Governador aceita dar R$ 1 mi para cada deputado, mas oposição quer R$ 2 mi

por Sandro Freitas / Alexandre Galvão

Governador aceita dar R$ 1 mi para cada deputado, mas oposição quer R$ 2 mi
Deputado pediu que pares aceitem "presente"
Adorada por parlamentares, a emenda impositiva recebeu o aval do governador Jaques Wagner para ser aplicada na Bahia, que será o segundo estado do Brasil em que o Executivo terá a obrigação de liberar verbas para deputados estaduais. O pedido é antigo e já causou até insatisfação na base governista, mas está prestes a virar lei. Aos 45 minutos do segundo tempo e com o risco de ver a votação do Orçamento ficar para 2014, Wagner “atendeu ao pedido” do líder da bancada de maioria, Zé Neto (PT), e autorizou que cada deputado indique como deve ser usada a verba de R$ 63 milhões. Contudo, depois de ganhar o presente de Natal, parlamentares da oposição querem mais. “Um milhão ACM Neto deu [aos vereadores] com a prefeitura arrombada”, reclamou o vice-líder da oposição Carlos Gaban (DEM), que endossou o coro pelo dobro: R$ 2 milhões para cada, o que geraria gastos de R$ 126 milhões. Em conversa de pé de ouvido com os adversários, Neto mandou um aviso: “fiz tudo que vocês me pediram, mas mais de um milhão não tem jeito”. O acordo pode ser feito até semana que vem, caso a PEC dos Royalties e o Orçamento forem aprovados conforme o governador solicitou. Autor da PEC do Orçamento Impositivo, Euclides Fernandes (PDT) brincou com a reportagem do Bahia Notícias e pediu que a oposição não dê as costas para o presente do "Papai Noel". “Um milhão é melhor do que nada e melhor do que dois milhões voando”, ironizou.

PROBLEMA GRAVE NA ETE MORRO DO CHAPÉU


Exma. Promotora de Morro do Chapéu


Dra. Edna Márcia de Oliveira


Saudações Respeitosas!


Informamos que a Estação de Tratamento de Esgotos de Morro do Chapéu está com graves problemas DE EXTRAVASAMENTO IN NATURA DE ESGOTOS DOMÉSTICOS. 

Mesmo depois de a CODEVASF entregar a obra pleiteada pelo CBH-Salitre junto ao CBH-São Francisco (por meio do Ministério do Meio Ambiente e da Integração) entregue “gratuitamente” ao titular legal, a Prefeitura do Município de Morro do Chapéu, o gestor não teve a devida atenção de providenciar o repasse dos serviços para a EMBASA, consoante o que preconiza a Lei 11.445/2007 e, concomitantemente, sem observância dos processos licitatórios para efetivar o contrato de concessão, como preconiza a norma no cap 11, IV da citada lei. Com isto os problemas se agravaram ainda mais com as chuvas que eclodiram o problema e o trouxeram à vista, como se observa na região da ETE, onde afluem os dejetos SEM TRATAMENTO ALGUM.

Ao não receber a obra intenta "livrar-se de sua responsabilidade" definida na Lei 11.445/2007 e compromete várias comunidades com riscos iminentes.

A lei 11.445/2007 é clara na definição das diretrizes norteadoras, dos princípios fundamentais e do exercício responsável da titularidade dos serviços, de  responsabilidade da Prefeitura que se esquivou de protocolar a assinatura de delegação, já que não possui condições nenhuma para sua assunção. Não faltaram instruções e orientações por parte da CODEVASF para que o gestor municipal efetivasse o procedimento, como é feito também para os serviços de abastecimento.

Lamentavelmente a Prefeitura criou um grande problema porque o esgoto está sendo carreado pelos rios Yú e Marrecas diretamente para o desfiladeiro rumo à Barragem do França que abastece a região de Piritiba e adjacências.

