Modelo das 1.800 torres eólicas que serão instaladas na Bacia do Salitre, inclusive dentro do Parque Estadual de Morro do Chapéu
Dentre os fenômenos da natureza, a chuva sempre foi vista como a de maior expectativa por parte dos homens, em especial o sertanejo, já que a mesma chegando no tempo certo e na dosagem certa se constitui em sinônimo de fartura, de vida, de prosperidade.
Aqui em nossa refrescante terrinha, nos últimos tempos essa lógica vem sendo invertida pela atenção dos homens, pois a nossa tão prodigiosa chuvinha vem perdendo espaço para um grande vilão que sempre esteve ao seu lado e que na maioria das vezes sempre vem antes anunciando a sua chegada ou durante para dissipá-la.
Calma!
Não se trata de traição, manifestação tão comum ao ser humano no convívio social, principalmente quando um quer ocupar o espaço do outro.
Não.
Na natureza a ocupação de espaço por parte de algo ou alguém em relação a outrem se dá de forma harmonizada. Estamos falando dos ventos, que vem dominando os debates de autoridades do meio político, ecológico, jurídico e até governamental.
Em nome dos ventos, se tenta justificar o injustificável, em nome dos ventos se vende ilusões, em nome dos ventos as autoridades descobriram que Morro do Chapéu tem, ou melhor, tinha uma área de preservação ambiental tão anunciada e festejada há alguns anos por alguns que hoje em nome dos ventos alegam que a determinada área já não tem utilidade nenhuma, que não se investiu nela, admitindo a sua própria falta de compromisso em cumprir com o pré- estabelecido em lei quando da criação do parque.
Isso é o que podemos realmente chamar de tiro no pé.
Mas. Voltemos ao poder dos ventos.
Em nome dos ventos se revoga decreto Governamental, em nome dos ventos a sociedade morrense cria uma nova lei de oferta no campo da valorização de bens e serviços, inflacionando o mercado interno.
Para muitos, hoje o Morro já não precisa ter o clima mais invejável, o beija flor mais raro, as flores mais belas, o Cambuí mais saboroso ou a orquídea mais rara. A bola da vez já não é mais o seu inverno, com o vento uivando noite adentro nos fios, nas arvores e seus pés de muros criando limo.
O que importa agora é que o vento seja forte, e preferencialmente que não seja do norte.Mesmo que a chuva não o acompanhe.
Cuidado!O vento que nos sopra hoje não nos cobra nada, mas no futuro poderá cobrar.
Se a inglesa Emily Bront fosse viva, diríamos que ela teria bom motivo para inspiração de sua maior obra literária que atravessa décadas e quem sabe nossa terrinha neste momento com tanto falatório não seria a fonte dessa inspiração com: “O Morro dos ventos uivantes”
Tomara que tudo dê certo e que os bons ventos soprem por aqui, desprovidos de ganância, demagogia, interesses pessoais e que o capitalismo, a evolução, os ambientalistas, os governantes, o Povo, se não forem capazes de se basearem em lei ou respeitá-la para implantação desse empreendimento tão importante para nossa terra, que tenham todos a sensibilidade de ouvirem ao menos a voz do clamor da arte, parodiando o velho Rei.
“Não somos contra o progresso, e pro o bom senso apelemos. Que um erro não conserta outro, isso é o que pensemos”
Maravilhoso texto Balili!!!! E sem dúvida nenhuma pode ser ampliado para toda a Chapada Diamantina, desde o Boqueirão da Onça (que ainda não é Parque Nacional mas tem uma biodiversidade divina e importantes nascentes que abastecem a região) até o ParNa Chapada Diamantina. Toda essa região está sob a mira das empresas de energia eólica!!!
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