprima um novo dinamismo às ações de revitalização:

“Isso vai dar uma dinâmica nova à gestão do programa, porque as pessoas e entidades da bacia irão acompanhar, fiscalizar e cobrar a execução das ações junto aos órgãos públicos. Ao mesmo tempo, abre uma nova dimensão para os comitês de bacia, como é o caso do São Francisco, que além de funcionarem como parlamento das águas, poderão ter uma atuação em nível de governo”.

O presidente do Comitê do São Francisco, Anivaldo Miranda, ao destacar a importância desse novo momento para o programa e para a bacia, assinalou a dificuldade de articular ações numa bacia grande, como é a do São Francisco, diante da necessidade imperativa de superar problemas como regionalismos, corporativismos e sobreposição de ações:

“Articular ações é um trabalho difícil, mas é um esforço necessário, inclusive para fazer com que os órgãos públicos e níveis de governo estabeleçam um diálogo e uma interação efetivos, e para que, dessa forma, o conjunto de ações de revitalização possa se desenvolver da forma mais harmônica e eficaz possível”.

Uma belíssima aula de português! Foi elaborado para acabar de vez com toda e qualquer dúvida se tem presidente ou presidenta.



A presidenta foi estudanta?
Existe a palavra: PRESIDENTA?


Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?
        Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná.

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar écantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante...
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que presideé PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo do erro grosseiro seria: "A candidata a presidenta se comporta como umaadolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeadarepresentanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigentapolítica, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".  

PERGUNTA PRÓPRIA PARA O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA: Por que a prefeita mudou a cor da estátua do garimpeiro, que originariamente é negra para a cor predileta de seu esposo?







Antes e

Depois


















                                                                                          
                                                                                   


História do Dia Nacional da Consciência Negra - Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

Importância da Data - A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira. 
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. 

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.

Em junho deste ano escrevi um artigo sobre a Praça do Garimpeiro em Jacobina (http://almacks.blogspot.com.br/2012/06/jacobina-ou-jacuabinas.html). Publiquei uma foto da estátua do garimpeiro que em geral era um negro, escravizado pela elite burguesa da época na fase áurea da exploração brasileira, como aponta todas as pesquisas da época e pelos antropólogos.
Foi uma surpresa quando a prefeita, Sra. Valdice Castro, reinaugurou a Praça Anibal Augusto (Praça do Garimpeiro),  com a estátua na cor dourada (amarela), usada por seu esposo e ela própria “ferrando” os bens do patrimônio público do município.

Assim, entendo como um grande preconceito, aliado a uma gritante falta de conhecimento da prefeita a respeito da história e imagem do garimpeiro.

Fonte - www.suapesquisa.com
                                                                                                               

  

Estudo revela impacto negativo nos recursos hídricos do estado



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No geral, a água da Bahia é considerada boa. Mas o estudo revela que a contaminação tem trazido cada vez mais preocupações


Luiz Francisco
*Especial para o CORREIO

Um estudo minucioso iniciado há seis anos (as coletas são realizadas a cada três meses) em 140 rios e 374 outros corpos d’água traça um diagnóstico sombrio na rede hidrográfica que corta todas as regiões da Bahia. As ligações de esgoto clandestinas, a ocupação desordenada do solo, o desmatamento das bacias, a coleta irregular do lixo e a poluição estão provocando alterações no volume dos rios, lagos e reservatórios, contaminando os aquíferos, degradando os mananciais e causando impactos negativos na qualidade e quantidade dos recursos hídricos.

Os dois rios que têm a pior qualidade de água da Bahia estão localizados na Região Metropolitana de Salvador: Camarajipe (capital) e Camaçari, que atravessa a cidade mais industrial do estado. O rio Camarajipe impressiona pela poluição. Duas amostras coletadas em pontos diferentes apresentam o mesmo resultado: água de péssima qualidade. No outro extremo, Camaçari também possui o rio (Capivara) com a melhor qualidade de água da Bahia. Outros rios com qualidade excelente de água são Imbassaí (Mata de São João) e Gritador (Piatã).