Já podemos entrever os graves problemas decorrentes do lançamento indevido do esgoto sem tratamento e nem que fosse um rio de grande caudal satisfaria as condições exigíveis de lançamento de efluentes em consonância com a Norma CONAMA 357/05. Diz a norma:

“CAPÍTULO IV
DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE LANÇAMENTO DE EFLUENTES

Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá, a qualquer momento:
I - acrescentar outras condições e padrões, ou torná-los mais restritivos, tendo em vista as condições locais, mediante fundamentação técnica”.

Em tais circunstâncias deveras anômalas e perigosas, existem vários parâmetros orgânicos e inorgânicos relacionados com os dejetos, lançados in natura para as comunidades a jusante utilizarem ‘SEM SABEREM DO RISCO DE DOENÇAS E DE MORTE QUE CORREM.

Concomitantemente, tem-se ainda a Resolução CONAMA 430/2011 que aprimora diversos aspectos da anterior:

“Parágrafo único. O lançamento indireto de efluentes no corpo receptor deverá observar o disposto nesta Resolução quando verificada a inexistência de legislação ou normas específicas, disposições do órgão ambiental competente, bem como diretrizes da operadora dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto sanitário”.

Entre os diversos parâmetros tem-se, segundo o artigo 16:

"I - condições de lançamento de efluentes:
a) pH entre 5 a 9;
b) temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor  não deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
c) materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para o  lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vez a vazão média do período  de atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente;
e) óleos e graxas:
1. óleos minerais: até 20 mg/L;
2. óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L;
f) ausência de materiais flutuantes; e
g) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a 20°C): remoção mínima de 60%  de DBO sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de  autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo  receptor".

Isto sem falar em metais pesados e outras substâncias.

Em face do total a absoluto comprometimento deste e de outros parâmetros em concentrações até letais, as repercussões não tardarão a ocorrer nas comunidades a jusante. Sem conhecimento deste problema, utilizarão a água deveras contaminada por todos os poluentes do esgoto doméstico resultando em problemas. Isto em decorrência dos efeitos tóxicos agudos e crônicos em razão da alta concentração exponencial nos baixíssimos caudais dos rios que aportam na barragem do França. Sabidamente esses pequenos cursos d’água não possuem mínimas condições de diluição resultando numa concentração anômala e perigosa para a população a jusante que utiliza a água para abastecimento, podendo comprometer definitivamente o reservatório da Barragem do França com eutrofização etc.

Ademais, acrescem-se ainda os aspectos econômicos e sociais com comprometimento da estrutura já montada “gratuitamente” para o município que não teve ainda a responsabilidade em relação à gestão. Inexiste planejamento, a regulação está comprometida e as repercussões negativas são de grande espectro para a população a jusante. Esta é mais uma obra governamental sem qualquer  responsabilidade de sustentabilidade sócio-econômica e ambiental.

Perguntar-se-á quem se responsabilizará pelas desastrosas consequências que advirão para as comunidades a jusante? Quem tomará as devidas medidas de ao menos avisar às comunidades a jusante?

Por outro lado, observa-se também em relação à EMBASA alguns aspectos legais importantes:

1- A EMBASA como ainda não recebeu oficialmente a delegação para os serviços NÃO PODERIA SOB QUALQUER HIPÓTESE EFETIVAR QUALQUER COBRANÇA AOS USUÁRIOS.

2- O valor relacionado com a cobrança da tarifa que vai de 80 a 120% é assim determinado quando a empresa delegatária dos serviços FEZ COMPROVADAMENTE, INVESTIMENTOS na ETE. Contrariamente não sendo é o caso aplicável à ETE Morro do Chapéu que foi entregue de “mão beijada” à gestão Municipal que não se dignou de cumprir o seu papel constitucional. Este aspecto influi tanto na tarifa que, da mesma forma, cidades como Juazeiro e Petrolina definiram por esta mesmíssima razão a tarifa máxima de 50%. Neste sentido a EMBASA se aproveitará dos investimentos do dinheiro público e aplicará tarifa acima do previsto para a população. Este fato já analisamos em diversas cidades que fizeram esta opção mais justa, sem onerar a população, pois é sempre vilipendiada. Para os leigos esta questão está passando desapercebida.

