Como forma de chamar atenção para o mau gerenciamento das águas do Rio Salitre usadas para irrigação, mais uma vez, postes que sustentam a rede de energia elétrica foram derrubados na região do alto Salitre, município de Juazeiro. A ação aconteceu no último dia 01 no povoado de Cruz e desde então sete comunidades estão sem energia, impedindo o funcionamento de algumas escolas, posto de saúde e uso doméstico.
Em agosto de 2010, 18 postes de energia foram derrubados com a mesma finalidade, fato que deixou diversos povoados sem energia durante dois meses e provocou o envolvimento de órgãos como o Ministério Público da Bahia, Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), Prefeitura Municipal de Juazeiro, Coelba, além de Organizações Não Governamentais, sindicatos, associações e agricultores/as na tentativa de encaminhar soluções imediatas para uso correto da água e da energia nas comunidades do Salitre.
Na ocasião, reuniões realizadas com a participação de salitreiros/as apontaram para a necessidade de realização de cadastro de usuários e fiscalização acerca da quantidade de água retirada do rio para irrigação. Em reunião extraordinária realizada pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Salitre (CBHS) no dia 08 de outubro na comunidade de Goiabeira II ficou decidido, com intermediação do Ministério Público, que as comunidades voltariam a ter apenas energia monofásica e que todas as bombas de grande porte estariam impedidas de funcionar até que houvesse gerenciamento dos recursos hídricos na região.
De acordo com agricultores do alto Salitre, depois da reunião foi feito apenas o cadastro de produtores pelo INGÁ (cujas atribuições agora serão de responsabilidade do recém criado Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA), mas que não houve nenhum tipo de limitação no que diz respeito a quantidade de água retirada do rio, o que ocasionou mais uma derrubada de postes.
Na avaliação do presidente do CBHS, Almacks Luiz Silva, ações como estas já não surpreendem mais e provavelmente continuarão existindo até que seja feito o controle do uso da água do rio, uma vez que “há muita terra a ser irrigada para a quantidade de água disponível”. Na opinião de Almacks, os grandes produtores sempre levam vantagem sobre os pequenos e essas ações só demonstram a urgência do poder público baiano cumprir com a função de garantir a gestão das águas da Bacia do Rio Salitre, que, além de Juazeiro, compreende mais oito municípios.
Já o Ministério Público informou que ainda não teve conhecimento dos quatro postes que foram derrubados no último final de semana, mas ratifica que encaminhou à Coelba o acordo feito na reunião em Goiabeira II no mês de outubro. A promotora de Justiça Luciana Khoury disse que o órgão ainda não teve acesso ao cadastro de usuários feito pelo INGÁ e que a mudança de governo impediu o avanço dos trabalhos, mas que em breve serão retomados.
A problemática reside no uso desordenado da água para irrigação, uma vez que 90% dos produtores usam sistema que não proporcionam economia de água, o que gera sérios conflitos devido a escassez da água para suprir a demanda. Além disso, problemas como redução ou ausência de mata ciliar, uso abusivo de agrotóxicos, escavação de buracos no leito do rio e instalação de motores a diesel que derramam óleo nas margens ou nas águas, retratam a necessidade do gerenciamento e fiscalização na gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Salitre.
NOTA PRODUZIDA PELO IRPAA
Inquestionavelmente, o conflito de águas do rio Salitre é um problema configurado na Lei 9433. Necessariamente, o uso de água para agricultura só favorece os poderosos e outros inescrupulosos, inclusive aqui na parte da cabeceira do rio. Barragens e outras irregularidades acentuam o processo de míngua em que se encontra o rio.
ResponderExcluirVale a pena observar junto ao INEMA que ele precisa assumir suas responsabilidades e, concomitantemente com a realização do cadastro de usuários, atender a diversos processos referentes a barragens como a de PEDRO NILSON, que juntamente com as demais da CODEVASF. É aviltante saber que o INGÁ, agora INEMA nunca fez nada até então. A responsabilidade é do Governo irresponsável de Jaques Wagner, de EUGÊNIO SPENGLER e também, a partir de então, com a entrada de JÚLIO MOTA que, literalmente, SAIU DA RESERVA PARA ATUAR NO MESMO TIME.
Acorda Jaques Wagner. Não venha dizer, por meio de seus apaniguados que a Bahia prioriza os recursos hídricos. Demonstre isso com fatos concretos, palmários e definitivos!
Trate de dar apoio aos Comitês de Bacias e, sobretudo ao Comitê do rio Salitre! Acabe com essas manobras com o objetivo de inviabilizar o grandioso trabalho que é feito nos Comitês!
O Governo do Estado da Bahia é o pior de todos os estados do Brasil. Inviabiliza, obstaculiza e atrapalha tudo.
Chegaram ao cúmulo não é Luis Henrique, de cancelar a reunião do Paraguaçu, com 72 horas antes! Que vergonhoso para esses aproveitadores de cargo de plantão que vivem pendurados na máquina do estado, sem o mínimo de consideração pelas suas funções de serviço ao povo.
Bando de hipócritas! Não só não fazem, atrapalham quem sabe e faz e o pior, não deixa os bons que bem sabem, fazerem bem!
Luiz Dourado
fico triste em saber o mau gerenciamento dessas supostas autoridades que nunca defendem o poder público e de suma importância principalmente quando referimos ao quadro natural
ResponderExcluirSó vai parar quando morrer alguém novamente.
ResponderExcluirpatrícia