Aqui se inicia a epopéia do bem versus o mal. Senão vejamos, se não bastasse já o desmanche ambiental perpetrado por ocasião da construção da Ba.O52, ligando Feira de Santana a Xique-Xique, pelos idos do milagre brasileiro, ainda sob a égide do Carlismo, e que, pode muito bem ser percebido a olho-nu, inventaram-nos, agora, acabar com o nosso Parque Estadual Morro do Chapéu e instalar um Complexo Energético rasgando nossa caatinga sem a mínima competência no que diz respeito ao Impacto Ambiental. E pasmem! Fechando com chave-de-ouro, acharam de construir um Posto de Gasolina (combustíveis) dentro do que foi um dia o Degradado Rio Jacuípe. Piscoso, “água pura sim senhor”, hoje não passando de um mísero ESGOTO A CÉU ABERTO, desafiando com todas as letras a mínima crença que possa ter os homens de boa vontade.
Do Traíra, só resta a lembrança de que um dia a Rua Nilo Peçanha era conhecida como Rua das Tripas em alusão aos trabalhos realizados neste rio e que, também, era desfrutado para se tomar banho, nadar, pescar e lazeres diversos. E era de boa água, doce, potável e palatável, tão rara em nosso bioma predominantemente salino.
Yú, palavra Tupy-Guarany, liga-nos às nossas origens, como Jacuípe e, também, fadado ao extermínio. E até dói comentar, porque inventaram usar o seu leito como área para Conjunto Habitacional, financiado pela Caixa Econômica Federal, infelizmente 5O% concretizado apesar de termos sido radicalmente contra. Também, suas areias brancas, ladeadas por vegetação de restinga(resquícios Mata Atlântica), são constantemente subtraídas para uso na construção civil. Das suas águas pouco resta a nível de superfície e, não satisfeitos, abastecem Postos de Lavagem de Veículos às custas de Poços Tubulares instalados às suas margens, empobrecendo, dia a dia o seu lençol freático.
Até onde irão não sei, mas preocupa-nos e muito o que estão fazendo e deixando de fazer.
Nossa cidade, praticamente foi e está sendo edificada dentro de um manancial hídrico, brotando e jorrando água por todos os lados. A falta de planejamento e um plano diretor urbano criterioso estão nos levando a desmando inimagináveis, desde captação a distribuição de água, a até aterros inconcebíveis, edificações à margem, dentro da calha e várzea dos rios. E assim me reporto, porque não envolve somente o Rio Jacuípe, Yú, Traíra. Também, o Rio Salitre, do complexo Verde-Jacaré-Vereda-Romão Gramacho, subbacia do Rio São Francisco, todos pedindo socorro. E plagiando o jovem sonhador Castro Alves, gostaria de fechar, por enquanto, lembrando da sua dor pelos escravos desprotegido e que agora bem podemos passar para os rios:
SENHOR DEUS DOS DESGRAÇADOS!
DIZEI-MO VÓS, SENHOR DEUS
SE É MENTIRA OU SE É VERDADE
TANTO HORROR PERANTE OS CÉUS.
O SERVIDOR DE SEMPRE: CLEMENTE FERNANDES ALVES.
Pertinenete e oportuno este comentário feito de forma intimorata pelo nobre companheiro Clemente Fernandes Alves, que muito tem feito por Morro do Chapéu e ainda assim é vítima de uma perseguição cruenta, por parte de muitos ineptos de plantão, sempre dispostos a atrapalhar a boa-vontade de servir à comunidade sem interesses menos dignos. Não demorará muito para pedirem sua cabeça. Quem viver verá.
ResponderExcluirClememente é vítima de uma sanha desgrenhada para impedi-lo de exercer e aplicar, de forma tão competente e responsável, seus conhecimentos no exercitamento de sua função de agente de estado.
Aplica-se aqui o látego maravilhoso do Maior de todos os Mestres, Jesus, o Cristo, na forma parafrástica:
"Hipócritas e fariseus miseráveis
que não só são incapazes de fazer, como pior, não deixam os que sabem fazê-lo. Terão que se defrontar consigo mesmos, com suas consciências e não demorará muito, prestando contas a Deus".
Luiz Dourado