Neste sentido divirjo dos que pensam que o Estado é “responsável”, mas que na realidade é o “ente mais criminoso” porque ALÉM DE NÃO OBSERVAR AS NORMAS, REGULAMENTOS E LEIS, SEMPRE FICA IMPUNE. Neste sentido o Estado é criminoso e não podemos aceitar isso em detrimento de uma população que, no decurso histórico sempre foi aviltada em todos os sentidos pelo próprio Estado. Lamentavelmente a Carta Magna exacerbou em querer outorgar o Município como Ente Federativo, sabendo que não tem as mínimas condições exigíveis e que quase cem por cento não têm condições para tal exercitamento de autonomia federativa. O Estado é omisso, irresponsável e definitivamente um “criminoso oficializado”, sem contenção por parte de nenhum poder, com raríssimas exceções.

Nós do Salitre cada vez mais nos decepcionamos com o descalabro perpetrado pelos entes governamentais que não cumprem o seu dever no mínimo possível e devido com a gestão de sua exclusiva responsabilidade. O cidadão tem limites de atuação que chegam até aqui e não tem o condão de resolver a catadupa de problemas que se avoluma em todas as vertentes da administração pública.

Diante da situação requeremos formalmente à Promotoria que tome as medidas cabíveis ao caso instando a gestão municipal a assumir suas responsabilidades que se propagam desde já, com as funestas consequências já consabidas.

Atenciosamente,

Luiz Dourado

Cidadão Morrense

OS 10 MAIORES ARRECADADORES DE CFEM 2013 NA BAHIA

O interior dessa enorme cava da Mina de Água Limpa, em Nova Lima

Grande mudança aconteceu no mapa minerário da Bahia quanto à arrecadação do CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais no ano de 2013.
O DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, ainda não encerrou o seu balanço, vale lembrar que esta compensação só é paga 60 (sessenta) dias após o fato gerador (primeiro dia útil), assim o mês de dezembro de 2013 só será pago no dia 01 de março de 2014, porém tomamos como balanço os valores informados no site do DNPM (maiores arrecadadores), que fechará no dia 02 de janeiro de 2014, referente ao mês de outubro de 2013.
A arrecadação pela exploração de ouro a cada ano vem perdendo espaço para os outros minerais. O município de Jacobina que arrecadou de CFEM em 2012 R$ 4.457.831,06, em 2013 teve uma perda na receita de 47,59%, arrecadou apenas R$ 2.336.586,74 que impactou consideravelmente a receita do município.
MAIORES ARRECADORADES DO CFEM 2013 NA BAHIA
MUNICÍPIO
ARRECADAÇÃO 2013
ARRECADAÇÃO 2012
01
Jaguarari (cobre)
R$ 13.898.569,15
R$ 3.462.242,36
02
Itagibá (níquel)
R$ 7.866.419,85
R$ 10.390.362,63
03
Curaçá (cobre)
R$ 3.309.748,79
R$ 2.459.913,30
04
Jacobina (ouro)
R$ 2.336.586,74
R$ 4.457.831,06
05
Andorinha (cromo)
R$ 2.158.396,98
R$ 2.249.610,81
06
Brumado (diversos)
R$ 1.922.598,90
R$ 1.734.045,58
07
Barrocas (ouro)
R$ 1.587.138,07
R$ 2.068.498,63
08
Salvador (gnaisse)
R$ 1.096.130,20
R$ 1.443.935,50
09
Campo A. de Lourdes (fosfato)
R$ 970.833,08
R$ 438.750,64
10
Lauro de Freitas (gnaisse)
R$ 839.050,12
R$ 573.458,09

LEGENDA:
Azul: aumento de arrecadação em relação ao ano de 2012
Vermelho: queda de arrecadação em relação ao ano de 2012

Produção do oeste baiano deve crescer mais de 40%


Fernanda Pressinott

A safra de grãos e de algodão na região oeste baiano, a principal do Estado e da região de Cerrado conhecida como "Mapitoba", localizada na confluência entre os Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, deverá alcançar 8,7 milhões de toneladas nesta safra


A safra de grãos e de algodão na região oeste baiano, a principal do Estado e da região de Cerrado conhecida como "Mapitoba" - localizada na confluência entre os Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia - deverá alcançar 8,7 milhões de toneladas nesta safra 2013/14, de acordo com projeção divulgadas na sexta-feira pela Associação de Agricultores Irrigantes da Bahia (Aiba) em conjunto com entidades e empresas do setor. Se confirmada, a colheita será 41% superior à registrada em 2012/13.

