A Europa escolheu Estocolmo como sua “capital verde”. O título dado à capital sueca não poderia ser outro. A cidade é realmente um exemplo ecológico, como comprovou o enviado especial da Folha de S. Paulo, Rafael Garcia. Em uma visita feita a convite do governo da Suécia, ele pôde conferir a realidade de uma cidade que se estruturou para que seus habitantes pudessem viver sem causar grandes impactos ambientais.
Não foi simples o caminho percorrido até ser reconhecida como a capital verde. Durante esse trajeto, o governo investiu milhões de coroas suecas - moeda local – em ciclovias, tecnologias para o tratamento de água e reciclagem. Estocolmo possui 800 mil habitantes e apenas 75 caminhões de coleta de lixo. Isso é explicado pelo fato de que 25% do lixo é reciclado, 73,5% é queimado para produzir a energia que é usada em aquecimento doméstico e 1,5% é tratado biologicamente.
Outro fator curioso, é que lá, ao contrário da maior parte do mundo, a profissão de lixeiro é valorizada. Enquanto em São Paulo o salário de um lixeiro não chega nem perto de mil reais, esses trabalhadores em Estocolmo recebem de cinco a oito mil reais, um salário alto mesmo para os padrões europeus.
Além da destinação correta dos resíduos, a cidade teve que investir em conscientização e preservação. Para o primeiro, as crianças foram o alvo. O governo acreditou que, ensinando os pequenos, esses valores seriam repassados aos pais. Estocolmo se orgulha de oferecer parques preservados a menos de 300 metros da casa de cada morador.
Algumas medidas mais drásticas foram necessárias para reduzir o uso dos automóveis. Mesmo a cidade tendo 760 quilômetros de ciclovia e investindo pesado em transporte público, a maioria das pessoas insistia em sair em automóveis particulares. Isso acabou, quando em 2006 aconteceu um plebiscito em que a população votou a favor de pedágios urbanos. Hoje, quem vai ao centro da cidade em seu próprio carro, paga uma taxa equivalente a R$ 4,50 e mais de 70% da população apoia essa medida.
Estocolmo é realmente um exemplo para todo o mundo. Ser uma capital verde não é impossível, mas é necessário investimento, planejamento, empenho e muita vontade de oferecer um futuro melhor para o mundo e para as próximas gerações.
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