“O grande problema é que a velocidade da ocupação territorial é muito maior do que a capacidade que os governos (federal, estadual e municipal) têm de investir em saneamento e em outras obras de infraestrutura”, disse o engenheiro Eduardo Topázio, coordenador do sistema de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Apesar de todos os problemas, com exceção do semiárido, região que apresenta um  déficit permanente, a quantidade e a qualidade da água baianas são consideradas satisfatórias. O trabalho de monitoramento analisa os aspectos físicos, químicos e biológicos da água.

De acordo com Topázio, a Bahia deve chegar em 2015 monitorando 566 pontos, cumprindo a meta do governo federal, que definiu as bacias hidrográficas como unidades territoriais de estudos. “O projeto inicial prevê um ponto monitorado a cada mil quilômetro quadrado”, afirmou.

O monitoramento não inclui praias, lagoas e águas subterrâneas.
“O que temos de concreto é que precisamos entender que o uso econômico e racional da água é essencial para garantir o abastecimento às próximas gerações”, disse o secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler. O secretário cita dados da ONU para defender sua opinião. Segundo a Organização das Nações Unidas, a quantidade de água doce produzida por seu ciclo natural é praticamente a mesma de 1950, quando o consumo era bem menor. Mesmo com 75% da superfície da terra coberta por água, os especialistas têm razão quando dizem que as próximas gerações poderão enfrentar muitos problemas em relação ao abastecimento de água.

“A maior parte desse volume é de água salgada, imprópria para a produção de alimentos e consumo humano. É evidente que existem muitas técnicas para transformar a qualidade da água, mas os custos, por enquanto, são muito elevados”, disse Eduardo Topázio. Dados da ONU revelam que a quantidade de água doce disponível é muito pequena: menos de 3% do total existente no planeta.

Desdobramento
Eugênio Spengler ressalta que o trabalho de monitoramento também é importante para o desenvolvimento da Bahia. “As empresas e indústrias somente se instalam onde há água em grande quantidade e de ótima qualidade, dois fatores analisados pelo Programa Monitora”, diz. Na opinião do secretário, além de identificar e mapear as áreas para receber investimentos, o programa de monitoramento auxilia na tomada de decisões governamentais. “A Embasa, por exemplo, utiliza dados do programa para ampliar a oferta de água e esgoto”, afirmou.

Desde 2007, quando começou a segunda etapa do projeto, até o final do mês passado, a Embasa implantou quase 650 mil ligações domiciliares de água, beneficiando em torno de 2,5 milhões de pessoas. Em relação ao serviço de esgotamento sanitário, no mesmo período, foram realizadas aproximadamente 295 mil ligações intradomiciliares de esgoto, atendendo a 1,3 milhão de pessoas.Dificuldade
Eduardo Topázio disse que os maiores problemas em relação à contaminação das águas acontecem quando os rios passam dentro das cidades. “O rio Cachoeira, por exemplo, quando atravessa Itabuna, piora as suas condições por causa da coleta irregular de lixo, falta de educação da população, que joga objetos em seu curso e, ainda, pelo esgoto a céu aberto que é despejado em suas águas”.

Outra dificuldade do programa é em relação à análise da água. “As amostras sãotransportadas para Salvador para serem examinadas em laboratórios da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Se houvesse melhor infraestrutura nas maiores cidades, com laboratórios bem equipados, certamente o nosso trabalho seria mais eficiente”, disse.

Ibama aprova megaporto de R$ 3,5 bi no sul da Bahiafavorecendo à BAMIM



Um dos mais importantes e polêmicos projetos de infraestrutura portuária do país vai sair do papel. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu sinal verde para a construção do Porto Sul, um megacomplexo portuário que será instalado em Ilhéus, no sul da Bahia. Com investimentos estimados em R$ 3,5 bilhões e área total de 1,8 mil hectares, Porto Sul é defendido como empreendimento crucial para viabilizar o escoamento de minério do Sertão baiano, por ser o destino final da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), malha que está sendo construída pela estatal Valec.
A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 16-11-2012.

A licença prévia concedida pelo Ibama, conforme apurou o Valor, contempla a construção de um terminal de uso privativo da empresa Bahia Mineração (Bamin) e de um terminal de uso público. As duas estruturas serão usadas para o transporte de minério de ferro, soja, etanol e fertilizantes, entre outros granéis sólidos.