Apesar de a safra de soja ter começado a ser semeada com atraso, em consequência de uma estiagem, o plantio da cultura atingiu no oeste da Bahia cobriu até a semana passada 98% da área total estimada em 1,31 milhão de hectares - 4,4% superior a da temporada passada. A produção da oleaginosa deverá alcançar 4,4 milhões de toneladas.

O plantio de milho já foi encerrado, com uma ampliação de área de 6,9%, para 265 mil hectares. A colheita do grão tem potencial para alcançar 2,59 milhões de toneladas. Já a área destinada ao algodão deverá crescer 20,3% com os preços mais remuneradores da cultura. Assim, a produção da fibra no oeste baiano poderá chegar 1,234 milhão de toneladas.

INEMA CONTINUA COM A PRÁTICA do "ctrl C"

Bacia do Itapicuru - Ponte do Jorro (Foto Almacks Luiz)

O INEMA talvez para justificar a ANA - Agência Nacional das Águas e a sociedade, deflagou o processo de RENOVAÇÃO dos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Itapicuru, que tem como seus principais rios o Itapicuru Açu, que nasce na divisa de Pindobaçu/Mirangaba e o Itapicuru Mirim que tem suas principais nascentes nos municípios de Jacobina, Miguel Calmon e Mirangaba.

O Órgão gestor das águas da Bahia lançou o processo eleitoral em pleno período que o Estado está em regime de CONTINGÊNCIA (caixa fechado), praticamente não fez nenhuma publicidade para mobilização e com isso menos de 15 entidades da sociedade civil se inscreveram para o processo de renovação do Comitê do Itapicuru, tudo isso faz parte do jogo político/econômico para que os grandes grupos da mineração e da irrigação tenham maioria e façam o que bem entender com águas que banham 53 cidades da Bahia. 

Enquanto a sociedade civil em pequeno número e principalmente o pequeno usuário faz parte do processo eleitoral, os grandes grupos como: Yamana Gold, que tem tem três Plantas na Bacia: Jacobina, Santa Luz e Barrocas; FERBASA, Distrito de Irrigação de Ponto Novo (leia-se Sítio Barreiras), Ponto Novo Fruticultura Ltda e Irmãos Pelegrini.

O governo do estado, através do INEMA releva tanto o problema que ao publicar em sítio http://www.inema.ba.gov.br/wp-content/uploads/2013/12/Lista-Preliminar-de-Habilitados-e-Inabilitados-para-participar-da-Plen%C3%A1ria-Eleitoral-de-Renova%C3%A7%C3%A3o-do-CBH-do-Rio-Itapicuru.pdf a 1ª lista dos habilitados, usa a lista o cabeçalho da lista de divulgação do Comitê Verde e Jacaré.

Como tem funcionários deste Órgão que lê os meus escritos tenho certeza de que vão fazer a correção, mas para não me chamarem de mentiroso após a correção no sítio, eis a prova:


MPF ajuíza ação para recuperar e conservar a APA Gruta dos Brejões, em Morro do Chapéu/BA!



O Ministério Público Federal (MPF) no município de Irecê propôs ação com pedido liminar contra o Estado da Bahia, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a União Federal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o município de Morro do Chapéu/BA, com o objetivo de garantir uma maior preservação à área de proteção ambiental (APA) Gruta dos Brejões/Vereda do Romão Gramacho, localizada na região, a 384 km da capital.

A APA Gruta dos Brejões, sob gestão do Estado, corresponde, além da gruta dos Brejões, a uma área de 11.900 hectares, situada nos municípios baianos de Morro do Chapéu, São Gabriel e João Dourado, apresentando 15 cavernas ao todo. Possui, em seu interior, 32 painéis de pinturas rupestres, o que representa grande fonte de estudo e pesquisa sobre a pré-história. Pesquisas de paleontologia já resgataram, na gruta, fósseis de animais extintos há aproximadamente 11 mil anos, estando muitos deles hoje no Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais/BH. A Gruta dos Brejões apresenta, ainda, relevância religiosa e turística, recebendo intenso fluxo de visitantes, principalmente de romeiros.

A ação proposta pelo MPF destaca informações do relatório de vistoria do Iphan, que aponta variadas ameaças à conservação da gruta tanto pelo desgaste natural – menos prejudicial às pinturas rupestres –, quanto pela visitação turística descontrolada. Esta, no entanto, é apontada pelo instituto como o fator que mais contribui para a degradação, em função de “pichações, lixo, poluição, furtos para exploração comercial das rochas e danos ao material paleontológico”.

Segundo o procurador da República Samir Nachef, que atua no caso, “a ação civil pública busca, dentre outras medidas, o tombamento dos sítios de pinturas rupestres presente na unidade de conservação, a melhoria das condições de acesso e visitação turística à APA e, sobretudo, a reparação dos danos já causados a este patrimônio ambiental, histórico e cultural tão ímpar.” O procurador ressalta, ainda, que a ação visa disciplinar a visitação ao local sem, entretanto, interferir na prática do turismo religioso.

A Lei nº 9.985/2000 determina que o plano de manejo de uma unidade de conservação - documento técnico que estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade – deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. Segundo a ação, o decreto que instituiu a APA de Brejões é datado de 1985, mas apesar do prazo ter expirado há mais de trinta anos, o plano ainda não foi elaborado. Foi identificada, ainda, a necessidade de um plano de manejo turístico, para definição de infraestrutura e regras que ajustem a visitação, em busca da conservação da área.

Pedidos - na ação o MPF requer, liminarmente, que seja determinado: ao Estado da Bahia obrigação de apresentar, em noventa dias, um cronograma para a realização dos diversos estudos científicos necessários à elaboração do plano de manejo para a APA Gruta dos Brejões/ Vereda do Romão Gramacho e sua conclusão, incluindo plano de manejo turístico; à União, ao Ibama e ICMBio a adoção de medidas emergenciais de poder de polícia para coibir a depredação das cavernas e sítios arqueológicos; ao Iphan contratar, no prazo de trinta dias, profissionais aptos ou empresa especializada para efetuar a limpeza e restauração das pinturas rupestres presentes na APA e realizar o levantamento dos dados dos sítios arqueológicos necessários para o registro e o tombamento da Gruta dos Brejões como patrimônio histórico-cultural, dentro de 90 dias.

Nos pedidos finais, requer a confirmação dos pedidos liminares e a adotação de medidas de poder de polícia cabíveis para zelar pela integridade dos bens da União, pondo-os a salvo de quaisquer riscos ambientais, bem como a implementação de medidas de conservação e melhorias no acesso à área, no policiamento, na conservação ambiental e na sinalização.

Número para consulta processual: 0005267-86.2013.4.01.3312 - Justiça Federal em Irecê/BA.dourado

Governo Dilma firma compromissos com camponeses/as durante Audiência Popular do Semiárido



Uma reivindicação de diversos movimentos sociais populares e entidades que construíram a Jornada de Lutas no mês de outubro no Vale do São Francisco, aconteceu na última quarta-feira (27) a Audiência Popular do Semiárido, evento que reuniu mais de mil pessoas na sede da Codevasf, em Juazeiro (BA). Vindos de diversas regiões do Nordeste, estiveram presentes movimentos sociais do campo e da cidade que defendem lutas históricas como Reforma Agrária, Acesso à Água e Soberania Alimentar, considerando a viabilidade da Convivência com o Semiárido.