Para liberar a licença, o Ibama impôs ao governo baiano e à Bamin o atendimento a 19 ações compensatórias, além da implantação de 34 programas ambientais. Entre as medidas condicionantes estão projetos como o tratamento de resíduos sólidos, o incentivo à atividade pesqueira, a proteção à fauna terrestre e até um programa de prevenção à exploração sexual na região. Parte das ações exigidas pelo licenciamento deverá ter início imediato, enquanto outros projetos serão realizados ao longo da construção do porto e, em alguns casos, durante sua operação. O início efetivo das obras depende agora da comprovação de atendimento às condicionantes. A licença tem dois anos de validade.

A previsão é que a construção de Porto Sul gere cerca de 2,6 mil empregos diretos no auge das obras. O prazo total estimado para conclusão do empreendimento é de 54 meses. A partir daí, a estrutura passará a ser operada por cerca de 1,7 mil funcionários.

Desenhado para movimentar cem milhões de toneladas por ano, Porto Sul contará com ponte de acesso marítimo, na qual a atracação será a 3,5 km da costa. O porto, estudado há décadas, nasce dentro do novo modelo de concessão portuária preparado pelo governo. O projeto foi alvo de acusações de ambientalistas, que enxergam riscos de degradação em uma área de apelo turístico, cercada por riquezas naturais. Para viabilizar o empreendimento e reduzir suas fragilidades ambientais, o governo mudou o local de instalação, de Ponta da Tulha paraAritaguá.
Aprovação de porto deve acelerar obras da Ferrovia Oeste-Leste

O avanço no processo de licenciamento ambiental do Porto Sul da Bahia deve trazer uma nova injeção de ânimo para as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), empreendimento tocado pela estatal Valec. A malha de 1.019 quilômetros da ferrovia que sai do litoral baiano até chegar ao município de Barreiras, no Oeste do Estado, tem enfrentado uma série de dificuldades para sair do papel. Um de seus maiores problemas é a desapropriação de imóveis. No traçado planejado entre Ilhéus Barreiras existem nada menos que 2.501 propriedades que precisam ser liberadas para dar passagem aos trilhos. Até abril deste ano, apenas um terço desses casos estavam resolvidos e as obras avançavam apenas pontualmente, em pequenos trechos.

Fiol soma investimentos de R$ 4,2 bilhões, dinheiro que sairá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A prioridade da União e também do governo baiano é destravar ao menos os primeiros 500 km da malha que ligarão o município de Caetité até os terminais doPorto Sul. A situação é crítica. Até abril, apenas 15% deste trecho estava liberado para a ação dos trabalhadores.

Em Caetité estão as minas da Bahia Mineração (Bamin). O projeto da empresa prevê que 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro sejam transportados por ano até o Porto Sul. Numa segunda fase, mais 45 milhões de toneladas anuais deverão ser carregadas pelos trilhos da Fiol e embarcadas em navios ancorados em seu terminal, em Ilhéus. Sem a ferrovia, não tem negócio. Pelo plano da empresa, não há previsão de nenhum outro modal de escoamento ou de entrega. A previsão da Bamin, conforme previsto no relatório de impacto ambiental doPorto Sul, é de que seu terminal portuário receba, em média, cerca de quatro composições ferroviárias por dia, cada uma com 140 vagões. Com essa estrutura, a empresa terá capacidade de movimenta diariamente 62,1 mil toneladas de minério de ferro.

Com seu controle 100% nas mãos da Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), grupo do Cazaquistão, a Bamin pretende iniciar sua exploração em Caetité em 2014, transformando a Bahia no terceiro maior produtor de minério de ferro do país.

Para a Valec, a conclusão da Fiol tornou-se uma questão de honra. A estatal, que tinha a missão de reconstruir toda a malha ferroviária do país, teve a maior parte de seus projetos sacados pelo governo, para que agora sejam concedidos à iniciativa privada. Em obras, sobrou para aValec o trecho sul da Ferrovia Norte-Sul e a Fiol.

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