A pauta da audiência, construída por Movimentos que integram a Via Campesina (MPA, MAB, MST) em conjunto com outras organizações que vem se articulando em âmbito nacional e regional, como Articulação do Semiárido (Asa), Articulação de Fundo e Fecho de Pasto, Articulação Popular São Francisco Vivo, reivindicava quatro pontos centrais: 1 - Criação de Política específica de segurança hídrica para o Semiárido; 2- Assentamento de famílias acampadas e regularização fundiária de comunidades tradicionais; 3 - Estruturação das comunidades camponesas a partir da efetivação do Plano Camponês e programas como o Luz para Todos, em especial para comunidades atingidas por barragens; 4 - Soberania Alimentar, considerando a necessidade de medidas de conservação e uso da biodiversidade, levando em conta as particularidades do Semiárido, necessidade de produção de sementes crioulas, recaatingamento, proibição do uso de agrotóxicos, etc.
Durante a audiência, representantes dos movimentos reforçaram a pauta e ouviram de órgãos dos governos alguns compromissos. O Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em nome da presidente Dilma Rousselff, anunciou:

- Revisão da política de irrigação e modelo atual dos perímetros irrigados, uma vez que os recursos públicos brasileiros tem sido usados quase exclusivamente para o capital devem contemplar a agricultura familiar, inclusive fazendo assentamentos nas áreas dos perímetros;
- Assentamento de 600 famílias do Acampamento Abril vermelho (MST) em duas áreas a serem definidas e em uma área do Perímetro Irrigado Salitre, onde as famílias estão acampadas desde abril de 2012. Propôs uma mesa permanente de negociação.

- Retomar estudos para o Canal da Batateira, admitindo que muitos recursos públicos foram investidos, mas que um novo projeto será elaborado;
- Continuidade da construção de placas sob a coordenação da Asa. O ministro disse que o governo compreende a campanha contra as cisternas de polietileno, mas não há como extinguir a produção existente que contou com investimentos públicos. Propôs uma reunião posteriormente em Brasília para aprofundar a discussão acerca do assunto;

- Expansão do Programa Luz pata Todos para todas as comunidades em torno das hidrelétricas, com o compromisso de contemplar todas até o final desta gestão do governo Dilma;

- Reserva de área na região para produção de sementes crioulas, uma ação que será desenvolvida dentro do Programa Nacional de Agroecologia, lançado recentemente pelo governo federal;

- Continuidade e ampliação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que tem beneficiado agricultores/as familiares e contribuído com o consumo de alimentos saudáveis;
Por fim, o ministro sugeriu o monitoramento desses compromissos que se somam a outros anunciados pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz e pela vice-presidente do Incra, Érica Borges, que lembrou que os órgãos estão presentes neste momento apenas devido a mobilização popular.

Avaliação

De acordo com Leomárcio Araújo, da coordenação do MPA, a realização desta audiência foi uma conquista dos movimentos organizados, mas ainda há muito o que avançar, sobretudo no que diz respeito às comunidades tradicionais. Leomárcio avalia ainda que 80% dos compromissos firmados contemplam os assentamentos, o que faz parte de uma luta histórica do MST. Algo novo destacado pelo militante foi a garantia de área para produção de sementes crioulas, uma reivindicação que está diretamente relacionada à pauta central das comunidades camponesas que tem a agricultura como base de sua subsistência.

Como resultado fica ainda o fortalecimento da organização popular e a “necessidade da continuidade da articulação entre as entidades que construíram até aqui, temos o desafio de seguir de modo articulado”, comentou Leomárcio. Concordando na avaliação, o coordenador geral do Irpaa e representante da Asa no evento, Ademilson da Rocha (Tiziu), disse que o governo “deu respostas para uma parte significativa da pauta, mas isso não quer dizer que tá efetivado, precisa haver acompanhamento, ações de mobilização dos movimentos não podem parar, tem que ser visto como mais um passo”.

Alguns pontos de pauta continuam sem resposta, a exemplo de políticas estruturantes de acesso á água, como construção de adutoras, especialmente para as comunidades de sequeiro, e outras ações que vem sendo reivindicadas pela sociedade civil na perspectiva de uma Política Nacional de Convivência com o Semiárido, debate que vem sendo intensificado pela Asa desde 2012 e que já conta com a adesão de alguns estados.

Representatividade e diversidade de pautas

Na audiência houve ainda a “Fila do povo”, espaço em que organizações manifestaram-se quanto a alguns temas abordados, como a necessidade de discutir o Semiárido para além da irrigação e dos assentamentos, os usos das águas disponíveis, especialmente pensando a revitalização do Rio São Francisco, a construção de novas barragens na região, conflitos por água em comunidades ribeirinhas enquanto o governo segue com as obras da Transposição do São Francisco. Na ocasião também foi entregue um documento ao ministro com proposições para a Reforma Agrária no estado da Bahia.

Compareceram ainda representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Ministério da Integração, Superintendências regionais da Codevasf, Câmara de Deputados da Bahia e de Pernambuco, Consórcio do Território Sertão do São Francisco, além de vereadores de municípios da região, sindicatos, ONG’s, associações, movimento estudantil, Levante Popular da Juventude, pastorais sociais, entre outros.


Érica Daiane Costa
Irpaa/Articulação Popular São Francisco Vivo
Texto e Foto: Comunicação Irpaa


Regiões de Jacobina, Irecê e Seabra discutem ZEE



O Governo da Bahia, por meio das Secretarias do Meio Ambiente (Sema) e de Planejamento (Seplan), iniciou no último dia 12, no município de Seabra, a primeira das 11 audiências públicas para apresentar o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), do Estado da Bahia. As audiências públicas têm o objetivo de apresentar e discutir a proposta preliminar do ZEE junto aos diferentes setores da sociedade e do poder público nos territórios.
A ação é um instrumento da Política Nacional e Estadual de Meio Ambiente (Lei Federal nº 6.938/81, Decreto Federal n.º 4297/02 e Lei Estadual nº 10.431/06) que visa orientar o planejamento, a gestão e as decisões do poder público, do setor privado e da sociedade em geral, considerando as potencialidades e limitações ambientais e socioeconômicas, tendo por objetivo maior o desenvolvimento sustentável.
O ZEE Bahia possibilita a incorporação das variáveis ambientais, nos projetos realizados pelo governo, por meio do diálogo com a sociedade, além de desenvolver alternativas de melhor uso dos recursos naturais e propor tecnologias sustentáveis.
De acordo com o superintendente de Estudos e Pesquisas Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Luiz Antonio Ferraro, o encontro foi bastante produtivo. “O ambiente da audiência pública foi construtivo, com todos os presentes contribuindo com sugestões importantes para os territórios participantes", afirmou.
Já para o superintendente de Planejamento Estratégico da Secretaria de Planejamento (Seplan), Ranieri Barreto, o evento superou as expectativas. “Tivemos uma participação significativa e de muita qualidade”, disse. “Todas as sugestões foram devidamente anotadas e serão inseridas no nosso relatório final”, completou.
O diretor de Políticas Territoriais da Seplan, Thiago Xavier, também elogiou o nível das discussões. Para ele os territórios convocados para este primeiro evento demonstraram que realmente estão preocupados e interessados na discussão de políticas públicas, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. "Ficamos felizes em perceber o sentimento de participação e preocupação das pessoas para com a região onde escolheram para viver", salientou.
Estiveram participando do evento que aconteceu no auditório da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), da cidade de Seabra, cerca de 200 representantes dos territórios de identidade de Irecê, Chapada Diamantina e Piemonte da Diamantina, entre eles prefeitos, vereadores, secretários municipais e outras lideranças da região. O município de Jacobina foi representado pelo secretário municipal do Meio Ambiente, Ivan Aquino do diretor de Turismo, Adroaldo Ribeiro e do técnico da Associação de Ação Social e preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (Aspaff). O Território foi representado pelo Agente de Desenvolvimento Territorial da Seplan, Gervásio Lima e pelo gestor ambientar, Almacks Luiz.
Mais informações sobre o ZEE e as datas e locais das próximas audiências, através do site: www.zee.ba.gov.br

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